Espacios. Vol. 37 (Nº 21) Año 2016. Pág. 24
Leandro Pinheiro FOLSTER 1; Gabriel Granzotto MADRUGA 2; Fernanda Cristina Silva FERREIRA 3; Stéfano Frizzo STEFENON 4
Recibido: 23/03/16 • Aprobado: 14/04/2016
4. Softwares para o cálculo da iluminação
RESUMO: Este artigo tem o propósito de avaliar softwares para o cálculo luminotécnico de uma sala de aula, para tanto fez-se necessário uma pesquisa bibliográfica sobre softwares, bem como dos tipos de lâmpadas disponíveis no mercado. Dessa forma, são apresentados os diversos tipos de luminárias e softwares de cálculo de iluminação. A metodologia adotada foi uma pesquisa do tipo qualitativa, com o objetivo de avaliar qual o melhor software para o cálculo luminotécnico em relação à qualidade e facilidade do desenvolvimento do projeto. A partir das análises foi possível observar que o software Luminsoft possui uma plataforma mais simples para o cálculo da iluminação, sendo que as luminárias LED mostram-se mais eficientes e poderão substituir as luminárias fluorescentes que são as mais utilizadas atualmente. |
ABSTRACT: This article aims to assess softwares for calculating the lighting of a classroom, therefore it was necessary a literature research about the softwares, as well as the types of bulbs available on the market. Thus, it is presented the various types of lamps and lighting calculation softwares. The methodology adopted was a qualitative research to assess which is the best software for the lighting calculation in relation to the quality and ease of project development. From the analysis it was posible observe that the Luminsoft software has a simple platform for the calculation of lighting and the LED lamps are more efficient and can replace fluorescent lamps that are the most used currently. |
Atualmente no mundo globalizado vem ocorrendo um aumento na demanda de energia elétrica, porém o custo desta está cada vez mais alto. Dentro deste contexto é necessária a utilização de equipamentos com maior eficiência energética no sistema de iluminação, por exemplo, existem diversos tipos de luminárias que possuem baixa eficiência energética.
Este artigo apresenta uma revisão bibliográfica sobre os principais tipos de luminárias, avaliando suas características e eficiência; além disso, apresenta uma avaliação dos softwares utilizados para o cálculo da luminosidade necessário em um ambiente, para desta forma utilizar somente o número necessário de luminárias, obtendo assim, um gasto reduzido de energia elétrica.
A energia é uma forma de potencializar o trabalho do homem e com isto aumentar a produtividade. Eletricidade é a palavra que deriva do latim "Electrum", um termo geral que abrange uma variedade de fenômenos resultantes da presença e do fluxo de carga elétrica (MUNDOEDUCACAO, 2015).
Desde o inicio da historia da humanidade o homem tem utilizado a energia disponível na natureza. Porém as primeiras sociedades, cuja vida social e econômica era muito simples, contavam apenas com a energia oferecida pelos alimentos, obtidas na pesca, caça e coleta de frutos silvestres. A história da eletricidade teve seu início na Grécia Antiga em meados do século VI, quando o filósofo Thales de Mileto, pode então perceber uma atração de objetos leves, quando esfregou resina vegetal fóssil petrificada com pele e lã de animais (MUNDOEDUCACAO, 2015).
Tales de Mileto fez uma série de observações sobre eletricidade estática, as quais o levaram a acreditar que o atrito era necessário para produzir magnetismo. No início do século XVIII, o físico Stephen Gray realizou experiências que demonstraram a possível eletrização de corpos por contato, quando um corpo eletrizado era aproximado a um corpo neutro. Com isso chegou a conclusão que tais materiais são mais condutivos que outros, denominados condutores e isolantes elétricos. Diante de tais feitos, o químico Charles Dufay propôs a existência de fluidos elétricos. Essa teoria foi comprovada e aperfeiçoada pelo físico Benjamin Franklin que observou que tais fluidos seriam na verdade um único fluido (positivo e negativo) (NUSSENZVEIG, 2010).
Os experimentos realizados mostraram que os minérios de ferro, podem atrair outros fragmentos de ferro quando eletrizados, esse fenômeno pode orientar a direção norte-sul, sendo utilizado como aparelho de navegação. Experimentos comprovaram esta relação da eletricidade ao magnetismo, onde foram demonstrados os efeitos magnéticos das correntes (uma variação no campo magnético produz campos elétricos com o passar do tempo) (MUNDOEDUCACAO, 2015).
