Vol. 40 (Nº 39) Ano 2019. Pág. 13
SILVA, Nair Alves Dos Santos 1; SILVA, Rozineide Iraci Pereira da 2 & COUTINHO, Diógenes José Gusmão 3
Recebido: 19/07/2019 • Aprovado: 28/10/2019 • Publicado 11/11/2019
RESUMO: Este artigo tem como finalidade apresentar uma reflexão sobre interdisciplinaridade como dimensões pedagógicas na ação docente. Com o objetivo de discutir a interdisciplinaridade procurando contextualizá-la no ambiente escolar, sugerindo propostas para o trabalho do professor. A ideia da implementação de práticas interdisciplinares deve desenhar, tecer, alinhavar a verticalidade e a horizontalidade da matriz curricular, para que os professores tenham claras as interfaces das disciplinas e as possíveis inter-relações, criando, a partir disso, novos conhecimentos de forma relacional e contextual. |
ABSTRACT: This article aims to present a reflection on interdisciplinarity as pedagogical dimensions in the teaching action. With the objective of discussing interdisciplinarity seeking to contextualize it in the school environment, suggesting proposals for the work of the teacher. The idea of the implementation of interdisciplinary practices should design, weave, align the verticality and the horizontality of the curricular matrix, so that the teachers have clear the interfaces of the disciplines and the possible interrelationships, creating, from this, new knowledge in a relational way and contextual. |
A interdisciplinaridade surgiu no final do século XIX, por uma conveniência de dá uma resposta à fragmentação causada pela concepção positivista, pois as ciências foram subdividas surgindo, várias disciplinas. Após longas décadas convivendo com um reducionismo cientifico, a ideia de interdisciplinaridade foi elaborada visando restabelecer um diálogo entre as diversas áreas dos conhecimentos científicos.
No campo da educação há indispensabilidade de se estar atento às diversas mudanças, aberto a novos conhecimentos e abordagens que auxiliem no processo de redefinição da profissão e de melhor compreensão da prática, criando assim, novas estratégias de aprendizagem, atendendo às demandas do saber e da sociedade, em constante mudança.
Assim como o conceito de interdisciplinaridade vem sendo discutido desde os anos 70, buscando-se um consenso conceitual, debate-se sobre o mesmo tema sem que as práticas interdisciplinares sejam disseminadas e relatadas.
O desenvolvimento do diálogo é de suma importância para produção curricular levando em consideração o contexto histórico, político e pedagógico que a educação passou em seus diferentes campos de atuação e interdisciplinaridade, não se pretende exaurir saberes sobre o assunto, mas nortear para novas práticas que visam uma aprendizagem da dicotômica estrutural do saber prático e teórico, da política e economia, reflexão e ação.
Então no Brasil, se incorporou tais, proposta de interdisciplinaridades nos PCNs (BRASIL, 2002), e com isso surgiu novas ciências. Os currículos ficaram atrativos, ao longo da história sendo necessário perceber os objetivos desses conhecimentos. Em consequência, a formação se dá pela justaposição de pedaços desconexos, impedindo uma visão de totalidade e ao mesmo tempo a saberes interdisciplinares de uma totalidade de “várias áreas unidas nas diversas práticas educativas” (MACHADO, 2011, p. 299).
Percebe-se então que a interdisciplinaridade pretende garantir a construção de conhecimentos que rompam as fronteiras com as disciplinas, buscando também o envolvimento, compromisso, reciprocidade, diante dos conhecimentos.
No entanto, para que o trabalho interdisciplinar seja desenvolvido pelos professores, há que se desenvolver uma metodologia de trabalho que implica na integração dos conhecimentos, passar de uma concepção fragmentada para uma unitária de conhecimento, superar a dicotomia entre o ensino e a pesquisa, considerando o estudo e a pesquisa, a partir da contribuição das diversas ciências e um processamento de ensino e aprendizagem centrado numa visão de aprendemos ao longo da vida.
