ISSN 0798 1015

logo

Vol. 39 (Nº 09) Ano 2018 Pág. 31

Levantamento etnobotânico das comunidades envolvidas com o Distrito de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí, Parnaíba -Brasil-

Ethnobotanical survey of surrounding communities involved with the Irrigation District of Tabuleiros Litorâneos of Piauí, Parnaíba -Brazil-

Roseli de Araujo BRITO 1; Laura Araujo de BRITO 2; Maura Rejane de Araújo MENDES 3; Melise Pessôa Araujo MEIRELES 4

Recebido: 03/11/2017 • Aprovado: 08/12/2017


Conteúdo

1. Introdução

2. Metodologia

3. Resultados

4. Concluções

Referências bibliográficas


RESUMO:

O objetivo desse trabalho foi fazer o levantamento etnobotânico das comunidades envolvidas com o Distrito de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí (DITALPI). Foi calculado o valor de uso (VU) para todas as espécies e o fator do consenso do informante (FCI) e importância relativa (IR) para as espécies medicinais. Foram entrevistadas 22 pessoas através de questionários semiestruturados. Mencionaram-se 70 taxa, distribuídos em 67 gêneros e 36 famílias. A principal fonte de utilização das plantas é na alimentação humana (36,3%).
Palavras-Chiave: Flora nativa; Conhecimentos tradicionais; valor de uso

ABSTRACT:

The aim of this work was to evaluate the ethnobotanical survey of surrounding communities involved with Irrigation District of Tabuleiros Litorâneos do Piauí (DITALPI). The use value (VU) for all species, plus the informant consensus factor (FCI) and relative importance (IR) for the medicinal species were calculated. Semi-structured questionnaires were applied to twenty-two people form the surrounding communities. There were mentioned 70 taxa, distributed in 67 genera and 36 families. The main source of plant utilization is in human food (36.3%).
Keywords: Native flora, Tradicional knowledges, use value

PDF version

1. Introdução

O uso/conhecimento dos vegetais pelos povos, além da relação homem e planta, tem sido observado a milhares de anos (AZÊVEDO et al., 2010; CUNHA et al., 2015 e LEITE et al., 2015). Vários são os potenciais de usos, como para a alimentação, construção, remédios, ornamentação, entre outros (FERREIRA, PASA E NUNEZ, 2016). De acordo com Sousa, Araújo e Lemos (2015), foi através da utilização desses vegetais que os homens buscaram formas para aperfeiçoar sua qualidade de vida, bem como ampliar as suas chances de sobrevivência.

No Brasil, a flora tem sido objeto de estudos a partir da época colonial, devendo-se a Correia (1926/1978) um dos primeiros trabalhos dedicados à investigação de cunho geral sobre todos os tipos de plantas de interesse econômico. Franco (2005), relata que os estudos etnobotânicos realizados no Brasil foram mais comuns com indígenas na região amazônica, devido à grande variedade natural de plantas e diversidade de cultura.

O surgimento das pesquisas etnobotânicas serve para nos ajudar a entender a afinidade entre as pessoas e as plantas, com a observação de forma criteriosa dos usos vegetais feitos pelos seres humanos, e a importância que estes recursos podem representar para a sociedade que desfruta de tal uso (BASTOS, 2012). No Nordeste, a Etnobotânica tem sido objeto de estudo de vários autores (por exemplo, ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002; ALMEIDA, 2011; SILVA, REGIS e ALMEIDA, 2012; CARVALHO, 2013; CAVALCANTE e SILVA, 2014; RODRIGUES e ANDRADE, 2014; NASCIMENTO et al., 2015; BRANDÃO, 2016). Para o Piauí, talvez pela alta riqueza cultural do Estado, aliada à diversidade da vegetação, tem crescido o interesse nesse resgate de importância econômica (Franco, 2005; Oliveira, 2008; Aguiar, 2009; Sousa, Araújo e Lemos, 2015; Farias, 2016).

Tais estudos podem ainda ajudar no resgate de informações de plantas em locais onde o aumento da agricultura e a devastação intensa de áreas antes preservadas continuam ocorrendo, a exemplo do que acontece no Distrito de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos (DITALPI), onde a maior parte da vegetação nativa foi substituída por extensas plantações irrigadas, especialmente de acerola orgânica (Malpighia emarginata DC.). Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi fazer o levantamento etnobotânico nas comunidades envolvidas com o DITALPI.

2. Metodologia

2.1. Descrição da área e técnicas de pesquisa

O Presente estudo foi realizado na área do Distrito de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí (DITALPI), localizado na cidade de Parnaíba. O local fica na BR 343 que liga o município de Parnaíba ao de Buriti dos Lopes. O clima local, segundo a classificação de Köppen, é do tipo AW’ (tropical chuvoso). As chuvas distribuem-se de janeiro a março, com precipitação média de 1.280 mm e temperatura média anual de 27ºC (DNOCS, 2005).

Na região vivem basicamente proprietários de lotes de terra, e alguns agricultores que trabalham por diárias e residem temporariamente no local. Na área do DITALPI a principal atividade praticada é a agricultura irrigada, principalmente para o cultivo orgânico da espécie Malpighia emarginata DC. (acerola), destinada à comercialização para indústria farmacêutica, e em menor escala para alimentação. Outras culturas como Anacardium occidentale L. (caju), Cocos nucifera L. (coco), Manihot esculenta Crantz (mandioca), Citrullus vulgaris Schrad. ex Eckl. & Zeyh (melancia), Carica papaia L. (mamão), são também produzidas, embora, neste caso, nem todas orgânicas. Foram entrevistadas 22 pessoas entre proprietários e agricultores.

As informações etnobotânicas e socioeconômicas foram coletadas da população local apenas após a submissão e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CONEP e CEP/UESPI; CAAE: 30859314.4.0000.5209). Inicialmente foram realizadas conversas com as pessoas da comunidade para explicar o motivo da pesquisa em questão e a importância da contribuição delas para o estudo em foco. Assim que ficaram esclarecidas as dúvidas foi solicitada a permissão das mesma para participar da pesquisa através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Em seguida, após a assinatura do Termo, foram coletadas as informações necessárias e compiladas na forma de questionário. Foi utilizado o método de amostragem por “bola-de-neve”, através do qual uma pessoa que tinha sido entrevistada indicava um informante-chave da comunidade que detinha um maior conhecimento da flora local e que podia colaborar com o estudo (BAYLEY, 1982). Também foi empregada a técnica de “turnê-guiada” na qual as plantas citadas pelos entrevistados eram coletadas acompanhadas pelo próprio informante (BERNARD, 1988).

Todas as espécies citadas com potencial etnobotânico foram coletadas e passadas pelo processo de herborização conforme metodologia usual em trabalhos de botânica (MORI et al., 1989). A identificação das espécies foi realizada primeiramente por consultas à literatura especializada disponível e por comparação com exsicatas depositadas no Herbário Graziela Barroso (TEPB) e também no Herbário Delta do Parnaíba (HDelta), ambos pertencentes à Universidade Federal do Piauí (UFPI). As espécies foram classificadas em famílias de acordo com o sistema Angiosperm Phylogeny Group III (APG III, 2009). Os nomes científicos atribuídos às espécies vegetais foram conferidos no site da Flora do Brasil, (floradobrasil.jbrj.gov.br) evitando assim possíveis erros de grafia.

Após a aplicação dos questionários foram realizadas novas entrevistas, agora com pranchas de fotos coloridas, incluindo todas as espécies citadas. Nesta etapa, que teve como objetivo medir a suficiência amostral das entrevistas, o público alvo foram os informantes-chave, ou seja, aqueles que detinham um maior saber sobre a flora local. Apenas após o reconhecimento dessas espécies vegetais foi realizada a tabulação dos dados.

2.2. Análise dos dados

O cálculo do valor de uso (VU), para a análise quantitativa, utilizado para medir a importância das plantas para a população estudada, foi feito pela aplicação da fórmula proposta por Phillips e Gentry (1993) modificado por Rossato et al. (1999). Onde VU=Ui/n; em que: Ui=número de citações de uso, mencionados por cada informante, n=número total de informantes. O valor de uso calculado envolveu as categorias de uso em geral.

Para cada espécie medicinal citada, foi calculada a importância relativa (IR), baseando-se na proposta de Bennett e Prance (2000), onde IR=NSC+NP, na qual NSC=NSCE/NSCEV e NP=NPE/NPEV. NSCE é o número de sistemas corporais tratados por uma determinada espécie, NSCEV o número total de sistemas corporais tratados pela espécie mais versátil, NPE o número de propriedades atribuídas para uma determinada espécie e NPEV o número total de propriedades atribuídas à espécie mais versátil. O valor máximo do IR obtida por uma espécie é no máximo 2.

Foi também calculado, para a categoria medicinal, o Fator de Consenso dos Informantes (FCI), através da fórmula FCI = nar – na /nar – 1, adaptada de Trotter e Logan (1986), onde: nar = somatório de todos os usos registrados por cada informante para uma categoria; na = número de espécies indicadas naquela dada categoria.

As categorias de doenças ou sintomas seguiu a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) organizados de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2000) e somente em seguida calculados o Fator de Consenso dos Informantes (FCI).

Foram identificadas 70 taxa, distribuídos em 66 gêneros e 38 famílias. Fabaceae foi a mais numerosa (12,8% do total de espécies), seguida por Anarcadiaceae, Lamiaceae e Poaceae com 5,7%, cada (Tabela 1). A família Fabaceae também teve destaque em outros estudos etnobotânicos (FRANCO e BARROS, 2006; OLIVEIRA, BARROS e MOITA NETO, 2010; ROQUE e LOIOLA, 2013; FREITAS et al., 2013; VIEIRA, SOUSA e LEMOS, 2015; FARIAS, 2016). O destaque dessa família, citado nas entrevistas, pode estar relacionado a ampla distribuição da mesma na região Nordeste, com consequente maior ocorrência de usos.

O resgate do conhecimento empírico evidenciou que a principal fonte de utilização das plantas é na alimentação humana (37%), seguida pela medicina popular (33%), uso ornamental (11%), extração de madeira (9%), melífera (4%), forragem (3%), biocombustível, tóxica e como quebra-vento nas culturas (com apenas 1%, cada). No estudo realizado por Silva, Lopes e Barros (2013), em duas comunidades rurais de Campo Maior – PI, a categoria alimentícia foi a mais utilizada pelos moradores. Outros estudos sobre etnobotânica no estado do Piauí destacaram o uso medicinal como o mais citado, tais como o de Bastos (2012) e Farias (2016).

Tabela 1
Espécies úteis citadas pelos entrevistados da comunidade do Distrito de Irrigação
dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí, Parnaíba, Piauí,
VU = Valor de uso e IR= Importância relativa das espécies medicinais.

Família/ espécies

Nome vernacular

Hábito de crescimento

Categoria de uso

VU

IR

Acanthaceae

 

Asystasia gangetica (L.) T.Anderson

acistácia

Erva

ornamental

0,045

------

Justicia pectoralis Jacq.

anador

Erva

medicinal

0,045

0,39

Amaranthaceae

 

Dyphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants

mastruz

Erva

medicinal

0,23

1,18

Anacardiaceae

 

Myracrodruon urundeuva Allemão

aroeira

árvore

medicinal

0,23

1,60

Spondias mombin L.

cajá

árvore

alimentícia

0,045

------

Anacardium occidentale L.

Caju

árvore

alimentícia, medicinal, melífera e biocombustível

0,68

0,93

Mangifera indica L.

manga

árvore

alimentícia

0,50

------

Annonaceae

 

Annona muricata L.

graviola/ araticum

árvore

alimentícia

0,14

------

Annona squamosa L.

Ata

árvore

alimentícia

0,14

------

Apiaceae

 

Daucus carota L.

cenoura

Erva

alimentícia

0,09

------

Coriandrum sativum L

coentro

Erva

Alimentícia

0,09

------

Apocynaceae

 

Catharanthus roseus (L.) G.Don

boa noite

Erva

medicinal e  ornamental

0,18

0,39

Araceae

 

Dieffenbachia sp.

comigo ninguém pode

subarbusto

ornamental

0,09

------

Arecaceae

 

Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore

carnaúba

árvore

madeireira

0,045

------

Cocos nucifera L.

Coco

árvore

alimentícia

0,60

------

Roystonea sp.

palmeira imperial

árvore

ornamental

0,045

------

Asparagaceae

 

Sansevieria trifasciata Hort. ex Prain

espada de são Jorge

subarbusto

ornamental

0,045

------

Asteraceae

 

Lactuca sativa L.

alface

Erva

alimentícia

0,045

------

Bignoniaceae

 

Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos

Pau d'arco roxo

árvore

madeireira e melífera

0,09

------

Bromeliaceae

 

Ananas comosus (L.) Merr

abacaxi

subarbusto

alimentícia

0,18

------

Cactaceae

 

Cereus jamacaru DC.

mandacarú

arbusto

medicinal

0,09

0,39

Caricaceae

 

Carica papaia L.

mamão

arbusto

alimentícia

0,14

------

Combretaceae

 

Combretum mellifluum Eichler.

mufumbo

arbusto

madeireira e medicinal

0,09

0,39

Costaceae

 

Costus spicatus (Jacq). Sw

cana da índia

subarbusto

medicinal

0,045

0,39

Crassulaceae

 

Bryophyllum pinnatum (Lam.) Omen

corona

Erva

medicinal

0,045

0,78

Cucurbitaceae

 

Cucurbita pepo L.

Abóbora/ jerimum

Erva

alimentícia

0,18

------

Cucumis anguria L.

maxixe

Erva

alimentícia

0,045

------

Citrullus vulgaris Schrad. ex Eckl. & Zeyh

melancia

Erva

alimentícia

0,14

------

Davalliaceae

 

Nephrolepis sp.

samambaia

Erva

ornamental

0,09

------

Euphorbiaceae

Codiaeum variegatum L.

dinheiro

arbusto

ornamental

0,045

------

Croton sp.

mameleiro

arbusto

madeireira e medicinal

0,09

0,78

Manihot esculenta Crantz.

mandioca/macaxeira

arbusto

alimentícia, forrageira e tóxica

0,36

------

Fabaceae

Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm.

amburana de cheiro

árvore

medicinal

0,14

0,78

Piptadenia macrocarpa Benth.

angico preto

árvore

medicinal

0,045

0,39

Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R.W.Jobson

catanduva

árvore

madeireira

0,045

------

Poincianella gardneriana (Tul.) L.P. Queiroz

catingueira

arbusto

madeireira, medicinal e melífera

0,23

0,39

Phaseolus vulgaris L.

feijão

subarbusto

alimentícia

0,41

------

Hymenaea courbaril L.

jatobá

árvore

medicinal

 

0,39

Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L.P. Queiroz

jucá

árvore

medicinal

0,18

0,93

Bauhinia ungulata L.

mororó

arbusto

madeireira e medicinal

0,14

0,39

Mimosa caesalpinifolia Benth.

sabiá/ unha de gato

árvore

madeireira

0,23

------

Lamiaceae

Hyptis suaveolens (L.) Poit.

bamburral

subarbusto

melífera

0,09

------

Plectranthus barbatus Andrews.

boldo

erva

medicinal

0,60

0,93

Mentha x villosa Huds.

hortelã

erva

medicinal

0,32

1,86

Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.

malva

erva

medicinal

0,18

1,21

Liliaceae

Aloe vera (L.) Burm. f.

babosa

erva

medicinal

0,09

0,39

Allium schoenoprasum L.

cebola

erva

alimentícia

0,14

------

Malpighiaceae

Malpighia emarginata DC.

acerola

arbusto

alimentícia e medicinal

1,27

0,39

Malvaceae

Hibiscus rosa-sinensis L.

Flor de hibisco

arbusto

ornamental

0,045

------

Abelmoschus esculentus (L.) Moench

quiabo

subarbusto

alimentícia

0,045

------

Musaceae

Musa paradisiaca L.

banana

arbusto

alimentícia e quebra vento

0,18

------

Myrtaceae

Eucalyptus globulus Labill.

eucalipto

árvore

medicinal

0,09

0,39

Psidium guajava L.

goiaba

arbusto

alimentícia

0,14

------

Olacaceae

Ximenia americana L.

ameixa

arbusto

alimentícia e medicinal

0,36

0,93

Oxalidaceae

Oxalis sp.

azedinha

erva

alimentícia e ornamental

0,045

------

Poaceae

Echinochloa polystachya (Munth) Hitchc.

capim canarana

subarbusto

forrageira

0,09

------

Pennisetum purpureum Schum.

capim elefante

arbusto

forrageira

0,045

------

Cymbopogon citratus (DC.) Stapf

capim santo/ capim limão

erva

alimentícia e medicinal

0,45

1,61

Zea mays L.

milho

arbusto

alimentícia

0,27

------

Punicaceae

Punica granatum L.

romã

arbusto

alimentícia e medicinal

0,09

0,39

Rhamnaceae

Ziziphus joazeiro Mart.

juá

árvore

alimentícia

0,045

------

Rosaceae

Rosa sp.

rosa

subarbusto

ornamental

0,045

------

Rubiaceae

Morinda citrifolia L

noni

subarbusto

medicinal

0,045

0,39

Rutaceae

Citrus aurantium L.

laranja

arbusto

alimentícia e medicinal

0,18

0,78

Citrus limonum Risso.
 

limão

arbusto

alimentícia e medicinal

0,32

0,78

Solanaceae

Capsicum chinense Jacq.

pimenta de cheiro

subarbusto

alimentícia

0,045

------

Capsicum frutescens L.

pimenta malagueta

Subarbusto

alimentícia

0,09

------

Lycopersicum esculentum Mill.

tomate

subarbusto

alimentícia

0,09

------

Verbenaceae

Lippia alba (Mill). N. E. Br.

Erva cidreira

subarbusto

Alimentícia e medicinal

0,68

1,75

Zingiberiaceae

Zingiber officinalis Roscoe

gengibre

erva

alimentícia e medicinal

0,18

1,32

Tais conhecimentos sobre as plantas e seus usos foram herdados em grande parte dos pais e avós ou somente dos pais (Figura 1). Outros trabalhos (BASTOS, 2012; CHAVES et al., 2014; SILVA et al., 2015) também demonstram que a maioria do conhecimento sobre o uso das plantas foi herdado através dos pais e dos avós ou somente dos país, comprovando assim, que a maior parte do repasse dos saberes acerca dos usos das plantas continuam sendo entre o berço familiar.

Figura 1
Conhecimentos adquiridos dos informantes da comunidade do Distrito
de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos do Piauí, Parnaíba, Piauí

A maioria das espécies citadas pelos moradores é cultivada nos quintais das casas (75,7%). A maior parte dessas plantas é de pequeno porte, 28,6% são herbáceas e 25,7% arbustivas. O porte herbáceo também foi citado em outros estudos como sendo predominante (ARAÚJO e LEMOS 2015; RÊGO et al., 2016). A predominância no DITALPI, provavelmente está relacionada à maioria das plantas serem cultivadas nos próprios quintais dos entrevistados, além da facilidade de cultivo desses vegetais.

Das plantas alimentícias, as partes mais consumidas mencionadas foram frutos (69,7%), folhas (18,2%), raiz e sementes (6,1%, cada). Nascimento et al. (2015) em um estudo sobre plantas alimentícias espontâneas conhecidas pelos moradores do Vau da Boa Esperança, município de Barreiras, Oeste da Bahia, Nordeste do Brasil também citaram o fruto como sendo a parte mais consumida das plantas alimentícia.

No uso medicinal, as partes das plantas mais utilizadas foram folhas (34,4%), cascas (31,3%), frutos (18,8%), caule e raízes (6,2%, cada) e sementes (3,1%). As formas de preparo dos remédios naturais caseiros dessas plantas são os chás por infusão (36,0%) e decocção (18,0%), sucos (13,0%), pó (8,0%), in natura, lambedor, sumo e banho (5,0%, cada), garrafadas e maceração (2,5%, cada). Os chás também estão como sendo as principais formas de preparo em outros trabalhos realizados no estado do Piauí (FRANCO, 2005; AGUIAR, 2009). A utilização principalmente das folhas foi observada em diversos outros estudos do Nordeste (FRANCO e BARROS 2006; OLIVEIRA, BARROS e MOITA NETO 2010; SILVA, REGIS e ALMEIDA, 2012; MACÊDO, RIBEIRO E SOUSA, 2013; BAPTISTEL et al., 2014; CAVALCANTE e SILVA 2014; ARAÚJO e LEMOS 2015; VIEIRA, SOUSA e LEMOS, 2015; SANTOS e PADRÃO, 2016; SANTOS et al., 2016).

As espécies alimentícias mais citadas foram Malpighia emarginata DC. (acerola), Anacardium occidentale L. (caju), Cocos nucifera L. (coco), Mangifera indica L. (manga) e Phaseolus vulgaris L. (feijão). O maior número de citações dessas plantas pode ser devido à área do DITALPI produzi-las para o consumo e também para a comercialização, com isso havia um maior contato das pessoas com essas espécies. Entre as medicinais mais citadas estão Plectranthus barbatus Andrews (boldo), Lippia alba (Mill.) N. E. Br. ex Britton & Wilson (erva cidreira), Cymbopogon citratus (DC). Stapf (capim-limão), Mentha x villosa Huds (hortelã) e Dyphania ambrosioides (L.) Mosyakin & Clemants (mastruz). Destas, Lippia alba e Plectranthus barbatus estiveram entre as espécies medicinais mais citadas no estudo realizado por Araújo e Lemos (2015) em Curral Velho, Luís Correia, Piauí e também no trabalho de Bandeira, Silva e Brito (2015), em Jatobá do Piauí.

Os maiores valores de uso foram registrados para Malpighia emarginata (VU = 1,27), Anacardium occidentale e Lippia alba (0,68), Plectranthus barbatus, Cocos nucifera e (VU = 0,60 cada). O menor valor de uso registrado foi de 0,045 para Lactuca sativa L. (alface), Justicia pectoralis Jacq. (anador), Spondias mombin L. (cajá), Morinda citrifolia L. (noni), dentre outras. No trabalho de Farias (2016) na comunidade Lagoa da Prata, Parnaíba Piauí, as espécies Anacardium occidentale, Lippia alba e Plectranthus barbatus também estão entre as que alcançaram maiores valores de uso.

As espécies medicinais mais versáteis, quanto aos usos, determinados através do cálculo de Importância Relativa, foram Mentha x villosa (IR = 1,86), Lippia alba (IR = 1,75), Cymbopogon citratus e Myracrodruon urundeuva Allemão(IR = 1,60). Rodrigues e Andrade (2014) também relataram em seu trabalho na comunidade de Inhamã, Pernambuco que Lippia alba e mentha x villosa apresentaram maiores IR. Na zona urbana de Cajueiro da Praia, Piauí, Santos et al. (2016), citaram Cymbopogon citratus comouma das que apresentaram maior versatilidade de usos.

Myracrodruon urundeuva foi registrada por Oliveira, Barros e Moita Neto (2010), com destaque quanto ao uso. Na década de 80 houve grande extração das cascas de desta espécie, com rumores de que essa planta curaria o câncer, a retirada das cascas não era adequada, resultando na morte de um grande número de indivíduos da espécie (CHAVES, 2005), tornando a espécie ameaçada de extinção pelo Ministério do Meio Ambiente em 2008 (MMA, 2008).

As categorias de sintomas ou doenças que obtiveram os maiores índices foram doenças do aparelho circulatório (I00-I99), FCI=1,00, doenças do aparelho digestivo (K00-K93), FCI=0,79; doenças do aparelho geniturinário (N00-N99), FCI=0,67; sintomas e sinais gerais (R50-R69), FCI=0,62; doenças do aparelho respiratório (J00-J99), FCI=0,61 e lesões, envenenamento e algumas outras consequências de causas externas (S00-T98), FCI=0,33. As categorias que apresentaram menores índices foram neoplasias (C00-D48), doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas (E00-E90), FCI=0.

Com exceção da categoria de doenças relacionadas ao aparelho geniturinário (N00-N99), as outras categorias que obtiveram maiores valores de FCI no DITALPI também foram encontradas no trabalho de Araújo e Lemos (2015) na comunidade de Curral Velho, Luís Correia, Piauí. Em outra área próxima, em estudos realizados por Santos et al. (2016) doenças do aparelho circulatório e doenças do aparelho respiratório também estiveram entre as categorias que alcançaram maiores FCI.

4. Concluções

A comunidade local afirma recorrer às plantas dos seus quintais para fazer determinados tipos de chás no momento que necessitam curar enfermidades e também alguns alimentos para complementar a alimentação da família. Entretanto, relatam que a cada dia que passa as pessoas estão afastando-se da medicina popular devido recorrerem aos medicamentos farmacêuticos, por acharem mais eficientes que os naturais.

O Distrito de Irrigação dos Tabuleiros Litorâneos, por ser um local de grande importância para produção agrícola da região necessita de estudos que resgatem os conhecimentos adquiridos pelos povos tradicionais, que possam auxiliar na tomada de decisões que garantam a manutenção e o uso sustentado dos recursos naturais.

Referências bibliográficas

AGUIAR, L. C. G. G. 2009; Etnobotânica em quintais de comunidades rurais no domínio do cerrado Piauiense (município de Demerval Lobão, Piauí, Brasil). Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 134p.

ALBUQUERQUE, U. P; ANDRADE, L. H. C. 2002; Uso de Recursos Vegetais da Caatinga: o caso do agreste do estado de Pernambuco (Nordeste do Brasil). Interciência, v. 27, n. 7. Caracas-Venezuela.

ALMEIDA, V. S. 2011; Uso, manejo e estrutura da vegetação da caatinga por duas comunidades quilombolas do município de Jeremoabo, Bahia, Brasil. Tese (doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Botânica. Universidade Estadual de Feira de Santana. Feira de Santana, 161p.

ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP III (APG III). 2009; An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society, v. 161, p. 105-121.

ARAUJO, J. L; LEMOS, J; R. 2015; Estudo etnobotânico sobre plantas medicinais na comunidade de Curral Velho, Luís Correia, Piauí, Brasil. Revista Biotemas, v. 28, n. 2.

AZEVÊDO, T. K. B; TREVISAN, L. F. A; PEREIRA, A. V; MORAIS, D. L; MEDEIROS, J. X; COSTA, A. S; GUEDES, A. F; MARINHO, M. G. V. 2010; Levantamento etnobotânico realizado no sítio Mocambo, município de Patos – PB. Agropecuária Técnica – v. 31, n. 1, p. 83–87.

BANDEIRA, L. R. G. S.; SILVA, M. D. S.; BRITO, R. C. T. R. 2015; Uso de plantas medicinais cultivadas na comunidade Lagoa do Porão, Jatobá do Piauí. Revista Interdiciplinar. v. 8, n. 1, p. 55-61.

BAPTISTEL, A. C; COUTINHO, J. M. C. P.; LINS NETO, E. M. F.; MONTEIRO, J. M. 2014; Plantas medicinais utilizadas na Comunidade Santo Antônio, Currais, Sul do Piauí: um enfoque etnobotânico. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v.16, n.2, supl. I, p. 406-425.

BASTOS, E. M. 2012; Conhecimento botânico local no assentamento saco do Juazeiro, São Miguel do Tapuio, Piauí. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 109p.

BAYLEY, K. D. 1982; Methods of social research. New York: Free Press, 553 p.

BENNETT, B. C; PRANCE, G. T. 2000; Introduced plants in the indigenous pharmacopoeia of Northern South America. Economic Botany, New York, v. 54, n. 1, p. 90-102.

BERNARD, H. R. 1988; Research methods in cultural anthropology. Newbury Park, CA, Sage Publ.

BRANDÃO, J. M. P. 2016; Perfil etnobotânico: o uso de plantas medicinais por uma comunidade rural da cidade de Lagoa Seca-PB. Monografia (Etnobiologia)- Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde. Campina Grande – PB, 32p.

CARVALHO, Z. S. 2013; Relevância da Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae) entre as espécies de uso medicinal no município de Cruz das Almas, BA. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas. Cruz das Almas, BA, 104p.

CAVALCANTE, A. C. P; SILVA, A. G. 2014; Levantamento etnobotânica e utilização de plantas medicinais na comunidade Moura, Bananeiras-PB. Revista Monografias Ambientais, v. 14, n. 2, p. 3225 – 3230.

CHAVES, E. M. F. 2005; Florística e potencialidades econômicas da vegetação de carrasco no município de Cocal, Piauí, Brasil. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do Piauí, Teresina PI, 112p.

CHAVES, E. M. F; CHAVES, E. B. F; SÉRVIO JÚNIOR, E. M; BARROS, R. F. M. 2014; Conhecimento tradicional: a cultura das cercas de madeira no Piauí, Nordeste do Brasil. Etnobiología v. 12, n. 1.

CORRÊIA, M. P. 1926/1978; Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas, v.6, Rio de Janeiro.

CUNHA, M. M. C; GONDIM, R. S. D; BONFIM, B. F; BATALHA JUNIOR, N. J. P; BARROSO, W. A; VILANOVA, C. M. (2015); Perfil etnobotânico de plantas medicinais comercializadas em feiras livres de São Luís, Maranhão, Brasil. Scientia Plena 11, 12120-1.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE OBRAS CONTRA AS SECAS (DNOCS). 2005; Projetos de irrigação no Piauí. Disponível em: http://201.30.148.11/~apoena/php/projetos/projetos.php? Fortaleza.

FARIAS, J. C. 2016; Etnozoologia e etnobotânica na comunidade Lagoa da Prata, no município de Parnaíba, Piauí. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do Piauí, Teresina PI, 127p.

FERREIRA, A. L. S; PASA, M. C; NUNEZ, C. V. 2016; A etnobotânica na comunidade Barreirinho, Santo Antônio do Leverger – MT, Brasil. Biodiversidade - v.15, n2, p. 85.

FRANCO, E. A. P. 2005; A etnobotânica e o desenvolvimento sustentável no Quilombo Olho D´água dos Pires, Esperantina, Piauí, Brasil. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do Piauí, Teresina PI, 104p.

FRANCO, E. A. P; BARROS, R. F. M. 2006; Uso e diversidade de plantas medicinais no Quilombo Olho D’água dos Pires, Esperantina, Piauí. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.8, n.3, p.78-88.

FREITAS, B. A. L; OLIVEIRA, D. M; OLIVEIRA, D. G; GOMES, L. J. 2013; Conhecimento e uso da flora pelos moradores do assentamento São Judas Tadeu, Porto da Folha, Sergipe. Revista Ouricuri, Paulo Afonso, Bahia, v.3, n.2, p. 019-036.

LEITE, I. A; MORAIS, A. M; Ó, K. D. S; CARNEIRO, R. G; LEITE, C. A. (2015); A etnobotânica de plantas medicinais no município de São José de Espinharas, Paraíba, Brasil. Biodiversidade - v.14, n1, p. 22.

LISTA DE ESPÉCIES DA FLORA DO BRASIL. Disponível em: http://floradobrasil.jbrj.gov.br// . Acesso em: 05-01-2017.

MACÊDO, M. S; RIBEIRO, D. A; SOUZA, M. M. A. 2013; Uso de plantas medicinais cultivadas em uma área de caatinga em Assaré – Ceará.  Caderno de Cultura e Ciência, Ano VIII, v.12, n.1.

MMA (Ministério do Meio Ambiente). Instrução Normativa Nº 06, de 23 de Setembro de 2008. Ministério de Meio Ambiente. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/179/_arquivos/179_05122008033615.pdf. Acesso em 09-02-2017.

MORI, S. A; SILVA, L. A. M; LISBOA, G; CORANDIN, L. 1989; Manual de manejo do herbário fanerogâmico. 2ª ed. Centro de Pesquisas do Cacau: Ilhéus.

NASCIMENTO, V. T; PEREIRA, H. C; SILVA, A. S; NUNES, A. T; MEDEIROS, P. M. 2015; Plantas alimentícias espontâneas conhecidas pelos moradores do Vau da Boa Esperança, município de Barreiras, oeste da Bahia, nordeste do Brasil. Revista Ouricuri, v.5, n.1, p. 086-109. Paulo Afonso, Bahia.

OLIVEIRA, F. C. S. 2008; Conhecimento botânico tradicional em comunidades rurais do semiárido Piauiense. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) – Universidade Federal do Piauí, Teresina PI, 134p.

OLIVEIRA, F. C. S; BARROS, R. F. M; MOITA NETO, J. M. 2010; Plantas medicinais utilizadas em comunidades rurais de Oeiras, semiárido piauiense. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.12, n.3, p. 282-301.

OMS – ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. 2000; Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. 10. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1191 p.

PHILLIPS, O; GENTRY, A. H. 1993; The useful plants of Tambopata, Peru. I. Statistical hypothesis with a new quantitative technique. Economic Botany, New York, v. 47, p. 15-32.

RÊGO, C. A. R. M; ROCHA, A. E; OLIVEIRA, C. A; PACHECO, F. P. F. 2016; Levantamento etnobotânico em comunidade tradicional do assentamento Pedra Suada, do município de Cachoeira Grande, Maranhão, Brasil. Acta Agronómica. v. 65, n. 3, p. 284-291.

RODRIGUES, A. P. ANDRADE, L. H. C. 2014; Levantamento etnobotânico das plantas medicinais utilizadas pela comunidade de Inhamã, Pernambuco, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v.16, n.3, supl. I, p. 721-730.

ROQUE, A. A; LOIOLA, M. I. B. 2013; Potencial de uso dos recursos vegetais em uma comunidade rural no semiárido Potiguar. Revista Caatinga, Mossoró, v. 26, n. 4, p. 88 – 98.

ROSSATO, S. C; LEITÃO-FILHO, H. F; BEGOSSI, A. 1999; Ethnobotany of caiçaras of the Atlantic Forest coast (Brazil). Economic Botany, New York, v. 53, n. 4, p. 387-395.

SANTOS, A. B. N; ARAÚJO, M. P; SOUSA, R. S; LEMOS, J. R. 2016; Plantas medicinais conhecidas na zona urbana de Cajueiro da Praia, Piauí, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Campinas, v.18, n.2, p. 442-450.

SANTOS, A. E; PADRÃO, M. L. 2016; Levantamento etnobotânico acerca do uso de plantas medicinais no município de Lagarto – SE.  Agroforestalis News, Aracaju, v.1, n.1.

SILVA, M. P; LOPES, J. B; BARROS, R. F. M. 2013; Saberes tradicionais das comunidades rurais Salinas e Resolvido em Campo Maior – PI, Brasil. X ENCONTRO DA ECOECO, Vitória - ES – Brasil.

SILVA, N. C. B.; REGIS, A. C. D.; ALMEIDA, M. Z. 2012; Estudo Etnobotânico em Comunidades Remanescentes de Quilombo em Rio de Contas –Chapada Diamantina – Bahia. Revista Fitos, v. 7, n. 2, Bahia.

SILVA, R. H; MARINHO, M. G. V; SILVA E; SILVA F. G. 2015; Ethnobotany as support for conservation of the species used by the local population of Rio Piranhas, São Bento, Paraíba. Scientia Plena v. 11, n. 12.

SOUSA F. C; ARAÚJO M. P; LEMOS J. R. 2015; Ethnobotanical Study with Native Species in a Rural Village in Piauí State, Northeast Brazil. Journal of Plant Sciences. v. 3, n. 2, p. 45-53.

TROTER, R; LOGAN, M. 1986; Informant consensus: a new approach for identifying potentialli effective medicinal plants. In: ETKIN, N. L. (Ed.). Indigenous medicine and diet: biobehavioural approaches. New York: Redgrave Bedford Hills, p. 91-112.

VIEIRA, L. S.; SOUSA, R. S.; LEMOS, J. R. 2015; Plantas medicinais conhecidas por especialistas locais de uma comunidade rural Maranhense. Revista Brasileira de Plantas Medicinais., Campinas, v.17, n.4, supl. III, p. 1061-1068.


1. Graduada em Agronomia pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI; Endereço: Av. Nossa Senhora de Fátima, s/n, Bairro Nossa Senhora de Fátima, CEP 64202-220; Parnaíba/PI/Brasil; E-mail: roseliaraujob@gmail.com

2. Graduada em Agronomia pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI; Endereço: Av. Nossa Senhora de Fátima, s/n, Bairro Nossa Senhora de Fátima, CEP 64202-220; Parnaíba/PI/Brasil;; E-mail: laura.araujobrito@hotmail.com

3. Professora do curso de Biologia da Universidade Estadual do Piauí-UESPI; Endereço: Av. Nossa Senhora de Fátima, s/n, Bairro Nossa Senhora de Fátima, CEP 64202-220; Parnaíba/PI/Brasil; E-mail: maurarejane@phb.uespi.br

4. Professora do curso de Biologia da Universidade Federal do Piauí-UFPI/CSHNB; Endereço: Campus Senador Helvídio Nunes de Barros,  s/n, Rua: Cícero Eduardo, Bairro: Junco, CEP 64600-000; Picos/PI/Brasil; E-mail: melisepessoa@yahoo.com.br


Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 39 (Nº 09) Año 2018

[Índice]

[No caso de você encontrar quaisquer erros neste site, por favor envie e-mail para webmaster]

revistaespacios.com