A evolução da eletricidade ocorreu com a união entre pesquisas e a genialidade de alguns cientistas, dentre eles, Thomas Edison que buscava a perfeição e a solução de problemas por meios inovadores e curiosos. Thomas Alva Edison nasceu em 11 de fevereiro de 1847, em Milão. Além de seu talento para a invenção, Edison também foi um fabricante e empresário altamente qualificado na comercialização de suas invenções ao público. Em 1878, Edison focado em inventar uma luz elétrica segura, começou suas pesquisas com a ajuda de financiadoras e criou a Edison Electric Light Company. Coube a este cientista a invenção de diversos equipamentos, entre eles: um regulador de corrente para máquinas elétricas; um distribuidor subterrâneo de energia; a válvula, que foi a precursora das válvulas de rádio; o acumulador de energia (bateria); entre outros. Os primeiros sistemas de iluminação incandescentes de Edison foram apresentados em Paris em uma exposição em 1881 e no seguinte no Palácio de Cristal, em Londres. Na época esse sistema apresentou um elevado custo devido a seu funcionamento em corrente contínua, ao qual não é facilmente alterado o nível de tensão (E-BIOGRAFIAS, 2015).
O método de iluminação mais utilizado na Europa em meados do século XVI era o das lamparinas a óleo vegetal e animal. Com a chegada dos portugueses ao Brasil, os europeus mostraram esta forma de iluminação alternativa de luz gerada pelas fogueiras. A partir de então, cidades foram formadas, sendo que o mais importante na época foi à implantação da iluminação pública, em virtude do crescimento da urbanização e dos problemas gerados por esse crescimento, como consequência da falta de infraestrutura nas cidades (esgoto e água tratada) (IMPERIOBRAZIL, 2010).
Na época do Brasil Colônia, a iluminação dos oratórios públicos era feita pelos lampiões, que dependiam dos escravos para acendê-los; a iluminação das casas continuava ruim, pois era utilizado o método das velas, apesar de toda a dificuldade o processo de evolução estava ocorrendo. No século XIX a iluminação em prédios públicos era feita por uma empresa de canalização de gás, que levava este por canalizações, sendo que esse novo método de iluminação já vinha sendo utilizado algumas residências e teatros (INEE, 2009).
No final do século XIX, chega ao Brasil à energia elétrica, na utilização em serviços de mineração, com a instalação de usinas hidrelétricas. Devido a esta grande demanda foi construído no país um grande número de pequenas usinas geradoras de energia elétrica, cuja produção visava a exploração e o atendimento dos serviços públicos instalados nas cidades, sendo empregada predominantemente na iluminação pública (INEE, 2009).
As primeiras empresas responsáveis pela transmissão de eletricidade eram constituídas por fazendeiros, empresários e comerciantes locais e eram usuais as instalações autoprodutoras nas indústrias e em unidades de consumo doméstico. Essas empresas surgiram como resultado da iniciativa do empresariado nacional ligado à agricultura de exportação, aos serviços urbanos, principalmente iluminação, e a indústria (IAR, 2010).
Ao longo de quase 50 anos, a vida e a aparência da cidade do Rio de Janeiro foi modificada pela utilização de energia elétrica, por exemplo, pela utilização do bonde ao invés de animais; a luz elétrica ao invés do lampião, o gás canalizado ao invés do fogão a lenha; o telefone ao invés do mensageiro. Com a energia elétrica e a consolidação do capitalismo, iniciou o período de desenvolvimento industrial nos meios produtivos (o aprimoramento do uso das fontes já era conhecido). Fatos como este, mostram o desenvolvimento ocorrido com a chegada da eletricidade, aumentando o acúmulo de capital e as necessidades de manufatura para atender à demanda. Novas máquinas foram desenvolvidas e aprimoradas levando o setor industrial a modificar a economia da época (ABB, 2010).
Com o passar dos anos foi possível gerar energia elétrica em grandes quantidades de três maneiras diferentes: através das usinas hidrelétricas; das termelétricas e também das termonucleares (SEBRAE, 2012).
Esse florescimento industrial acentuou ainda mais o desequilíbrio nacional quanto à disponibilidade regional de energia, levando o país a passar por profundas mudanças econômicas, sociais, e políticas a partir da revolução de 1930. Já em 1934, veio o código das águas que alterou as bases da exploração elétrica (MUNDOEDUCACAO, 2015).