Se definirmos Interdisciplinaridade como ligação de componentes, cabe pensar no currículo apenas na formatação de sua grade. Porém se definirmos Interdisciplinaridade como atitude de ousadia e busca frente ao conhecimento, cabe pensar aspectos que envolvem a cultura do lugar onde se formam professores.
Ainda conforme Godoy:
A labuta interdisciplinar é um trabalho de educação das consciências para o desenvolvimento de suas potencialidades, suas criatividades e autoestima. Nesse sentido, torna-se necessário que o professor se aproprie da temática para que a sua abordagem na sala de aula seja mais consistente e satisfatória. (GODOY, 2014, p. 69)
A interdisciplinaridade escolar, curricular, pedagógica ou didática requer um aprofundamento nos conceitos de escola, currículo ou didática. A historicidade desses conceitos requer igualmente uma profunda pesquisa nas potencialidades e talentos dos saberes requeridos ou a requerer de quem as estiver praticando ou pesquisando. Interdisciplinaridade escolar não pode confundir-se com interdisciplinaridade cientifica.
A interdisciplinaridade na formação profissional requer competências relativas as formas de intervenção solicitadas e as condições que concorrerem ao seu melhor exercício. Neste caso, o desenvolvimento das competências necessárias requer a conjugação de diferentes saberes disciplinares.
Trata-se nesse caso do que poderíamos chamar interação envolvente sintetizam-te e dinâmica, reafirmando a necessidade de uma estrutura dialética, no linear e no hierarquizada, onde o ato profissional de diferentes saberes construídos pelos professores no se reduzem apenas a saberes disciplinar.
Conforme Silva (2011, p. 15) “o currículo é sempre o resultado de uma seleção: de um universo mais amplo de conhecimentos e saberes seleciona-se aquela parte que vai constituir, precisamente, o currículo”.
Quando se fala em interdisciplinaridade e currículo trazemos à tona alguns conceitos que tornam claro a nossa compreensão da prática pedagógica, de currículo e da interdisciplinaridade.
O mediador desencadeia um dos caminhos essenciais para a transformação das intervenções sobre as atividades e na formulação de situações que possibilitem aos estudantes ensejos de aquisição de maneira relevante. A interdisciplinaridade acontece espontaneamente usufruindo a receptividade para o contexto, mas sua praticidade e metodização demandam trabalho didático de um ou mais mediadores.
A interdisciplinaridade se faz com sequências didáticas, com boa vontade do mediador de aprender e ensinar enquanto aprende.
Segundo os PCNs apontam que:
É relevante destacar que a interdisciplinaridade pressupõe um eixo integrador, que pode ser o objeto de conhecimento, um projeto de investigação, um plano de intervenção. Nesse sentido, ela deve partir da necessidade sentida pelas escolas, professores e alunos de explicar, compreender, intervir, mudar, prever, algo que desafia uma disciplina isolada e atrai a atenção de mais de um olhar, talvez vários. Elucidação, percepção, intervenção são técnicas que demandam um conhecimento que vai além da descrição da realidade e mobiliza competências cognitivas para deduzir, tirar inferências ou fazer previsões a partir do fato observado (BRASIL, 2002, p. 76).
Existem várias possibilidades de concretizar atividades ou desempenhos interdisciplinares. Alguns educadores do ensino fundamental exploram de maneira interdisciplinar. O professor pode realizar a interdisciplinaridade de um mediador só, distinguindo e realizando relações entre o conteúdo de sua disciplina e o de outras, presentes na proposta curricular ou não.
Em uma área de desempenho as perspectivas do questionamento interdisciplinar são extensas, seja pelo fato do docente apropriar-se mais de uma disciplina da área, seja pela proximidade entre elas que permite estabelecer conexões entre os conteúdos. Silva (2011, p. 45) afirma que enquanto projeto, o currículo é um guia para os encarregados de seu desenvolvimento, um instrumento útil para orientar a prática pedagógica, uma ajuda para o professor.
