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Espacios. Vol. 37 (Nº 24) Año 2016. Pág. 15

Engajamento no trabalho: Uma análise das publicações da última década

Engagement at work: an analysis of the last decade publications

Sandra Leonara OBREGON 1; Adriana PORTO 2; Shaiane Caroline KOCHHAN 3; Vania Medianeira Flores COSTA 4; Lucas CHARÃO-BRITO 5; Felipe Dias LOPES 6

Recibido: 13/04/16 • Aprobado: 08/05/2016

Conteúdo

1. Introdução

2. Engajamento no trabalho

3. Método

4. Análise e discussão dos resultados

5. Consideraçõe finais

Referências bibliográficas

1. Introdução

O engajamento no trabalho foi apresentado inicialmente por Kahn (1990) em seu artigo intitulado de "Psychological conditions of personal engagement and disengagement", que reconhecia o fenômeno em pessoas que se expressavam física, cognitiva e emocionalmente durante a execução do seu trabalho e defendia que trabalhadores engajados dispendiam mais esforços por haver identificação para com as atividades que realizavam.

Na evolução do conceito surgem os trabalhos de Maslach & Leiter (1997) apresentando o engajamento como oposição à burnout, pois indivíduos engajados apresentam as características de energia, envolvimento e eficácia apresentando-se no extremo oposto do continuun que o liga à síndrome citada.

Estudos posteriores apontaram para uma nova percepção sobre engajamento, tendo-o como composto por construtos próprios e não simplesmente entendido como polo contrário da burnout. Tais estudos foram desenvolvidos por Schaufeli et al. (2002) e comprovaram que engajamento e burnout são fenômenos relacionados, mas que são independentes entre si e apresentam cada um características próprias.

Assim, a concepção de engajamento no trabalho pode ser entendida como um cumprimento, estado positivo que se relaciona com o trabalho da mente (Maslach, Schaufeli & Leiter., 2001; Schaufeli et al., 2002). E, ao invés de ser considerado como um estado específico e momentâneo, está relacionado a um estado afetivo-cognitivo mais generalizado, persistente e que não foca em um determinado objeto, indivíduo ou comportamento (Schaufeli et al., 2002). Seu constructo é multidimensional, definido por vigor, dedicação e absorção.

Considerando, então, o panorama que apresenta a evolução conceitual de engajamento no trabalho, observa-se que há espaço para novas compreensões, principalmente, a partir de aplicações empíricas em diferentes contextos sociais, culturais e econômicos. Portanto, é relevante a exploração do tema suscitando o seguinte questionamento: "como se apresenta o cenário das pesquisas sobre engajamento no trabalho no período de 2005 a 2014?".

Frente a este questionamento propõe-se a realização de pesquisa bibliométrica a qual tem por objetivo fazer uma análise dos artigos publicados sobre o tema Engajamento no Trabalho (Engagement at Work) a partir dos artigos disponíveis na principal coleção da base de dados Web Of Science (WOS) no período de 2005 a 2014.

2. Engajamento no trabalho

Os estudos sobre engajamento no trabalho iniciaram com Kahn (1990) que defendeu a ideia de que as pessoas engajadas dispendem mais esforços em suas atividades conseguindo resultados positivos para si e para a organização da qual faz parte visto haver identificação com o trabalho desenvolvido. Em termos individuais os resultados apresentam-se como crescimento e desenvolvimento pessoal, em termos organizacionais os resultados advindos do engajamento refletem-se em qualidade no desempenho. Em seu trabalho o autor também identificou o disengagement, ou seja, a ausência de engajamento no trabalho.

O engajamento no trabalho foi discutido, ainda, como uma das extremidades no continuun da observação relativa às relações que as pessoas estabelecem com seu trabalho, opondo-se ao burnout. O engajamento no trabalho diz respeito a extremidade em que o indivíduo experimenta a energia, comprometimento e sentimentos de eficácia (Maslach & Leiter 1997; Schaufeli & Salanova, 2007; Demerouti, Mostert, & Bakker, 2010), sendo definido como um "estado positivo relacionado com o trabalho que se caracteriza pelo vigor, dedicação e absorção da atividade" (Schaufeli, Salanova, González-Roma, & Bakker, 2002, P. 72), enquanto que a extremidade da burnout remete à exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal.

