Marcelo José Pio [1], Ariel Vicentini de S. Martins [2] e Adelaide Antunes[3]
RESUMO: O artigo objetiva sugerir um modelo de Inteligência Competitiva para o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT), pertencente ao Serviço Nacional de Ensino e Aprendizagem Industrial (SENAI), o qual está vinculado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), tendo como referências alguns modelos de Sistemas de Inteligência Competitiva propostos nas literaturas correntes. O modelo proposto, que é adequado à estrutura funcional de um Centro de Tecnologia como o CETIQT, possibilitará a coleta e análise sistêmica das informações e a sua utilização como base para projetos e tomadas de decisão de curto, médio e longo prazos. |
ABSTRACT: |
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RESUMEN: |
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Haverá dois grandes eventos, no final de 2005, que impactarão o setor têxtil brasileiro. O primeiro será o término do Acordo Têxtil e de Vestuário (ATV), também chamado de Acordo Multifibras, que determina que países desenvolvidos podem estabelecer cotas de importação para artigos têxteis e de vestuário. Este fato obrigará as empresas têxteis a buscarem diferenciais competitivos através de estratégias que visem desde a liderança em custo até a diferenciação para nichos específicos de mercado. O segundo evento irá impactar não somente o setor têxtil, mas todos os setores industriais do Brasil: será o início da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). Para o setor têxtil nacional, a implantação da ALCA poderá criar um cenário novo para as empresas nacionais, o qual será representado pela entrada de empresas têxteis estrangeiras em território nacional, pela necessidade de deslocamento da produção nacional para outros países próximos dos grandes centros consumidores e pelas alianças estratégicas entre empresas e pool de empresas. Neste cenário de maior internacionalização, a busca por vantagens competitivas sustentáveis será fator fundamental para a sobrevivência do setor têxtil nacional.
Todas estas mudanças estruturais de comércio ratificam a necessidade dos atores participantes em utilizar sistemas de inteligência competitiva como uma ferramenta indispensável para a sobrevivência em um ambiente, cada vez mais competitivo. A internacionalização do mercado provocará, provavelmente, mudanças mais rápidas, principalmente com a redução das tarifas comerciais; mas, por outro lado, provavelmente haverá um aumento das barreiras técnicas e ambientais, como forma de equilibrar o mercado e, em certo grau, funcionar como uma compensação dos efeitos da diminuição tarifária.
O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT), é hoje considerado uma referência para o setor têxtil brasileiro. Sua responsabilidade é oferecer de serviços (educacionais, tecnológicos, laboratoriais e de mercado) aos diversos atores que compõem o setor têxtil nacional, através do monitoramento das mudanças que estão ocorrendo nos mercados têxteis nacional e internacional, principalmente no que se refere à qualificação da mão-de-obra, ao oferecimento de novas tecnologias e desenvolvimento de novos produtos. No novo cenário que está sendo desenhado no setor têxtil nacional e internacional, é esperada uma nova forma de atuação do SENAI/CETIQT, que focará as seguintes habilidades:
Para atingir os objetivos acima mencionados, o SENAI/CETIQT necessita manter a qualidade dos produtos e serviços atualmente oferecidos e otimizar a busca de novas necessidades de mercado para a geração de novos produtos e serviços. Para tal o centro deve criar e consolidar um Sistema de Inteligência Competitiva (SIC), para que sua participação nas áreas educacional e de serviços seja aumentada.
[2] Aluno de Mestrado do Curso de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da Faculdade de Engenharia Mecânica/UFRJ. Especialista em processos e sistemas de fabricação de tecidos planos do CETIQT. Professor do Curso de Engenharia Industrial Têxtil do CETIQT.
[3] Professora de Sistemas de Gestão e Informação tecnológica do Curso de Pós-graduação em Processos Químicos e Bioquímicos da Escola de Química /UFRJ, e Coordenadora do SIQUIM ( Sistema de Informação sobre a Indústria Química )