Entretanto, os mediadores possam corroborar no desenvolvimento dos avanços da aprendizagem. Porém, o docente deve-se tornar suas experiências bem processadas para que haja transformações de comportamento, o aluno por si só constrói suas relações consigo mesmo sendo capaz de aprender. Tudo que se aprende e se ensina na sala de aula, são necessariamente conduzidos aos pais e ao ambiente familiar, pois são esses fatores que intercedem no desenvolvimento dos discentes na rotina escolar.
Quando falamos em currículo lembremo-nos de planejamento, conteúdo, metodologia, objetivo, dentre outros, onde todos esses elementos buscam atender as orientações das Diretrizes Curriculares. A palavra currículo esta associada às distintas concepções que derivam dos diversos modos de como a educação é concebida, bem como das influencias teóricas que a afetam. É importante ressaltar que diferentes fatores socioeconômicos, políticos e culturais contribuem para o conceito de currículo.
Diante dos desafios enfrentados pelos docentes na educação básica nas escolas, em detrimento da proposta curricular e sua prática, fica explicito que o currículo da modalidade da educação do campo têm sido ao longo dos anos discutidos numa ótica da pedagogia de competências ou habilidades, assim, a efetivação dele em práticas cotidianas nas salas de aula nas escolas rurais, precisa articular a consolidação de uma concepção de uma educação que seja pensada para realidade dos discentes do campo.
Sendo assim, currículo são os conteúdos a serem ensinadas e aprendidas, as experiências de aprendizagem escolares a serem vividos pelos discentes, os planos pedagógicos elaborados por docentes, escola, e sistemas educacionais, os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino, e os processos de avaliação que terminam por influírem nos conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização.
Pode-se entender currículo na concepção da escola do campo como as experiências escolares que se desdobram em torno do conhecimento, em meio a relações sociais, e que contribuem para construção das identidades de nossos discentes. É assim, o conjunto de esforços desenvolvidos com intenções educativas. É importante também ressaltar o papel do docente, no processo curricular sendo fundamental de grandes artífices, queira ou não, da construção dos currículos que se materializam nas salas de aulas.
De acordo com os PCNs:
Os conhecimentos não são mais apresentados como simples unidades isoladas de saberes, uma vez que estes se inter-relacionam, contrastam, complementam, ampliam e influem uns nos outros. Disciplinas são meros recortes do conhecimento, organizados de forma didática e que apresentam aspectos comuns em termos de bases científicas, tecnológicas e instrumentais (BRASIL, 2002, p. 30).
Assim, caracteriza-se a prática pedagógica na formação do docente como uma síntese das dimensões estrutural, que se orienta dos valores e objetivos de formação humana. Pensada nessa direção, a formação dos professores da escola do campo prescinde a reflexão coletiva com outros parceiros envolvidos nesse espaço singular, para construírem novo pensares e fazeres, transformando as suas ações para atender aos interesses dos grupos sociais a que essas práticas estão sendo vivenciadas.
Segundo Araújo e Silva:
A formação deve levar em consideração liberdade de consciência para o diálogo e para as decisões em conjunto, o que implica em desvendar a realidade e se organizar para transformá-la, sintetizando os interesses dos grupos sociais, o que compreende a lógica Freiriana do ser para ser mais, onde o democrático, o participativo, se aprende na prática. (ARAÚJO E SILVA, 2011, p. 36)
Assim, caracterizasse a prática pedagógica na formação do docente como uma síntese das dimensões estrutural, que se orienta dos valores e objetivos de formação humana. Sabemos que a escola precisa prepara-se para bem socializar os conhecimentos escolares e facilitar o processo do discente a outros saberes.
O currículo possui o potencial de tornar as pessoas capazes de compreender o papel que devem ter na mudança de seus contextos imediatos e da sociedade em geral, bem como de ajudá-las a adquirir os conhecimentos e as habilidades necessárias para que isso aconteça.
Concebemos o conhecimento escolar como uma construção especifica da esfera educativa, não como uma mera simplificação de conhecimento produzido fora da escola. O conhecimento escolar tem ainda característica própria que o distinguem de outras formas de conhecimento.
É preciso que as aulas elaboradas estejam de acordo com a realidade do aluno, fazendo com que ele se aproprie do conhecimento como um todo. “Compreender a significação... aprender a significação de uma coisa, de um acontecimento ou situação é ver a coisa em suas relações com outras coisas”... (MACHADO, 2011, p. 139).
Entretanto, durante o tempo em que nos parece ter sentido em refletir nos aspectos fundamentais de uma formação, que possibilite o desenvolvimento daquilo que neste estudo está associado ao professor interdisciplinar, nos parece também importante que a formação proporcione aos mediadores o crescimento das perspectivas que na verdade não se podem prescrever tais como um espírito livre, criativo e inovador, interessado em exercer um movimento dinâmico de relação, e a capacidade de ressignificar os saberes, mas que nos parecem que temos aqui um paradoxo interessante.
Esta pesquisa de cunho bibliográfico busca analisar e estudar encaminhamentos epistêmicos e metodológicos para a real implementação da prática interdisciplinar, por meio do desenvolvimento de uma abordagem de pesquisa qualitativa, com o discurso de duas professoras diante de um questionário estruturado e também analisando textos e documentos que tratam a questão da interdisciplinaridade sob a ótica de diversos autores, com o intuito de desmistificar as questões relacionadas a esse pleito.
A escolha pela abordagem qualitativa justifica-se por ser uma forma mais detalhada para entender a natureza de um fenômeno social com a intenção de coletar informações. Ela tem se mostrado útil no campo educacional porque examina o fenômeno numa configuração aprofundada, coletando informações, opiniões e comportamentos dos sujeitos, sobre o que eles pensam acerca do objeto de estudo, nesse caso, a interdisciplinaridade.
Nesse sentido, Fino (2010, p. 11) nos propõe um ensino baseado na investigação em que os professores seriam entrevistados com relação à interdisciplinaridade, para que se possa realizar o estudo com os professores no exercício de suas funções, refletindo o fazer e construindo práticas pedagógicas inovadoras, por meio da intervenção no próprio fazer das atividades cotidianas.
Quanto aos procedimentos técnicos adotados, Gil (2010) classifica as pesquisas em bibliográfica e documental e, no segundo, encontram-se pesquisas que se utilizam de fontes de pessoas, isto é, dependem de informações prestadas pelas pessoas. Incluem-se, portanto, a pesquisa experimental, o estudo de caso e o estudo de campo.
Para Gil:
O processo de pesquisa envolve a escolha do tema, levantamento bibliográfico preliminar, formulação do problema, elaboração do plano provisório de assunto, busca das fontes, leitura do material, fichamento, organização lógica do assunto e redação do texto. (GIL, 2010, p. 60)
Nesta pesquisa é utilizado o levantamento bibliográfico sobre a temática interdisciplinaridade para que auxilie na investigação da problemática, bem como os professores do Ensino Fundamental têm abordado a prática interdisciplinar em sala de aula, e para isso iremos adotar como coleta de dados a entrevista semiestruturada e o questionário.
Portanto, o questionário será aplicado de forma que as professoras não se intimidem com as respostas e possam nos responder como se fosse uma conversa informal. A ordem das perguntas busca do professor de maneira simples a visão, a opinião e a verdade sobre seu trabalho em sala de aula, não buscando criticar a metodologia usada pelo mesmo, mas procurando investigar formas de trabalhar as aulas de maneira interdisciplinar.
A pesquisa foi realizada em uma escola Municipal, localizada no agreste pernambucano, foram entrevistadas duas professoras que atuam nesta escola.
Tabela 1
Apresenta os resultados das respostas das professoras entrevistadas.