Diferentes pesquisadores têm mostrado que a burnout e o engajamento resultam da experiência do trabalho a partir da combinação de dois conjuntos de condições, as exigências do trabalho e os recursos disponíveis para lidar com essas demandas por meio de dois processos psicológicos subjacentes: a drenagem energética e os processos de motivação (Demerouti, Bakker, Nachreiner, & Schaufeli, 2001).

O primeiro processo, drenagem energética, começa com as exigências crônicas do trabalho que, por sua vez, podem empobrecer os recursos energéticos dos trabalhadores e, assim, levar a burnout. Este nível de burnout produz muitas vezes uma deterioração da saúde (Hakanen, Schaufeli, & Ahola, 2008), queixas musculoesqueléticas (Jaworek, Marek, Karwowski, Andrzejczak, & Genaidy, 2010), redução no comprometimento afetivo (LLORENS et al., 2006), e incapacidade de trabalho (Ahola et al., 2009).

O segundo processo, motivação, começa com a disponibilidade de recursos de trabalho que estimulem a motivação do funcionário (Hackman & Oldham, 1980) sob a forma de engajamento de trabalho, como satisfação com a vida (Hakanen & Schaufeli, 2012), comprometimento organizacional (Llorens et. al., 2006), autonomia, afeto positivo e as crenças de eficácia em espirais positivas (Llorens et al, 2007; Salanova, Llorens, & Schaufeli, 2011) dos funcionários e desempenho do grupo (Salanova, Llorens, Cifre & Martínez, 2012; Torrente, Salanova, Llorens & Schaufeli, 2012) e da qualidade de serviço (Hernández-Vargas, Llorens & Rodríguez, 2014).

A discrepância entre as expectativas e os recursos do trabalhador, por um lado, e as exigências, recursos de emprego e possibilidades no trabalho, por outro, pode levar ao burnout, uma vez que o coping (estratégias de enfrentamento) seja disfuncional e prevaleça o descompasso (Schaufeli & Enzmann, 1998). O significado prático desse continuum de burnout-engajamento é que o engajamento representa uma meta desejada para quaisquer intervenções de burnout. Esse quadro leva as pessoas a considerar que fatores no ambiente de trabalho são suscetíveis de aumentar a energia dos funcionários, vigor e resiliência; para promover o seu envolvimento e absorção com as tarefas de trabalho; e para garantir a sua dedicação e senso de eficácia e sucesso no trabalho (Maslach, Leiter & Jackson, 2012).

Estudos posteriores apontaram para uma nova percepção sobre engajamento, tendo-o como composto por construtos próprios e não simplesmente entendido como polo contrário da burnout. Tais estudos foram desenvolvidos por Schaufeli et al. (2002) e comprovaram que engajamento e burnout são fenômenos relacionados, mas que são independentes entre si e apresentam cada um características próprias. A concepção de engajamento no trabalho, então, pode ser entendida como um cumprimento, estado positivo que se relaciona com o trabalho da mente (Maslach, Schaufeli & Leiter., 2001; Schaufeli et al., 2002). E, ao invés de ser considerado como um estado específico e momentâneo, está relacionado a um estado afetivo-cognitivo mais generalizado, persistente e que não foca em um determinado objeto, indivíduo ou comportamento (Schaufeli et al., 2002).

O constructo de engajamento no trabalho é multidimensional, definido por vigor, dedicação e absorção. Vigor é caracterizada por altos níveis de energia e de resistência mental durante o trabalho, que mesmo defronte às dificuldades, há predominância de vontade e o esforço. A dedicação caracteriza-se por sensação de significado, entusiasmo, inspiração, desafio e orgulho. Já a absorção é tida como a impressão de que o tempo passa mais depressa no trabalho e o indivíduo possui mais dificuldades de desapega-se dele, pois está totalmente concentrado no mesmo (Maslach, Schaufeli & Leiter, 2001; Schaufeli et al., 2002). Assim, o engajamento no trabalho deve ser entendido a partir de seus próprios construtos que permitem sua identificação e mensuração de forma independente e que possibilita a verificação do significado psicológico do trabalho.