Por volta de 1952 o desequilíbrio regional da distribuição provocou revoltas, pois o total da energia nacional que somava 1.975.000 kW, era praticamente disponível somente no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais; sendo que para o restante do país sobrava apenas 398.230 kW, distribuídos no Rio Grande do Sul e restante do país. A partir de 1956 ocorreram mudanças, o governo convocou a colaboração dos estados para a construção da usina de FURNAS, sendo que este projeto foi de importância vital para o desenvolvimento nacional (ABB, 2010).
Em 1962 foi criada a ELETROBRÁS, o que tornou predominantemente estatal a produção de energia, como o projeto de ITAIPU e o uso da bacia amazônica (ELETROBRÁS, 2004).
Hoje o setor funciona com excelência na distribuição para todo o país, graças a uma realidade que o caracteriza, a estrutura foi se formando de acordo com as necessidades históricas, as leis, as regulamentações foram elaboradas de acordo com a realidade devido ao tempo.
A política de energia elétrica é traçada e implantada pelo ministro das Minas e Energia, orientado pela presidência da república, e executada pelo seu departamento Nacional de Energia Elétrica. Os poderes públicos têm como contexto o uso mais consciente da eletricidade e também a maior preocupação da população com o meio ambiente, o que gera um mercado favorável para o desenvolvimento e introdução de novas formas de iluminação que substituam as menos eficientes e menos sustentáveis (ELETROBRÁS, 2004).
Existem no mercado diversos tipos de lâmpadas, que ao longo de sua vida útil perdem capacidade de irradiar luminosidade, por desgaste e depreciação, devido a efeitos do ambiente externo onde está inserida. Estes fatores devem ser considerados no cálculo do projeto de iluminação.
São constituídas por um filamento de tungstênio alojado no interior de uma ampola de vidro preenchida com gás inerte. Quando ocorre a passagem da corrente elétrica pelo filamento, os elétrons chocam-se com os átomos de tungstênio, liberando energia e transformando esta em luz e calor. A temperatura do filamento é superior a 2.000 °C, sua vida útil em media é de 1.000 horas de funcionamento, com o rendimento considerado baixo (cerca de 17lm/W) (IAR, 2010).
Em termos de economia, as lâmpadas de halogênio oferecem mais luz com potência menor ou igual à das incandescentes comuns, além de possuírem uma vida útil mais longa, variando entre 2.000 e 4.000 horas. As lâmpadas de halogênio são preenchidas com gases de halogênio (iodo, cloro, bromo) que reagem com o tungstênio, com a alta temperatura estes evaporam e depositam o tungstênio de volta no filamento. Com isto, o tamanho da lâmpada pode ser reduzido significativamente, emitindo uma luz mais brilhante e tendo uma maior durabilidade. São usadas em projetores e com diversas aplicações interiores e exteriores, principalmente nos faróis dos automóveis (IAR, 2010).
São utilizadas em anúncios, contêm um gás rarefeito (néon) azul dentro da ampola com dois elétrodos nas extremidades. Ao aplicar aos elétrodos uma tensão suficientemente elevada, o tubo ilumina-se com uma cor que depende do gás utilizado. A tensão necessária para o funcionamento depende do comprimento do tubo, do seu diâmetro, bem como do gás utilizado. Geralmente são necessários entre 300V a 1.000V por metro de tubo (IAR, 2010).
É utilizada em iluminação de estradas, túneis, zonas ao ar livre, etc. Emite praticamente uma só cor (amarelo). Não permite a distinção das cores dos objetos que ilumina. Tem uma elevada eficiência luminosa (da ordem de 150 lm/W), além de uma vida útil elevada (cerca de 9.000 horas). Esse tipo de lâmpada é constituída por uma ampola, na qual há um tubo com sódio e um mistura de gás (néon e árgon) (IAR, 2010).
Tem uma elevada eficiência luminosa (140 lm/W) e longa durabilidade. Estas lâmpadas são indicadas para iluminação de locais onde a reprodução de cor não é um fator importante. Amplamente utilizadas na iluminação externa, em avenidas, autoestrada, etc. (IAR, 2010).
Proporciona uma iluminação 80% maior em relação às lâmpadas incandescentes, além de ter a vantagem de não aquecer, tem longa vida útil (em média de 8.000h). As lâmpadas fluorescentes tubulares proporcionam iluminação mais intensa e, por isso, são indicadas para áreas que necessitam de maior iluminação. As lâmpadas fluorescentes compactas podem ter temperatura de cor e tamanho semelhante às lâmpadas de incandescência, por isso geralmente as substituem por possuírem uma eficiência luminosa superior (de 50 a 69 lm/W) (MERLIN, 2016).
Esta lâmpada tem dentro do tubo de descarga vapor de mercúrio e argônio quatro elétrodos: dois principais e dois auxiliares. A luz desta lâmpada é caracterizada por falta de radiações vermelhas, com isto é de cor branca/azulada (este inconveniente pode ser melhorado com a junção em série de um filamento de tungstênio, originando a chamada lâmpada mista). Tem grande aplicação na iluminação de estradas, aeroportos, grandes áreas industriais e geralmente em grandes espaços exteriores. Sua eficiência luminosa (média) é de 50 a 60 lm/W, com vida útil (elevada) cerca de 9.000 horas (IAR, 2010).
A lâmpada mista possui cor amarela e eficiência luminosa de até 22 lm/W. Esta lâmpada é relativamente mais cara que a de incandescência. Tem uma eficiência luminosa um pouco mais elevada, um espectro luminoso mais equilibrado, sua vida útil cerca de cinco vezes maior que a incandescente, utilizada frequentemente em iluminação interior. Como o próprio nome diz, são lâmpadas compostas de um filamento ligado em série comum tubo de descarga, funcionam em tensão de rede sem uso de reatância. O filamento de tungstênio vem também substituir o balastro na limitação da corrente em funcionamento normal. São via de regra, alternativas de maior eficiência para substituição de lâmpadas de incandescência de altas potências (IAR, 2010).
São lâmpadas que combinam iodetos metálicos, apresentando altíssima eficiência energética e excelente índice de reprodução de cor. Com uma luz extremamente branca e brilhante, realça e valoriza espaços e ilumina com intensidade, além de apresentar longa durabilidade e baixa carga térmica (IAR, 2010).
Para a iluminação de grandes áreas com níveis de iluminância elevados e principalmente, em locais onde a alta qualidade de luz é primordial variando de 250 a 3.500W. Apresentam durabilidade variada e eficiência energética de até 100 lm/W. São indicadas para iluminação de estádios de futebol, ginásios poli esportivos, piscinas cobertas, indústrias, supermercados, salas de exposição, salões, salões de teatros e hotéis, fachadas, praças, monumentos, aeroportos, etc (IAR, 2010).
Baseando-se nas características das lâmpadas de iodetos metálicos de alta potência, foram desenvolvidas as de baixa potência de 70 a 400W. Todas, sem exceção, apresentam pequenas dimensões, alta eficiência, ótimo índice de reprodução de cor, vida útil longa e baixa carga térmica. Cada uma, dentro de sua característica, é recomendada tanto para uso interno como externo, na iluminação geral ou localizada. Ideais para shopping, lojas, vitrines, hotéis, stands, museus, galerias, jardins, fachadas e monumentos (IAR, 2010).
O LED é um componente eletrônico que tem a capacidade de emitir luz (Díodo Emissor de Luz do inglês Light Emitting Diode). Comparando com as outras fontes de luz o LED é o que possuí maior vida útil (50.000 horas); baixa manutenção; baixo consumo (em comparação às lâmpadas de incandescência) e uma alta eficiência energética (em torno de 50 lm/W); não emitem luz ultravioleta (sendo ideais para aplicações onde este tipo de radiação é indesejada, como por exemplo, quadros e obras de arte). Resistência a impactos e vibrações (utiliza tecnologia de estado sólido, portanto, sem filamentos e sem vidro, aumentando a sua robustez) (PHILIPS, 2016). Comparando com as outras fontes de luz o LED atualmente tem um custo de aquisição elevado, porém com o aumentar da oferta tende a reduzir seu custo.
A preocupação com o meio ambiente e com a utilização da energia de fonte renovável vem se tornando fundamental para um crescimento econômico equilibrado e sustentável. Esta energia geralmente é extraída por fontes naturais e é capaz de se regenerar. A eficiência energética visa eliminar o desperdício de energia e favorecer a sociedade por meio de programas que reduzam custos com energia elétrica e melhorem a qualidade de vida da população (INEE, 2012).
Eficiência é a utilização de uma menor quantidade de energia para um mesmo trabalho, com o intuito de promover a sustentabilidade e favorecer o meio ambiente através do esforço global para tentar reduzir os desperdícios (REVIMAQ, 2011).
A preocupação com o consumo e desperdício é o maior problema da energia mundial. Quanto mais o tempo passa, maior é a preocupação da humanidade em tentar diminuir o impacto que causamos ao consumir bens industrializados. No ambiente industrial, há uma grande concentração de equipamentos de alto consumo, que são necessários para a produção e manutenção dos produtos e serviços. De acordo com o panorama da eficiência energética no Brasil, podemos identificar em quais setores há um consumo maior de eletricidade, como pode ser visto na Figura 1 (INEE, 2012).
Figura 1: Panorama de Eficiência Energética no Brasil
Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN), 2013
Muitos países da Europa e os Estados Unidos (com forte peso da geração térmica) investem muito na eficiência energética (HADDAD, 2007).
Racionalmente, seria melhor fazer uso apenas da energia renovável, mas não se consegue com que todas as atividades possam continuar em andamento fazendo a substituição das fontes energéticas geradoras da produção. Essa economia pode vir da utilização de lâmpadas econômicas ou uso de iluminação natural (REVIMAQ, 2011).
No meio ambiente os benefícios estão relacionados diretamente com a redução dos impactos ambientais; redução da queima de combustíveis fósseis; da emissão de gás carbônico, de compostos nitrogenados e enxofre; chuvas ácidas; efeito estufa; alagamentos; desmatamentos; radiação nuclear; aumento do nível dos oceanos entre outros.
No Brasil conseguimos adotar algumas medidas através do PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), que visam o uso racional de energia elétrica que foi instituído no ano de 1985 pelos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio do Brasil. Inúmeras legislações tem sido discutidas atualmente e algumas implementadas. Infelizmente as legislações não incluem todas as recomendações para que se obtenha: eficiência energética no sistema de iluminação; aproveitamento da luz do dia; sistemas de controle de luz; desenhos arquitetônicos com grandes aberturas; entretanto qualquer atitude humana sustentável já é um ganho significativo (REVIMAQ, 2011).
Muito se fala da economia energética em sistemas de iluminação, mas é preciso definir o que é iluminação. O sistema de iluminação tem como peça fundamental e principal a lâmpada, a qual emite a luz. O tema, eficiência energética, se torna cada dia mais importante, já que a evolução tecnológica, a automatização e a informatização requerem altas quantidades de energia. Nesse cenário, a economia de energia passa a fazer parte da gestão competente das empresas e também é um significativo diferencial na competitividade. Segundo pesquisas, a iluminação é responsável por cerca de 20% do consumo de energia elétrica e este valor aumenta substancialmente quando nos referimos ao setor terciário, chegando a representar mais de 50% do consumo de um edifício (SEBRAE, 2012).
Essa realidade nacional é o reflexo da realidade das grandes organizações globais e da economia mundial. À medida que os preços de energia crescem e os governos clamam por segurança energética, a demanda por ferramentas de eficiência tem se tornado cada vez mais evidente. Na maior parte das instalações existentes, podemos conseguir diminuir o consumo de energia em até 30% utilizando os produtos e as tecnologias existentes, pois grande parte da energia consumida é desperdiçada ao invés de tornar-se luz, pois se transforma em calor (LOE, 2003). A luz gerada numa lâmpada incandescente é responsável por apenas 10% da energia consumida sendo que os outros 90% são energia térmica, por isso torna-se tão ineficiente do ponto de vista energético (SILVA, 2004).
Hoje com o avanço tecnológico e com o avanço de pesquisas científicas em relação à eficiência das lâmpadas, consegue-se obter mais economia quando são usadas as lâmpadas de LED. Aos poucos o custo dessa lâmpada vem se tornando mais acessível e devido ao seu alto rendimento e sua grande durabilidade, estão se tornando excelentes substitutas para as lâmpadas incandescentes (LOE, 2003).
Vários são os fatores que estão associados à qualidade da iluminação, dentre eles cita-se um em particular que são os acidentes de trabalho devido a fadiga visual, uma luz adequada no ambiente pode diminuir estes acidentes. Dessa forma, criar um ambiente agradável no trabalho significa dar ao ser humano uma melhor qualidade de vida, exercendo uma influência psicológica positiva na realização da tarefa, sendo importante o estudo correto sobre o uso da luz nos ambientes de estudo, já que a baixa luminosidade pode causar queda na produtividade.