Perguntas e respostas |
Professora 1 |
Professora 2 |
A interdisciplinaridade é a tendência que a Pedagogia atual utiliza no âmbito escolar para desfragmentar o conhecimento? |
“O trabalho interdisciplinar possui um caráter único, o de aprimorar a capacitação do professor quanto a disciplina em sala de aula” |
“A interdisciplinaridade tem o objetivo de aperfeiçoar o professor através de capacitações para melhorar sua prática pedagógica”. |
Quando é preciso replanejar? |
“Sempre, o planejamento é ajustado e repensado a cada etapa vencida, de acordo com os indícios que os alunos dão sobre o que estão efetivamente aprendendo durante o processo. É comum identificar pontos que precisam ser retomados antes de iniciar a etapa seguinte ou conteúdos que necessitam ser reforçados para garantir novas aprendizagens”. |
“A todo o momento, o professor deve sempre rever sua prática pedagógica se estar realmente adequada ao nível dos alunos”. |
O trabalho interdisciplinar: tarefa fácil ou difícil?
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“Digamos que seja um processo mais trabalhoso que requer do professor mais tempo para pesquisar atividades que se encaixem em todas as disciplinas, ou quase todas, de acordo com o tema que será abordado, mas em contra partida, para o aluno é mais prazeroso estar aprendendo um conteúdo que está dentro de várias áreas do conhecimento sem ter que especificá-las em apenas uma disciplina isolada”. |
“O trabalho interdisciplinar é uma tarefa que não é fácil, pois precisa ser realizada várias pesquisas, e o professor tem que está preparado para saber como trabalhar os conteúdos envolvendo as disciplinas com objetivos claros”. |
O planejamento bimestral é sugestão de aulas por meio de propostas interdisciplinares interligando as disciplinas? |
“Sim. São lançados por meio de projetos que nos permite desenvolver uma boa aula”.
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“Sim. O fluxo curricular já traz essa proposta e os professores planejam suas aulas contemplando sequências didáticas interdisciplinares.” |
Fonte: Dados da pesquisa, 2019
Diante das respostas das professoras entrevistadas pode-se observar que a interdisciplinaridade é muito importante na vida profissional do professor, pois esta contribui de forma facilitadora para que os alunos aprendam de forma mais prazerosa.
Como nos aponta Machado (2011), quando diz que o professor na interdisciplinaridade não é um mero repassador do conhecimento, mais um reconstrutor juntamente com seus alunos possibilitando assim os mesmos a ser um pesquisador do conhecimento.
Observa-se que o professor deve estar em constante mudança, ou seja, é preciso sempre inovar suas práticas pedagógicas para que seus objetivos sejam alcançados.
A interdisciplinaridade surge como uma alternativa para a não fragmentação do conhecimento, como um modo de dar significado aos conteúdos abordados em sala de aula, contribuindo para a formação integral do cidadão, tornando-o um ser crítico e reflexivo. Um ensino pautado na prática interdisciplinar pretende formar alunos com uma visão global de mundo, aptos para “articular, religar, contextualizar, situar-se num contexto e, se possível, globalizar, reunir os conhecimentos adquiridos” (SILVA, 2011, p. 29).
As professoras relataram que o trabalho interdisciplinar na sala de aula não é uma tarefa fácil, pois requer do professor muito trabalho no preparo das aulas, muito estudo, reflexão. Na fala das professoras podemos ver essa angústia: “Digamos que seja um processo mais trabalhoso que requer do professor mais tempo para pesquisar atividades que se encaixem em todas as disciplinas ou quase todas de acordo com o tema que será abordado, mas em contra partida para o aluno é mais prazeroso está aprendendo um conteúdo que está dentro de várias áreas do conhecimento sem ter que especificá-las em apenas uma disciplina isolada”.
Conforme vimos também na fala de Machado, (2011) é um trabalho que vale a pena, pois deixará os alunos com uma visão global do mundo, e aptos a situar-se no contexto social, sendo atuantes na realidade que os cerca. Por isso, é importante esse planejamento de forma conjunta com os professores, para que eles tenham conhecimento sobre a organização das abordagens de ensino e se comprometam para que haja coerência entre abordagem interdisciplinar, prática pedagógica e currículo.
Umas das transformações do processo educacional é que o integral acerta com a interdisciplinaridade, priorizando o desempenho e recuperando sua universalidade e heterogeneidade. Entretanto os educadores priorizam a melhoria da interação com os colegas para repensar na prática docente.