3. Método

O estudo em questão foi realizado mediante a uma pesquisa bibliométrica o qual tem por objetivo fazer uma análise dos artigos publicados sobre o tema Engajamento no Trabalho (Engagement at Work) a partir dos artigos disponíveis na principal coleção da base de dados Web Of Science (WOS) no período de 2005 a 2014. O estudo bibliométrico caracteriza-se por aplicar métodos estatísticos ou matemáticos em determinado conjunto de bibliografias, bem como auxilia na compreensão do estágio que se encontra uma pesquisa específica (Rostaing, 1997; Macedo, Casanova & Almeida, 2007). 

No que tange a abordagem do estudo, classifica-se como uma pesquisa qualitativa, em vista que procura qualificar variáveis que se referem à produção científica sobre Engajamento no Trabalho (Engagement at work).

Para a realização da pesquisa, os dados foram coletados por meio da base de dados Web Of Science (WOS) do Institute for Scientific Information (ISI). Essa base caracteriza-se por indexar somente aqueles periódicos mais citados em suas respectivas áreas, sendo considerada multidisciplinar. Ademais, é um índice de citações na Web, cria rankings por parâmetros diversos, além de realizar a identificação das citações recebidas, referências utilizadas e registros relacionados. Permite também a análise da produção científica por meio de cálculos percentuais das autocitações e índices bibliométricos possuindo aproximadamente 37.000 periódicos indexados (CAPES, 2015).  

Ressalta-se ainda, que as referências da totalidade dos itens indexados podem ser extraídas e a interface daquelas referências citadas demonstram todas as citações das obras de determinado autor, o que independe de que os itens citados sejam indexados pela WOS ou não (Bar-Ilan, 2008). Assim, no que tange a coleta de dados, foi realizada mediante os mecanismos de busca da base WOS sobre o tema Engagement at work, no período de 2005 a 2014 – última década.

3.1 Modelo Conceitual

A análise bibliométrica procedeu-se a partir da identificação das variáveis conforme o Quadro 1, de tal modo que a partir das funções específicas de cada uma das bases de dados foram demarcadas as características que foram investigadas na WOS.

Quadro 1 – Modelo Conceitual para análise bibliométrica
Fonte: Pesquisa

Também analisou-se na base WOS os índices "h-b" e "m" para proceder uma análise dos hot topics. Ressalta-se queo h-index (índice h) foi proposto a partir de uma pesquisa de Hirsch (2005), intitulada de "An index to quantify an individual's scientific research output" a qual propôs caracterizar a produção científica de um pesquisador.

Em seguida, o autor Banks (2006) propôs outro índice, o índice h-b, o qual é uma extensão do h-index, sendo obtido por meio do número de citações de um determinado tópico, em um dado período de tempo, em que as citações são listadas em ordem decrescente. Esse índice h-b é encontrado naquelas publicações em que o número de citações é igual ou maior à sua posição do ranking. No que tange ao índice m, o cálculo é obtido através da divisão do índice "h-b" por aquele período em que se deseja conseguir as informações. Sendo assim, as análises dos índices h-b e índice m foram feitas com base nas definições de Banks (2006): 0 < m ≤ 0,5: O resultado pode interessar a pesquisadores em um determinado campo de pesquisa, englobando uma comunidade relativamente pequena; 0,5 < m ≤ 2: Este resultado pode tornar-se provavelmente um "hot topic" como área de pesquisa, a comunidade é considerada muito grande ou o tópico/combinação possui características muito interessantes; em>2: Já pode se considerar um "hot topic" tem alcance em outras áreas, não apenas em sua área de pesquisa, sendo considerado um tópico exclusivo que provavelmente apresenta efeitos de aplicação e características únicas.

Deste modo, tendo em vista as definições propostas por Banks (2006), nesta pesquisa consideram-se "hot topics" aquelas combinações que possuem índices m>2, como descrito no próximo item.

3.2 Etapas para a coleta dos dados

A pesquisa foi realizada em seis etapas consecutivas. Primeiramente digitou-se a palavra: Engajamento no Trabalho (Engagement at Work) como um tópico de pesquisa na base WOS e delimitou-se o período de 2005 a 2014. Posteriormente, foram levantadas as informações (Áreas temáticas; Tipos de documentos; Ano das publicações; Autores, Título das fontes, Instituições; Países, Idiomas e Autores versus citações), conforme constatado anteriormente no Quadro 1 da base WOS.

No que se refere à segunda etapa, identificaram-se os tópicos a serem combinados com os tópicos de Engajamento no Trabalho (Engagement at Work) e assim realizou-se uma análise das publicações que foram encontradas anteriormente na primeira etapa enumerando-se 20 tópicos que combinam com o termo Engagement at Work. A seleção desses tópicos foi através da relação que esses tinham com o termo pesquisado. Além disso, encontrou-se o índice h-b e o índice m para definir posteriormente os "hot topics".

A terceira etapa consistiu em fazer novamente uma busca no sistema a fim de combinar cada um dos tópicos com o termo Engagement at Work no período de 2005 a 2014, ou seja, nos últimos 10 anos. Na quarta etapa, identificaram-se os "hot topics" calculando o índice h-b e índice m. Já na quinta etapa, procurou-se comparar as publicações mais citadas com aqueles autores que se destacaram por mais publicar neste mesmo período e por fim, na sexta etapa realizou-se uma análise por meio do software Nvivo (versão 10.0), dos resumos das 10 publicações mais citadas referente ao tema em estudo. Deste modo, no Quadro 2 demonstra-se as etapas realizadas da pesquisa.

Quadro 2 – Etapas da pesquisa
Fonte: Pesquisa

Sendo assim, com base nas etapas propostas no Quadro 2, realizou-se a análise bibliométrica desse estudo.

4. Análise e discussão dos resultados

No que tange aos resultados da pesquisa, evidencia-se neste tópico as principais coleções da Web of Science que estão relacionadas à expressão Engagement at Work. Neste sentido, realizou-se uma pesquisa com este termo no período de 2005 a 2014 na base WOS, encontrando-se 3.279 publicações sobre o tema.

4.1. Características gerais das publicações sobre Engagement at Work na WOS.

Na sequência, as características gerais das publicações serão apresentadas conforme as categorias dispostas a seguir: Áreas Temáticas; Tipo de Documentos; Ano das Publicações; Autores; Título das Fontes; Instituições; Países; Idiomas.

4.1.1 Áreas temáticas das publicações

No Quadro 3 apresenta-se as dez áreas temáticas principais as quais estão relacionadas ao tema Engagement at Work, conforme o número de publicações.

Quadro 3 – Áreas temáticas das publicações
Fonte: WOS (Nov./2015)

Com base no Quadro 3, verifica-se que os melhores resultados foram encontrados nas seguintes áreas: Educação-Pesquisa Educacional; Psicologia; Economia de Negócios; Saúde Pública, Ambiental e Ocupacional; Engenharia; Ciência da Computação; Neurociências-Neurologia; Ciências da Assistência em Saúde; Ciências Ambiental-Ecologia; e outros tópicos em Ciências Sociais. Verifica-se que o tema Engagement at Work possui transversalidade em diversas áreas, como saúde, engenharia, educação e áreas ambientais entre outras.

4.1.2 Principais documentos

No Quadro 4 são demonstrados os tipos de documentos encontrados na base.

Quadro 4 - Publicações classificadas quanto ao tipo de documentos
Fonte: WOS (Nov/2015)

No que se refere aos resultados das publicações quanto ao tipo de documento verificou-se índices maiores em articles (80,3%) e em proceedings paper (15,8%). Percebe-se então que a maioria desses estudos são trabalhos teóricos e empíricos os quais são resultantes de estudos ou possuem aplicabilidade.

4.1.3 Publicações por Ano

Na Figura 1, apresenta-se a totalidade de artigos publicados por ano que se relacionam ao tema pesquisado na WOS.

Figura 1 – Publicações por ano
Fonte: WOS (Nov./2015)

Na pesquisa realizada na base de dados WOS, no período de 2005 à 2014 com o termo Engagement at Work encontraram-se no total de3.219 publicações, sendo queo maior número de publicações concentram-se no ano de 2014 totalizando 626 publicações.

4.1.4 Principais Autores

Desconsiderando as publicações não assinadas, no Quadro 05 buscam demonstrar os autores que mais publicaram referente ao tema Engajamento no Trabalho, sendo selecionados os 10 primeiros.

Quadro 5 – Quantidade de artigos publicados por autor
Fonte: WOS (Nov./2015)

No Quadro 5 são destacados os 10 autores que mais publicaram sobre o tema Engajamento no Trabalho na última década. Dentre eles, os autores Arnold Bakker, Eva Demerouti e Wilmar Schaufeli se destacam. O autor Arnold Bakker lidera o número de publicações. O autor é um holandês que estudou psicologia social na Universidade de Groningen e concluiu o PhD em Bram Buunk no ano de 1995. Atualmente é professor de psicologia organizacional e do trabalho na Erasmus University Rotterdam. Ademais, o autor também desenvolveu alguns trabalhos juntamente com Wilmar Schaufeli, no qual se destaca o teste holandês chamado de Utrecht Bevlogenheids Schaal (UBES). 

4.1.5 Títulos das Fontes

A seguir são apresentadas no Quadro 6, as principais fontes de publicações sobre o tema Engajamento no Trabalho.

Quadro 6 – Principais fontes
Fonte: WOS (Nov./2015)

Conforme constatado no Quadro 6, as publicações encontram-se em sua maioria nos periódicos: Journal of Immunology; Plos One; Lecture Notes in Computer Science; Journal of Biological Chemistry; Procedia Social and Behavioral Sciences; Proceedings of the National Academy of Sciences of The United States of America; Gerontologist; Blood; Bmc Public Health; Social Science Medicine. O Journal of Immunology, que corresponde ao maior número de publicações, é um periódico que publica artigos revisados por pares que descrevem novas descobertas em todas as áreas de imunologia experimental, incluindo estudos básicos e clínicos, possuindo fator de impacto de 4,92.

4.1.6 Principais Instituições

O Quadro 7 contém as principais instituições que publicam artigos sobre o tema.

Quadro 7 – Principais instituições
Fonte: WOS (Nov./2015).

Quanto às instituições que mais publicam artigos sobre a temática de engajamento, a Universidade de Toronto é uma das que lideram, onde é possível constatar 532 artigos, representando 11,15% do potencial, segundo a base WOS. Em seguida, a Universidade de Michigan e a Universidade N. Carolina apresentam potencial semelhante, entretanto, inferior a citada anteriormente. A Universidade de British Columbia apresentou 452 artigos, a Universidade de Washington 438, a Universidade de Melbourne 437, a Universidade de Queensland 432, a Universidade Penn 425 e a Universidade de Califórnia Los Angeles, 422 artigos.

4.1.7 Principais Idiomas e Países

No que tange ao idioma que predomina as publicações na base WOS, o idioma Inglês se sobressai aos demais apontando um total de 46813 artigos publicados na área, representando aproximadamente 98,09% dos artigos publicados. O Quadro 8 apresenta os principais idiomas em que o tema pesquisado é publicado.

Quadro 8 – Principais idiomas
Fonte: WOS (Nov./2015).

Deste modo, percebe-se que a língua inglesa ainda é a que mais se sobressai em publicações internacionais.

Referente aos países que mais publicam, o ranking é liderado pelo Estados Unidos da América, seguindo deInglaterra, Austrália e Canadá, conforme pode ser visto no Quadro 9.

Quadro 9 – Principais países
Fonte: WOS (Nov./2015)

Conforme o Quadro 9, ressalta-se que os países apresentados se localizam em regiões diferentes apresentando-se em vários continentes. O resultado demonstra o quanto a dada temática é importante para essas regiões.

4.1.8 Engajamento no Trabalho "os hot topics"

Foram investigados nesta pesquisa, os principais tópicos que vem sendo estudados na última década relacionados Engagement at Work, os quais foram escolhidos de acordo com que os autores deste estudo julgam possuir uma alta intensidade de relacionamento com o tema. Sendo assim, selecionaram-se os 20 tópicos relacionados à temática de acordo com o número de publicações, sendo estes classificados no Quadro 10.

Quadro 10 – Índice HD index e hot topics
Fonte: WOS (Nov./2015)

Conforme Banks (2006) foram encontrados os seguintes hot topics (m > 2): burnout; social support; satisfaction; stress; motivation; commitment; well-being at work. Tendo em vista os resultados encontrados, verifica-se que o tema Engajamento no Trabalho apresenta maior representatividade quando este está associado a outros temas tais como: burnout, suporte social, satisfação, estresse, motivação, comprometimento e bem-estar no trabalho e isto reflete em um composto exclusivo, ou seja, tem grande alcance em outras áreas de pesquisa, possuindo características únicas.

4.2 Relação dos trabalhos com maior número de citações

Nesta etapa, selecionaram-se as 10 publicações - domínio de pesquisa Ciências Sociais (2.045 publicações) - que apresentaram maior número de citações em todas as bases de dados indexadas na Web Of Science. Após a seleção inicial, procedeu-se a leitura de todos os títulos, resumos e palavras-chaves para identificação dos materiais relacionados à área de Ciências Sociais Aplicadas, excluindo-se aqueles não possuíam vínculo com esta. Realizou-se este procedimento até ser obtido o total dos 10 trabalhos mais citados como pode ser visualizado no Quadro 11.

Quadro 11 – Principais artigos sobre Engagemnt at Work em números de citações
Fonte: WOS (Nov./2015).

No que tange a pesquisa dos trabalhos com maiores números de citações, foi realizada com o objetivo de verificar qual a relação existente entre aquelas mais citadas com aqueles autores que se destacaram por mais publicarem no mesmo período apresentados anteriormente no Quadro 05. Contata-se que dentre os autores que mais publicaram entre os anos de 2005 a 2014, Bakker, Demerouti, Schaufeli e Salanova encontram-se nas publicações que receberam maior número de citações neste período, sendo que das 10 publicações mais citadas, Arnold Bakker é autor de 3 delas.

Além disso, destaca-se que o tema Engajamento no Trabalho é de suma importância no contexto organizacional, onde o profissional se depara no decorrer do exercício de suas atividades com questões voltadas a positividade, satisfação com a organização, predominância de emoções positivas com o ambiente de trabalho, bem-estar afetando diretamente sobre o desempenho diário das atividades do colaborador, suas capacidades, habilidades e sobre seu grau de satisfação no trabalho (Paschoal, 2008).

Ainda, para Siqueira (2009), o bem-estar no desenvolvimento das ações no ambiente de trabalho é descrito por três realidades a saber, como sendo: a satisfação no trabalho, o envolvimento com o trabalho e o comprometimento organizacional afetivo. Logo, conforme desenvolve Locke (1976, p. 1300), o " estado emocional positivo ou de prazer, resultante de um trabalho ou de experiências de trabalho". Assim, alguns critérios são fundamentais para o bom desempenho laboral, quando a sua boa relação que "suas atividades, inclusive quando da falta delas, tais como o chefe, colegas, satisfação em relação à remuneração e oportunidades de ascensão e atividades desenvolvidas" (Siqueira & Gomide Jr., 2004, p.55).

Mowday, Steers & Porter (1979, p. 225) refletem que o comprometimento organizacional afetivo é resultante do "estado no qual um indivíduo se identifica com uma organização particular e com seus objetivos, desejando manter-se afiliado a ela com vista a realizar tais objetivos". Por fim, o bem-estar do trabalhador pode presumir que "encontra- ligado à organização, ao vínculo afetivo do trabalhador para com a empresa e da consciência do que esta empresa representa positivamente para ele" (Siqueira & Padovam, 2004, p.9).

4.3  Análise dos resumos das 10 publicações com maior número de citações

Nesta etapa da pesquisa, realizou-se uma análise dos resumos relativos às 10 publicações mais citadas com a utilização do software Nvivo (versão 10.0), para a identificação das palavras que mais se sobressaíram a partir da constatação da maior frequência. A Figura 02 representa a nuvem de palavras criada pelo software.

Figura 02: Nuvem de palavras gerada pela análise dos 10 resumos das publicações mais citadas na WOS
Fonte: NVivo 10.0 (Nov./2015).

A análise realizada com o software Nvivo (versão 10.0), demonstra que o termo Engajamento apareceu com maior frequência, seguido de recursos, burnout, estudo, demanda, empregados, positiva, exaustão, modelo, processo e relação.

5. Consideraçõe finais

Na atualidade, muitas organizações procuram manter seus colaboradores engajados no desenvolvendo de suas tarefas, almejando assim níveis de desempenho laboral satisfatório. Deste modo, o engajamento no trabalho é visto como positividade ou satisfação dos envolvidos com o resultado organizacional perante suas tarefas cotidianas (Bakker & Leiter, 2010). Frente a este contexto supracitado, gerou-se a necessidade de elaborar uma pesquisa bibliométrica com esta temática que teve por objetivo expandir o conhecimento referente às publicações sobre o tema de Engajamento no Trabalho (Engagement at work) na base de dados Web Of Science (WOS) considerando o período compreendido entre 2005 e 2014, buscando-se compreender o que vêm sendo citado e estudado quanto à este tema.

Por fim, no sentido de realizar um paralelo entre os resultados fornecidos ao longo da pesquisa, foi possível identificar como informações mais relevantes os critérios discriminados conforme apresenta o Quadro 12.

Quadro 12 – Síntese dos resultados
Fonte: Constructo dos autores

Sendo assim, conforme apresenta o Quadro 12, é possível inferir que segundo a base de dados da Web Of Science (WOS), as áreas temáticas com maior enfoque são Education Educational Research e Psycology. Quanto aos autores mais citados, encontra-se com destaque Arnold Bakker, Eva Demerouti e Wilmar Schaufeli. As fontes-referência de periódicos são: Journal Of Immunology, Plos One, e Lecture Notes in Computer Science. As instituições destacadas por desenvolverem substancialmente artigos voltados à temática de engajamento no trabalho são: Universidade de Toronto, Michigan e Norte da Carolina. Os países que mais publicam artigos com esta temática são Estados Unidos e Inglaterra. Os "hot topics" em maior destaque são: Burnout, Social Support e Satisfaction. Também, após elaborar a nuvem de palavras segundo o resumo dos periódicos mais citados, constatou-se que as palavras mais citadas são: burnout, estudo, demanda, empregados, positiva, exaustão, modelo, processo e relação.

Por fim, verificou-se que muitos trabalhos vêm sendo desenvolvidos e apresentam contribuições relevantes são a respeito de Engajamento no Trabalho, abrangendo questões interessantes como o nível de satisfação e de entrosamento do funcionário e de como o desempenho laboral depende das situações e ambiente de trabalho. Ademais, as organizações contemporâneas buscam continuamente pessoas mais comprometidas, tendo em vista prezar por resultados quantitativos e rentáveis no sentido de prezar pela sobrevivência e o desenvolvimento dos seus negócios. Concluindo, ressalta-se que mesmo existindo uma quantidade substancial de periódicos publicados quanto ao tema engajamento no trabalho, tanto para fins acadêmicos quanto para o conhecimento da sociedade empresarial, o tema ainda é um campo vasto a ser explorado e de grande potencial de pesquisa.

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1. Graduada em Administração pelo Centro Universitário Franciscano. Mestranda em Administração na linha de Pesquisa Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional pelo Programa de Pós-Graduação em Administração e discente do Programa Especial de Graduação de Formação de Professores para a Educação Profissional (PEG), ambos pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Atua como pesquisadora no Grupo de Pesquisa Comportamento, Estresse e Trabalho (GPCET)
2. Graduada em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Especialista em Gestão Empresarial pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Mestre em Engenharia de Produção e Doutoranda em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria. Atua como pesquisadora no Grupo de Pesquisa Comportamento, Estresse e Trabalho (GPCET). Email: adrianaportoadm@gmail.com
3. Graduada em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria/Centro Superior Norte do Rio Grande do Sul UFSM/CESNORS. Especialista em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Universidade Aberta do Brasil – UAB. Mestranda em Administração na linha de Pesquisa Estratégia em Organizações pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM.

4. Graduada em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSM. Doutora em Administração pela Universidade Federal da Bahia - UFBA. Atualmente é professora Adjunta do Departamento de Ciências Administrativas, Coordenadora do Curso de Administração e Coordenadora do curso de Especialização em Gestão Pública Municipal/EaD da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. É pesquisadora associada à linha de pesquisa Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM e ao Núcleo de Estudos Indivíduo, Organizações e Trabalho da Universidade Federal da Bahia - UFBA

5. Graduado em Administração pelo Centro de Ensino Superior Dom Alberto. Especialista em Gestão de Pessoas e Marketing pelo Centro Universitário Franciscano – UNIFRA. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Doutorando em Administração na linha de Gestão de Pessoas e Comportamento Organizacional na Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Atua como pesquisadora no Grupo de Pesquisa Comportamento, Estresse e Trabalho (GPCET).

6. Graduado em Matemática pela Faculdade Imaculada Conceição. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Professor Associado 4 do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal de Santa Maria. Coordenador Grupo de Pesquisa Comportamento, Estresse e Trabalho (GPCET).