El emprendedor brasileño en el mapa tecnológico de países en desarrollo
Sieglinde Kindl da Cunha, Yára Lúcia Mazziotti Bulgacov y Maria Lucia Figueiredeo de Mesa
O estudo classifica-se como descritivo exploratório e comparativo uma vez que busca alguns fundamentos teóricos para descrever e comparar o potencial de inovação e risco dos empreendimentos nos países em desenvolvimento e explorar o assunto com a finalidade de alcançar uma melhor compreensão do tema (MALHOTRA, 2001). Foram selecionados os países da América Latina (Peru, México, Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia, Equador, Uruguai e Brasil) e do BRIS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul) que participaram da pesquisa GEM em 2008, por classificarem-se como países emergentes, pelo papel da atividade empreendedora na geração de emprego e renda e para o catching up destes países.
No que tange ao delineamento, a presente pesquisa caracteriza-se como pesquisa documental com o uso de fontes secundárias e registros estatísticos, uma vez que as informações trabalhadas foram obtidas das tabelas disponibilizadas pela pesquisa com população adulta do Global Entrepreneurship Monitor – GEM e entrevistas com especialistas realizadas pelo GEM, para o ano de 2008.
Para análise do potencial inovador dos empreendimentos, os dados da pesquisa GEM são agrupados utilizando a tipologia que classifica as empresas pela motivação (empreendedorismo por necessidade e por oportunidade) e pelo estágio (empresas nascentes, as iniciais e as estabelecidas) . Estas informações foram cruzadas com as informações das empresas que lançam produtos novos e pouco conhecidos ou conhecidos pelo mercado. Também foram utilizadas as informações dos empreendimentos que usam tecnologias novas ou tecnologias disponíveis no mercado. Para a análise do potencial de mercado das empresas inovadoras foram utilizados os dados sobre níveis de concorrência e expectativa de exportação. Com base na pesquisa GEM elaborou-se uma tipologia de inovação compatível com o conceito schumpeteriano de inovação. (Quadro 1).
Quadro 1
Relação entre os tipos de inovação no conceito de Schumpeter (1982)
e as variáveis utilizadas pela Pesquisa GEM.
Tipos de Inovação | Variáveis correspondentes utilizadas na Pesquisa GEM |
---|---|
Novo produto e/ou serviço | Grau de conhecimento do produto e/ou serviço no mercado |
Novo Método de Produção | Grau de utilização de novas tecnologias e processos |
Novas fontes de matérias-prima | Não há variável correspondente |
Abertura de mercado | Grau de concorrência e expectativa de exportação |
Criação de um novo tipo de organização industrial | Não há variável correspondente |
Com a finalidade de ilustrar o ambiente propício dos diferentes países para empreendimentos inovadores utilizou-se o modelo de potencial de inovação e risco elaborado por Cunha (2008), que adapta a matriz de mercado tecnológico de Thukral et al (2008), às informações de potencial de inovação da pesquisa GEM. Com esta tipologia busca-se identificar os países com características de empreendimentos schumpeterianos, ou seja, que lançam no mercado, produtos ou processos que são radicalmente diferentes, que criam novos modelos de negócios e geram um diferencial competitivo no mercado.
Como indicadores sobre potencial de inovação utiliza-se a classificação definida na pesquisa GEM: o percentual de produtos novos lançados pelos empreendedores e a utilização de tecnologias disponíveis a menos de um ano. Para demonstrar o poder de mercado dos empreendimentos utilizam-se os indicadores de: quantidade de concorrentes e expectativa de exportação.
Figura 1.
Potencial Tecnológico e risco dos empreendimentos por países
O modelo do Potencial de Inovação (CUNHA 2008), representado na figura 1, mostra no eixo vertical o potencial dos empreendimentos em relação à novidade dos produtos no mercado. Os empreendimentos dos países selecionados que se encontram mais próximos da origem são menos inovadores, pois, lançam produtos já conhecidos por todos os consumidores. O eixo vertical apresenta a idade da tecnologia usada nos diferentes países, ou seja, se o grau de maturidade da tecnologia utilizada nos empreendimentos está mais próximo da origem, os empreendimentos caracterizam-se por utilizarem tecnologias já conhecidas e menos inovadoras.
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