Os discentes por encontrar-se em proximidade com o desenrolamento em grupo, destacando o ensinamento reavivado para a flexibilidade do universo que os é cercado; ainda que a escola tenha sua orientação pedagógica ponderada há todos instantes e ganham como excelente cúmplice a sociedade, porque a compreensão do universo que está inserido os alunos, partem da origem de observar a sociedade.
Constatou-se, que o desempenho interdisciplinar, antes de proceder à ligação temática entre diversas áreas do conhecimento, a execução praticável, mas não insubstituível, pois, devera rastrear unidade em termos de técnicas inovadoras do professor, ou seja, dialogar livremente as temáticas exploradas em cada área particularmente entrelaçadas nos contextos vivenciados na rotina escolar.
Por meio das entrevistas realizadas com as professoras, vimos que as práticas pedagógicas interdisciplinares quando realizadas, concretizam a aprendizagem e a abordagem interdisciplinar acontece no cotidiano da sala de aula de maneira satisfatória, tanto para o aluno quanto para o professor.
Embora para algumas professoras exercer uma prática pedagógica de maneira interdisciplinar tem dado um pouco de trabalho, mas elas têm conseguido, e sentem satisfação na conclusão dos projetos realizados, pois percebem que a aprendizagem do aluno aconteceu de maneira sólida e o conhecimento foi concretizado.
A valorização sobre a pertinência das praticas pedagógicas interdisciplinares para a concretização da aprendizagem fez com que as professoras trocassem experiências no dia a dia, mantendo um diálogo com as colegas e trocando atividades, interagindo e se mostrando capaz de dinamizar as aulas com ideias compartilhadas.
Entretanto, o planejamento em grupo e os estudos relativos aos programas de ensino decorrentes do fluxo curricular também foi de grande importância para a contemplação da abordagem interdisciplinar nos projetos pedagógicos elaborados na educação.
ARAÚJO, Ismael Xavier; SILVA, Severino Bezerra da (2011). Educação do campo e a formação sociopolítica do educador. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB.
ARROYO, Miguel Gonzalez; CALDART, Roseli Salete; MOLINA, Mônica Castagna (2004). Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica (2002). Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: Ministério da Educação. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. Acesso em: 09 ago 2016.
FINO, Carlos Nogueira (2011). Investigação e inovação (em educação). In: FINO, Carlos Nogueira & SOUSA, Jesus Maria (Org.). Pesquisar para mudar (a educação). Funchal: Universidade da Madeira.
GIL, Antônio Carlos (2010). Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª ed. São Paulo: Atlas.
GODOY, H. P. (2014) Consciência espiritual. In. Interdisciplinaridade: pensar, pesquisar, intervir, Org., Ivani Catarina Arantes Fazenda, Hermínia Prado Godoy. São Paulo: Cortez, 69 p.
MACHADO, Nilson José (2011). Epistemologia e didática: as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente.São Paulo, Cortez, p. 303.
SILVA, Wagner Rodrigues (2011). Construção da interdisciplinaridade no espaço complexo de ensino e pesquisa. Cadernos de Pesquisa, v. 41, nº 143.
1. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA. Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins- FACOL, Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Gama Filho-UGF. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. E-mail: bvnairalves@gmail.com
2. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú- UVA. Especialista em Psicopedagogia pela Faculdade Escritor Osman da Costa Lins- FACOL, Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Gama Filho-UGF. Doutoranda em Ciências da Educação pela Atenas College University. Lattes: http://lattes.cnpq.br/6545566162309530, neide-silva96@hotmail.com
3. Biólogo-UFRPE, Mestre em Biologia-UFPE, Doutor em Biologia-UFPE, Professor do PPG/Faculdade ALPHA e do Centro Universitário Brasileiro – UNIBRA, Recife-PE-Brasil. ORCID ID: https://orcid.org/0000-0002-9230-3409. E-mail: gusmao.diogenes@gmail.com
4. Refere-se aos conceitos que temos em mente acerca do que lemos e ouvimos ao longo do processo acadêmico e da própria prática pedagógica, nas questões relativas a interdisciplinaridade, e aos diferentes tipos de currículos.