Marcelo José Pio, Ariel Vicentini de S. Martins y Adelaide Antunes
Em um mercado cada vez mais globalizado e competitivo, a utilização da informação toma um importante papel na orientação das estratégias das empresas. De acordo com Tarapanoff (2001), em um mercado marcado pela necessidade da informação, “a hegemonia econômica e social é exercida não mais pelos proprietários dos meios de produção, e sim por aqueles que administram o conhecimento e podem planejar a inovação”; sendo assim, as informações tratadas para orientar as estratégias coorporativas e auxiliar os tomadores de decisão agregam valor não só a processos e produtos, mas também podem ser responsáveis por uma mudança de posicionamento estratégico por parte da organização. Esta agregação de valor é alcançada através do tratamento da informação, o que engloba a busca por métodos sistemáticos e técnicas específicas de coleta e análise das informações, que podem ser definidos como parte de um sistema de inteligência competitiva.
Para a Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (ABIPTI) “o monitoramento do ambiente externo, incluindo concorrência e novas tecnologias, é de vital importância para que as empresas possam identificar ameaças e antecipar oportunidades que lhes possibilitem permanecer competitivas no mercado”. Do ponto de vista da capacidade de inovação, Leonard-Barton (apud Silva e Abreu, 2001) considera que, quanto mais rápida e real for a capacidade da organização em considerar as informações do ambiente externo e utilizá-las para fins de comércio, maior será o seu ambiente inovador.
O ambiente político-militar foi o berço da Inteligência Competitiva (IC). Lá a informação era tratada de forma sistemática como forma de auxiliar o processo decisório. A visão empresarial da IC, de acordo com Coelho (apud Gomes e Braga 2001), pode ser definida como a coleta ética e o uso da informação pública e publicada disponível sobre tendências, eventos e atores, fora das fronteiras da organização; esta definição é muito semelhante à definição oferecida pela Society of Competitive Intelligence Professionals (SCIP), entidade semelhante à Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (ABRAIC). Portanto, a IC consiste em identificar as necessidades de informação; coletar sistematicamente a informação relevante, e, em seguida, processá-la analiticamente, transformando-a em elemento para a tomada de decisão.
Marcial e Costa (2001) têm uma visão mais prospectiva sobre os sistemas de inteligência competitiva, pois para a autora estes sistemas buscam: antecipar os movimentos do ambiente macro, os quais podem influenciar as empresas de forma positiva ou negativa; antecipar os movimentos de concorrentes, fornecedores e de consumidores; antecipar o aparecimento de novas tecnologias, produtos substitutos e de novos entrantes; responder aos questionamentos e necessidades dos tomadores de decisão e reduzir o risco da tomada de decisão.
Diante disto, Martinet e Ribault (apud Silva e Hékis, 2001) sugerem que a utilização de um sistema de inteligência competitiva pode enfocar quatro áreas estratégicas, de forma isolada ou combinada: