Espacios. Vol. 37 (Nº 24) Año 2016. Pág. 16
Carina Roberta DIAS 1; Gislaine de Souza LEITE 2; Juliana Sampaio MORI 3
Recibido: 13/04/16 • Aprobado: 13/05/2016
RESUMO: O presente artigo destina-se á analisar de pesquisa descritiva com base em fontes secundarias, fazendo a comparação do comercio externo de Brasil e China. Dando importância para a evolução do comercio Brasil e China entre 2002 a 2014, indicando o grande crescimento que ambos os países tiveram com a sua parceria durante anos, e que permanece atualmente, avaliando a expressiva mudança nos anos de 2000 a 2007, aumentando dez vezes o comercio entre os países, dando à China a posição de terceiro maior parceiro do Brasil em 2005. O fluxo comercial subiu de 2007 a 2011 aproximadamente de US$23,4 bilhões para US$ 77,1 bilhões, importações aumentaram de US$ 12,6 bilhões para US$ 25,6 bilhões, e a exportações subiram de US$ 10,8 bilhões para US$ 44,3 bilhões. O Brasil evoluiu, mas ainda tem uma economia fechada com referencia a China. Os principais produtos que são exportados para a China são commoditie, como minério, soja em grão e outros, já as exportações da China para o Brasil são maquinas elétricas, mecânicas e outros. A China e o Brasil vêm criando vínculos e estratégias para que o comércio externo seja mais estável e rendável, com o intuito de fazer seu país crescer e se desenvolver economicamente. |
ABSTRACT: This article is intended will analyze descriptive research based on secondary sources, making the comparison of foreign trade of Brazil and China. Giving importance to the evolution of trade between Brazil and China from 2002 to 2014, indicating the strong growth that both countries had with their partnership over the years, and remains currently evaluating the significant change in the years 2000 to 2007, increasing tenfold trade between countries, giving China the third position as the largest partner of Brazil in 2005. Trade flows rose from 2007 to 2011 approximately US $ 23.4 billion to $ 77.1 billion, imports increased from US $ 12 6 billion to $ 25.6 billion, and exports rose from $ 10.8 billion to $ 44.3 billion. Brazil has evolved, but still has a closed economy with reference to China. The main products exported to China are commodity, such as iron ore, soybeans and others, as China's exports to Brazil are electrical machinery, mechanical and others. China and Brazil are creating links and strategies so that foreign trade is more stable and profitable, in order to make their country grow and develop economically |
Desde 1881, o Brasil e a China tentaram uma aproximação, com pouca oportunidade de contato contínuo, mas com ao decorrer dos anos criaram laços fortes com o intuito de crescimento mútuo. Assim, a China tornou-se aos poucos um dos principais parceiros do Brasil, superando os Estados Unidos, depois de muitos anos.
O grande crescimento do comércio externo entre os países tem ocorrido com as profundas mudanças políticas e dos comércios externos, a China implantou o Investimento Direto Externo (IDE), que é um investimento feito para alcançar um interesse durável em empresas que realizam operações fora da economia do investidor, que se caracteriza com uma empresa matriz e uma filial, formando uma empresa transacional. Abrindo também as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), são locais situados nas costas do litoral sul, destinados a aberturas de fabricas que motivou muitos investidores, o que se tornou ainda mais atrativo pela redução de tarifas fiscais nas zonas designadas.
Os incentivos e as mudanças econômicas ajudaram cada vez mais o aumento do comercio externo entre os países, assim a China se torna o maior parceiro do comercio brasileiro em 2009. Tendo um aumento significativo nos próximos anos, assim em 2012 o crescimento de comercio foi de "US$ 75,5 bilhões, decrescendo marginalmente, e permanecendo em elevado patamar, com um saldo positivo de US$ 7 bilhões" (SOARES, 2013).
Os produtos mais exportados do Brasil para a China são: Minério de ferro, soja em bruto, petróleo em bruto, couro e peles, celulose, óleo de soja em bruto, etc. Os produtos mais exportados da China para o Brasil são: Circuitos impressos para aparelhos de telefonia, maquinas, partes e acessorios para processamentos de dados, dispositivos de cristais liquidos, motores, geradores e transformadore, etc. Esses foram os mais exportados entre os paises nos anos de 2006 a 2007 (SOARES. 2013).
O artigo demonstra a diferença econômica obtida na evolução global de Brasil e China, mostrando se obteve aumento ou não de empregos, o crescimento do comercio externo e se ele modificou, analisando uma perspectiva de melhoria econômica, assim aumentando o poder econômico dos países, contudo tornando os países mais ricos. Assim vendo as vantagens e desvantagens da parceria entre Brasil e China.
O objetivo do presente artigo é analisar o conjunto de fatores que ocasionam e ocasionaram a evolução das relações comerciais de Brasil e China, nos anos 2002 a 2014. Busca-se ainda, avaliar a evolução do comércio da China e Brasil. Dessa forma, o artigo visa expor a evolução e a relação econômica entre Brasil e China individualmente e em união dos países, indicando os potenciais do comercio externo.
A evolução do comercio da China teve vários fatores, segundo Nonnenberg (2010) um deles aconteceu em 1979 sendo um processo de liberalização do sistema de formação de preço no setor rural, que anteriormente limitava o produtor a uma quantia de venda, a um estimado valor, depois de atingido uma estipulada quantia, a empresa poderia negociar valores livremente no mercado conforme desejavam, isso tudo era determinado pego Governo Central da China. Essa regra foi deixada de lado com a liberalização do preço, assim sendo liberado gradativamente, essa mudança provocou um grande aumento na produtividade rural, porque aumentou o poder de venda e compra, refletindo sobre as rendas e os empregos.
O crescimento da China ocorreu por inúmeros aspectos, que foram positivos para o país, sendo mais importante na época, a política cambial, ainda mais pelo fato da desvalorização real do renmimbi, que é a moeda chinesa, que significa moeda do povo, sendo essa desvalorização entre 1990 a 1994. Contudo é no final da década de 1980 que o comércio externo começa a demonstrar importância na economia chinesa (NONNENBERG, 2010).
Segundo (ACIOLY, 2005), o Investimento Direto Externo (IDE) também foi uma peça chave e muito significativa para o investimento e desenvolvimento do comércio externo na China. Entre 1990 e 1999, a China cresceu aproximadamente uma taxa média de 9,5% ao ano acumulando nesse período US$ 213,7 bilhões em investimento direto externo, ocupando o terceiro lugar no rank..
No decorrer dos anos o IDE (Investimento Direto Estrangeiro) teve uma queda de 5% de 1997 a 2003, assim a China opta pela abertura da experiência novas da economia e das reformas, abrindo assim a atração e a localização de investimentos nas áreas costeiras, que foi um incentivo e tanto, dando também reduções fiscais, incentivando ainda mais, primeiramente focalizado em 4 zonas econômicas especiais (ZEEs), que foi voltado para a exportação (ACIOLY, 2005).
De acordo com Nonnenberg (2010) a aproximação de Hong Kong com a China foi a que inspirou o início da Zona Econômica Especial (ZEEs), foram quatro e todas localizados no litoral sul, Shenzhen, Zhuhai, Shantou e Xiamen. O governo da China viu resultados positivos com a ZEEs e assim abriu mais 14 novas zonas, na mesma localização das outras. O crescimento da população da China também foi um benefício econômico para as indústrias, aumentando a produtividade e os custos de produção (NONNENBERG, 2010).
Com base no IDE há mais de uma década de existência na China, fez com que o país se tornasse um prodígio, assim em 2010 a China ultrapassa o Japão, se tornando o quinto maior investidor direto no exterior, refletindo a 5% do total global (SOARES, 2013).
A China teve vários fatores que influenciaram no seu crescimento econômico externo, como a Zona Econômica Especial, os Investimentos Diretos Externos, as reduções de tarifas e facilitações para a produção, a mão de obra barata mais com alta produtividade entre outros. Por isso a China passou a ser uma das economias que mais crescem no mundo, assim sendo um dos maiores exportadores, e importadores de matérias primas mundialmente (ACIOLY, 2005).
O conjunto das nações, que levam o nome de BRICs, (Brasil, Rússia, Índia e China), tem sido as maiores forças no quadro mundial, por sua organização mostrar algumas características, pelo seu porte, pela sua potência (FIORI, 2007). O Brasil teve uma execução menor com relação aos outros países da BRICs, continuando na mesma posição no quadro mundial, sendo o menor crescimento de 1990 a 2008 entre os países envolvidos.
Uma visão mais clara no aparecimento do comércio mundial é apresentada por Baumann (2010) que aduz um aumento significativo dos BRICS de 9,8% na década de 90 para 22,6% em 2008, devido as exportações, o que explica os superávits comerciais recorrentes da maior parte deles (exportações e importações) de terceiros.
De fato, no Brasil, a mudança foi mais relevante na presença das empresas multinacionais brasileiras no exterior das saídas (1,3 vezes) que nas entradas (1,1 vezes), mostrando os meios do inicio do envolvimento e de opções locais, que criaram posições nesse período. A economia brasileira tem condição vantajosa mais próxima do modelo visto nos países do 1° Mundo, com força maior focada na área terciaria (serviços prestados ao cliente), existindo também, uma força maior nos artigos industriais, importados do Brasil (BAUMANN, 2010).
Na segunda metade dos anos 90, o Brasil começou a apresentar superávits comerciais. Assim passou a enxergar, não apenas o sinal negativo, mas também a relevância do déficit em relação à quantidade negociada. Vendo que os produtos mais exportados do país eram commodities (BAUMANN, 2010).
As exportações da economia brasileira no comércio externo tem mais peso nas exportações de commodities em primeiro lugar, nas quais são mercadorias rurais, provenientes da pecuária que são produtos de origens primarias, já o segundo são os intensivos de trabalho, no qual é a quantidade de tempo gasto com execução de um trabalho, e o terceiro são os recursos naturais, no qual são os elementos da natureza essenciais ao homem para o seu desenvolvimento, mas tendo em vista que é necessária uma mudança desse padrão pré-estipulados para as exportações brasileiras, partindo para produtos de maior valor agregado (DE NEGRI, 2005).
Um padrão comum é que a soma de exportações e importações represente entre 40% e 60% do PIB dessas economias. A exceção é a economia brasileira, com 26%¨. Assim vendo que o país mais fechado entre eles é o Brasil (BAUMANN, 2010).
O Brasil se diferencia com os países do BRICs perante as desigualdades constatadas na evolução do peso referente da agricultura e do setor industrial. "Certamente um elemento por trás desse resultado é a própria competitividade do setor agroexportador brasileiro, gerador de renda e de superávit comercial, nos últimos anos". Dando ênfase a lucratividade do Brasil, fazendo ficar mais perto do modelo dos países de primeiro mundo, se destacando na área terciaria (BAUMANN, 2010).
De fato, informações extraídas da base de dados UN/Nacional Accounts Main Aggregates, confirmam que o observado na estrutura produtiva brasileira guarda correlação com o padrão mundial onde entre 1970 e 2007 o peso de serviços mundial aumentou, com pequena retração no setor agrícola e no setor industrial.
Com relação a produtos tecnológicos, as exportações brasileiras estão bem longe do padrão mundial centralizado, não exportando produtos com grandes valores tecnológicos. Dessa forma, o Brasil precisa executar técnicas de comércio que agreguem maior conteúdo tecnológico com suas exportações (NEGRI, 2005).
As áreas de maior classe de serviços mais prejudicados pelas compras são: comércio e agropecuária, e na classe das indústrias, principalmente as roupas. Para Castilho (2007) os empregos afetados são os de baixa qualificação, pois pelas importações são os mais numerosos, o que por outro lado 71% dos empregos gerados são de baixa qualificação onde apenas 9% representam o de maior qualificação.
A partir de 1995, a economia brasileira alcançou expressivas oscilações em seus compromissos externos, se tornando submisso ao dinheiro de fora, aumentando a dívida externa do país. Em 1999 a condição teve uma melhora em algumas dimensões, ocorrendo uma superação das expectativas esperadas, mesmo com alta depreciação cambial, e mesmo acontecendo a transição da flutuação, o Brasil manteve o controle acima da inflação, sendo vista como uma vitória considerável na política econômica brasileira. Em 2001 o Brasil passou por mais uma crise, mostrando que ainda era vulnerável a repercussão de choques internacionais (BATISTA JUNIOR, 2002).
A baixa do real com relação ao dólar cooperou na época após efeito a crise ajudou a perca da relação Dívida Líquida do Setor Público/Produto Interno Bruto (DLSP/PIB), o Brasil é credor líquido em dólares e a baixa do real contribui para uma maior perca da DLSP/PIB até o final de 2008. Em junho do próximo ano houve uma mudança favorável, tendo alta com relação ao real, uma revalorização na moeda (COUTINHO, 2002).
Atualmente, a economia brasileira tem passado por complicações para acelerar o PIB per capita. A ligação do aumento dos preços das commodities no palco internacional com a consolidação do mercado interno permitiu um aumento veloz da economia nos últimos dez anos. O Brasil se transformou num governo de renda média e com o final dessa fase confiante, a economia do Brasil passou a mostrar progressos menores, atingindo o resultado do PIB per capita (GERBELLI, 2015).
Nos últimos anos o Brasil teve um crescimento das importações de insumos e produtos finais. São comuns as insatisfações das indústrias sobre a alta atividade das importações no Brasil, preenchendo e tomando o lugar das produções brasileiras. A dificuldade é que o país continua com uma economia muito fechada se comparado aos outros países. Assim o grau de abertura do país é estimado pelas importações e exportações sobre o PIB, com uma variação de 8% entre 1991 e 2011, atingindo um pico de 29% em 2004, foi uma evolução favorável, porém ainda baixo no cenário mundial.
Dessa maneira, nos anos 1991 a 2011, a abertura dos BRICs (grupo político de cooperação, Brasil Rússia, Índia, China e África do Sul) cresceu cerca de duas vezes, de 33% para 57%. De fato, na América Latina o informativo aumentou de 60% para 74% nesses 20 anos. Alcançando média internacional de 66% para 91%. Com essas informações, de 1991 a 2011 melhores que os brasileiros. Analisando os BRICs em especial, nesses países em desenvolvimento, aconteceu uma abertura mais rápida, e atualmente tem uma estrutura globalizada melhor que a do Brasil (IBRE, 2013).
Observando o Brasil e a China, ou outras sociedades orientais, parece ser difícil fazer uma comparação entre esses países com o Brasil. Pode-se imaginar que se tratam de países completamente diferentes, possuindo poucas semelhanças entre si. Fatores como a distância geográfica e as diferenças histórico-culturais são os responsáveis por tal visão. De fato, esses dois fatores são verdadeiros e servem para diferenciar os povos. No entanto, o Brasil e a China são mais parecidos do que diferentes (BRASIL, 2009).
Em 1881 o Brasil e a China assinam um Tratado de Amizade, Comércio e Navegação. O interesse do Brasil em primeira instância era a imigração de chineses para obter mão de obra barata, mas perante alguns conflitos internos e externos, houve contato limitado com a China, em meados do século XIX até metade do século XX. Segundo Oliveira (2004), mesmo tendo conflitos perante as imigrações o Brasil teve aproximadamente 3.000 imigrantes chineses recrutados para trabalhar na agricultura e no cultivo de chá no Rio de Janeiro.
De acordo com Becard (2011) o Brasil foi à procura da China para obter aproximação, alegando que as diferenças sociais, doutrinas e cresças não iriam afeta-los e nem os impedir que tivessem relações com todos os povos, após um tempo foi rompido a relação feita com a China.
Assim em 1970 foi reatada a aproximação dos dois países, mesmo Brasil e China querendo a cooperação bilateral, foram sendo desenvolvidas lentamente em 1974. A assinatura do acordo comercial entre eles saiu em 1978, e consequentemente foi surgindo expressivas evoluções, conforme (BERCARD, 2011) "com a assinatura do primeiro Acordo Comercial entre Brasil e China (em 1978), a corrente de comércio começou a evoluir de forma gradual, indo de US$ 19,4 milhões em 1974 para US$ 202 milhões em 1979". Na época os produtos mais exportados para a China foram açúcar, farelo de soja e algodão. Já para o Brasil os produtos mais exportados foram, elementos químicos e farmacêuticos.
Ao decorres dos anos foram aumentando as exportações da China para o Brasil, como petróleo, produtos farmacêuticos e químicos e peças de máquinas, já o Brasil exportava para a China minérios e produtos siderúrgicos, óleo vegetal, produtos agropecuários, e também produtos químicos e farmacêuticos. As exportações e importações estavam favoráveis aos dois países, mas tinham empecilhos que prejudicavam as transações, como melhorias econômicas, ferroviárias, transportes, infraestrutura em um todo, e isso atrapalhava a expansão do comércio bilateral (BECARD, 2011).
Em meio às turbulências da comunicação de Brasil e China com o comércio exterior e os acordos entre eles, tiveram uma parceria em 1988, que foi o Programa de Construção de Satélite Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres (Cbers), que foi considerado o maior projeto de cooperação conjunta na área da tecnologia e da ciência entre o Brasil e a China, e não apenas a maior entre os dois países, mas sim também entre os países em desenvolvimento. Esse programa possibilitou atingir inúmeros objetivos, como a quebra do monopólio de grandes potências na produção e a obtenção de conhecimento na área de sensoriamento remoto a baixo custo, bem como a promoção do desenvolvimento sustentável através das tecnologias de ponta.
O Brasil e a China tiveram altos e baixos com a relação dos acordos comerciais ao decorrer dos anos, conflitos, diferenças sociais, culturais e outros, mas sempre tentando uma aproximação de ambas as partes da melhor forma e mais viável para os países (BECARD, 2011).
Em 1993, o Brasil tinha o interesse de voltar o relacionamento para continuar o projeto de construção conjunta de satélite de sensoriamento remoto com a China, além desse interesse, algumas grandes empresas brasileiras, investiram na ideia de abrir uma hidroelétrica na China e se empenharam para que isso acontecesse. Após extensos anos de negociações, foram incluídos novos documentos no setor espacial, assim dando avanço na fabricação e na produção dos satélites sino-brasileiros. Em 1994 o aumento das exportações e importações para os países voltaram a ser expressivas, e com isso vez os países se unirem mais e fazerem da parceria um comercio estratégico (BECARD, 2011).
Foi entre 2000 a 2004 que a China se tornou o quarto principal parceiro comercial do Brasil, sendo registrado um forte crescimento comercial sino-brasileiro, com aumento em 351,8% das compras chinesas no Brasil e em 106% das compras brasileiras na China, sendo os produtos exportados alimentos e matérias-primas, complexo de soja, aço e minério de ferro.
Nesse mesmo período as exportações brasileiras feitas para China foram a maior parte de baixo conteúdo de tecnologia, nos setores de agropecuária, mineração siderúrgica, celulose, e óleos vegetais, já as exportações chinesas para o Brasil foram com menos grau produtivos, assim sendo mais produtos eletrônicos, químicos e farmacêuticos. As relações sino-brasileiras tinham uma principal crítica, que se refere as relações comerciais com a china, que eram implantarem produtos que agregassem valor e produtos diversificados, isso era um obstáculo brasileiro, assim exportando mais produtos de origem commodities (BECARD, 2011).
A relevância da China em aprofundar as relações com o Brasil tinha como critérios algumas metas, especificamente como a exploração de matérias-primas e recursos energéticos que são necessários para a expansão da economia chinês, não obstante, aumentar o lucro dos negócios, seja por vendas de produtos com maior valor ou por empréstimos a brasileiros, garantindo assim a presença chinesa no mercado brasileiro, bem como com troca de informações nas áreas de ciência e tecnologia, utilizando a parceria como forma de diversificar os negócios chineses e aumento de poder de barganha.
O Brasil também tinha alguns propósitos com a relação comercial com a China, como aumentar as exportações brasileiras por meio da abertura de novos mercados na China, atraindo investimentos chineses diretos e indiretos, assim como a China realizar a troca de informações na área de ciência e tecnologia na aquisição de tecnologia de ponta, diminuindo assim a parceria e a dependência perante parceiros tradicionais, aumentando a margem de manobra de poder de barganha, no qual ficaram centralizados no enfoque econômico da relação.
Em 2004 o Brasil mais importava do que exportava, isso não foi muito favorável para o país, pois apresentou um déficit, mas o país tinha dificuldade de exportar outros tipos de produtos, pois teve problemas como: grandes cargas tributariam infraestruturas, assim sofrendo déficit presentes no Brasil. Nesse mesmo ano o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi para China pela primeira vez, à procura de uma consolidação de um processo de união econômica, gerando um saldo final de nove atos bilaterais e 14 contratos empresariais assinados (BECARD, 2011).
A empresa brasileira Petrobrás e a empresa chinesa Sinopec, assinaram um memorando de entendimento tendo em vista o comprometimento mútuo, para o aumento de forma relevante o volume de negócios entre elas, que foi realizada em julho de 2008 (BECARD, 2011).
Só que foi em 2009 que a China passou a ser o principal parceiro comercial do Brasil, superando a soma das exportações e importações, um lugar mantido pelos Estados Unidos em 80 anos (OLIVERIRA, 2010).
A economia de ambos os países foram crescendo cada vez mais. De acordo com (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC- Agenda China) nos anos de 2000 a 2007 aumentou dez vezes o comercio entre Brasil e China, essa atuação fez a China pular de 12° posição em 2000 para o terceiro maior parceiro do Brasil em 2005. Assim o fluxo do comércio Brasil e China foi tendo resultados positivos, a cada ano o crescimento era ainda maior, de 2005 a 2008 teve um aumento significativo, em 2009 permaneceu estável ao do ano anterior, assim dando uma guinada positiva de 2010 a 2011, passando de 36,9 (em US$ Bilhões) em 2009, para 77,1 (em US$ Bilhões) em 2011, e tendo uma redução em 2012 de 1,6 (em US$ Bilhões), de 2012 para 2014 passou de 3,8 (em US$ Bilhões), para 4,3 (em US$ Bilhões) tendo um crescimento volumoso para a economia dos países (MRE, DPR, DIC, 2015).
A Presidente Dilma Rousseff foi à China quatro meses após o seu início no governo de 2011, com o objetivo de abrir mais oportunidades, como abrir novas oportunidades de negócios para as empresas brasileiras, implantar novos produtos que agregam valor no comércio bilateral, aumento na cooperação bilateral, na parte de pesquisa científica, tecnológica e inovação, trocas de experiências e tecnologias entre outros (BECARD, 2011).
Percebeu-se, assim, que tanto a China quanto o Brasil procuraram, de maneira progressiva, impregnar a prática das relações internacionais de pragmatismo e profissionalismo, em prol de resultados mais positivos para suas políticas desenvolvimentistas (BRASIL, 2011).
A China permanece como principal vetor positivo para o crescimento do comércio brasileiro, isso é reafirmado em 2013, assim tendo um crescimento no fluxo de 9%, no primeiro semestre, com relação ao mesmo período no ano anterior (MDIC, MRE, 2011).
Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva, cujo objetivo é coletar, identificar, registrar, analisar e classificar dados, assim os interpretando com base em estatísticas e conclusões, dados por profissionais da política externa e econômica.
Segundo Vergara (2000) argumenta que a pesquisa descritiva expõe as características de determinada população ou fenômeno, estabelece correlações entre variáveis e define sua natureza. "Não têm o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação." Cita como exemplo a pesquisa de opinião.
Já Gil (1991) acrescenta que algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Cita ainda a existência de pesquisas que, "embora definidas como descritivas a partir de seus objetivos, acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do problema, o que as aproxima das pesquisas exploratórias."
O Locke et al. (1998), contradiz as perspectivas abordada nos demais, e a pesquisa descritiva apenas captura e mostra um cenário de uma situação, expressa em números e que a natureza da relação entre variáveis é feita na pesquisa correlacional.
Todos os dados serão coletados com base em fontes secundarias e estatísticas dadas pelo PIB, posições das importações e exportações, fluxo do comercio externo Brasil e China com base nas pesquisas do IBGE, SISCOMEX, ALICEWEB indicadores econômicos gerais. Segundo Andrade (2001) "As fontes secundarias referem-se a determinadas fontes primarias, isto é, são constituídas pela literatura originada de determinadas fontes primarias e constituem-se fontes das pesquisas bibliográficas".
A participação do comércio do Brasil com relação à China tem diferenças de importações e exportações, o gráfico1 demonstra a expressiva diferença, indicando que o Brasil tem um crescimento muito pequeno ao decorrer dos anos, mas a China já tem um crescimento considerável.
Gráfico 1- Participação do Brasil no Comércio Exterior da China (%)
Fonte: Agenda China MDIC, MRE, (2011).
O comércio do Brasil e da China evoluiu tanto com o crescimento das exportações quanto das importações. Os principais grupos de produtos exportados pelo Brasil, com base no agrupamento dos anos de 2012 a 2014, em primeiro lugar, com 107,4% ficaram a Soja em Grão e Sementes, segundo lugar ficou o Minério com 103,8% e em terceiro ficou o Combustível com 29,1%, os demais produtos verifiquem no gráfico 2.
Gráfico 2- Crescimento dos Principais grupos de produtos exportados pelo Brasil de 2012-2014
Fonte: MRE/DPR/DIC, (2015).
Já os principais grupos de produtos importados pelo Brasil com relação ao agrupamento dos anos 2012 a 2014, em primeiro lugar ficaram máquinas elétricas com 86,9%, em segundo Máquinas mecânicas com 64,1% e em terceiro lugar ficou químicos orgânicos com 17,1%, os demais produtos esta logo a baixo no conteúdo do gráfico 3.
Gráfico 3- Crescimento dos Principais grupos de produtos importados pelo Brasil de 2012 -2014
Fonte: MRE/DPR/DIC, (2015).
As exportações brasileiras feitas para a China são mais de 70% de produtos básicos, 18% de produtos semimanufaturados e uma pequena fatia, de apenas 9% de produtos manufaturados, que são os que mais agregam valor no produto. Os dados foram baseados no ano de 2007, assim demonstrado no gráfico 4.
Gráfico 4- Exportações Brasileiras para a China por fator agregado - 2007 (%)
Fonte: Agenda China MDIC, MRE, (2011).
No gráfico 5 demostra que as importações brasileiras são totalmente o contrário das exportações, tendo como principal fator os produtos manufaturados com 96%, sendo 3% de básicos e 1%de semimanufaturados.
Gráfico 5- Importação Brasileira da China por fator agregado - 2007(%)
Fonte: Agenda China MDIC, MRE, (2011).
Tabela 1- Evolução- Intercâmbio Comercial Brasil / China- Em US$ Bilhões, FOB- 2005-2014.
Exportações |
Importações |
Intercâmbio Comrcial |
||||||||
Anos |
Valor |
Var % |
Part. (%) Total |
Valor |
Var % |
Part. (%) Total |
Valor |
Var % |
Part. (%) Total |
Saldo |
2005 |
6,83 |
25,60% |
5,77% |
5,35 |
44,30% |
7,28% |
12,19 |
33,20% |
6,34% |
1,48 |
2006 |
8,4 |
22,90% |
6,10% |
7,99 |
49,20% |
8,75% |
16,39 |
34,50% |
7,15% |
0,41 |
2007 |
10,75 |
27,90% |
6,69% |
12,62 |
58,00% |
10,46% |
23,37 |
42,60% |
8,31% |
-1,87 |
2008 |
16,52 |
53,70% |
8,35% |
20,04 |
58,80% |
11,59% |
36,57 |
56,50% |
10,96% |
-3,52 |
2009 |
21 |
27,10% |
13,73% |
15,91 |
-20,60% |
12,46% |
36,92 |
1,00% |
13,15% |
5,09 |
2010 |
30,79 |
46,60% |
15,25% |
25,6 |
60,90% |
14,08% |
56,38 |
52,70% |
14,69% |
5,19 |
2011 |
44,31 |
43,90% |
17,31% |
32,79 |
28,10% |
19,59% |
77,11 |
36,80% |
15,99% |
11,52 |
2012 |
41,23 |
-7,00% |
17,00% |
34,25 |
4,50% |
15,35% |
75,48 |
-2,10% |
16,21% |
6,98 |
2013 |
46,03 |
11,60% |
19,02% |
37,3 |
8,90% |
15,56% |
83.33 |
10,40% |
17,30% |
8,72 |
2014 |
40,62 |
-11,80% |
18,04% |
37,34 |
0,10% |
16,30% |
77,96 |
-6,40% |
17,17% |
3,47 |
Fonte: MRE/DRP/ DIC, (2015).
O gráfico 6 demostra de forma mais visível e clara a evolução do intercâmbio comercial do Brasil e China assim evidenciando, que em 2013 as exportações e importações cresceram. Deixando o intercâmbio comercial elevado para 83,33 (US$ Bilhões) no mesmo ano, já em 2014 tem uma pequena queda, ficando 77,96 (US$ Bilhões).
Gráfico 6 - Evolução- Intercâmbio Comercial Brasil / China- em US$ Bilhões, FOB- 2005-2014. (Participação % no total do Brasil).
Fonte- MRE/DPR/DIC, (2015).
As importações e as exportações são de grande importância para ambos os países, pois correspondem a uma parte significativa de seu PIB, tornando a parceria entre Brasil e China muito rentável para os dois lados. A China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil como um aliado estratégico para suprir a alta demanda de matérias prima para China, apesar das culturas e a economia diferente. Essa parceria comercial se tornou muito favorável, melhorando a economia dos países, como na qualidade de vida e acessibilidade de produtos antes não acessíveis, por exemplo, alguns aparelhos eletrônicos, já na parte de incentivos, a China possui vários recursos políticos e fiscais fornecido pelo seu país, além desses, as mãos de obras são muito baratas, tornando ainda mais atrativo para os consumidores externos, o Brasil não obtém esses incentivos, sendo o contrario da China.
O Brasil poderia ser uma das maiores potências mundiais, começando com uma gama de recursos naturais jamais vistos em outros países, a sua localização geográfica e seu clima favorável são vantagens para o país, mais infelizmente o Brasil esta longe de estar no topo, pela sua falta de governança, sem reajustes fiscais favoráveis para as indústrias, com os altos custos dos impostos agregado em seus produtos finais, tornando-os sem valores competitivos para as exportações, sem incentivo ao trabalhador e mão de obra qualificada, para crescimento no mercado mundial.
Já a China é uma das melhores no mercado mundial e econômico, mas tem seus problemas com infraestrutura, pelo rápido desenvolvimento do mercado, o país teve desvantagens sociais e ambientais, mas economicamente a China esta nos principais do ranking.
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1. Graduanda em Administração pela FHO – Uniararas. Email: Carinadias123@gmail.com
2. Graduanda em Administração pela FHO – Uniararas. Email: gislaine-leite@hotmail.com
3. Mestre em economia aplicada Esalq USP. Profª do curso de Administração da FHO – Uniararas. Email: julianamori@uniararas.br