Existem no mercado softwares de cálculo diminuir a utilização de luminárias por metros quadrados. Estes normalmente utilizam o método das cavidades zonais, que é o método que apresenta maior precisão se comparado ao método dos lumens e ao método ponto a ponto, para a determinação do número de luminárias a serem instaladas no ambiente.
É um software que tem como objetivo facilitar o trabalho de projetistas. O software possui uma interface gráfica de fácil utilização, como características deste podemos destacar: a curva de distribuição luminosa; apresentação de dois tipos de quadros para a determinação do fator de utilização e a curva de luminância para a verificação da ocorrência. A utilização da curva de luminância mostra-se uma ferramenta auxiliar importante na realização do projeto luminotécnico, visto que determinados ambientes necessitam de um rigoroso controle de ofuscamento (ITAIM, 2015).
O valor do fator de utilização é determinado relacionando as refletâncias de piso, parede e teto com o índice de recinto. Apesar de se utilizar com mais frequência o método internacional da CIE, o método dos lumens também pode determinar o fator de utilização através da relação da cavidade do recinto (RCR). Para isso, deve-se relacionar a refletância das superfícies do ambiente com a relação das cavidades do recinto através do quadro do fator de utilização pelo método americano da IESNA (ITAIM, 2015).
Apesar de se saber que o cálculo realizado pelo Softlux baseia-se no método das cavidades zonais, foi desenvolvido um quadro comparativo entre o cálculo da quantidade de luminárias feito através do software e o mesmo cálculo realizado através do método dos lumens (ITAIM, 2015). Essa comparação é apresentada no Quadro 1.
Quadro 1 : Comparação Entre o Método dos Lúmens e o Utilizado pelo Softlux
Fonte: ITAIM, 2015
O resultado entre o método de Lúmens e o software Softlux é semelhante, porém a utilização do software torna a análise mais dinâmica e visual. Inicialmente comparando os métodos o software Softlux necessitou um número geral de luminárias reduzido, além de apresentar um número de luminárias "interiro" o que facilita para o projetista, não deixando dúvida em relação à quantidade adequada a ser instalada.
Apesar de possuir todas as características positivas supracitadas, o software apresenta algumas características negativas como: não disponibilizar ao usuário a possibilidade de escolha do tipo de lâmpadas; induzir o usuário na escolha de determinada iluminância, o mesmo considera que a potência da lâmpada é exatamente igual ao especificado para a luminária, não admitindo que no mercado existam lâmpadas de mesmo modelo e potência que apresentam grandes diferenças de emissão de luz (ITAIM, 2015).
O Lumisoft pode ser muito útil para a realização de readaptação da iluminação de ambientes, pois possibilita a restrição do número de linhas e/ou colunas a serem utilizadas no projeto de iluminação, dessa forma ao se realizar um projeto de readaptação da iluminação em um ambiente já existente, pode-se utilizar o mesmo posicionamento das luminárias existentes, procurando utilizar novos tipos de luminárias capazes de gerar a distribuição e o fluxo luminoso ideal ao ambiente.
É um software para a realização de cálculo de iluminação de ambientes internos, que possui uma interface ainda mais amigável do que a do Softlux e se baseia no método dos lúmens e no de ponto por ponto. Esse software também apresenta, para cada uma de suas luminárias, a curva de distribuição luminosa e a determinação do fator de utilização, além de suas dimensões e detalhes construtivos. Entretanto, não apresenta a curva de luminâncias e nem os dois tipos de quadro do fator de utilização. A não apresentação da curva de luminância é uma grande perda em relação ao Softlux, pois o controle de ofuscamento deve ser feito baseado nela. Além disso, esse software apresenta apenas o quadro para a determinação do fator de utilização através do método americano IESNA, o que não significa um problema, visto que através desse quadro pode-se realizar o cálculo luminotécnico das duas formas, ou seja, pelo método dos lumens ou pelo das cavidades zonais (LUMICENTER, 2015). A Figura 2 é obtida de um projeto luminotécnico realizado no software Lumisoft e apresenta o diagrama de iluminâncias.
Figura 2: Cálculo Luminotécnico Utilizando o Lumisoft
Fonte: Lumisoft 2.0
Conforme pode ser observado na Figura 2, o projeto apresenta uma distribuição luminosa homogênea pelo recinto. Já a Figura 3 apresenta um projeto com uma péssima distribuição luminosa, visto que possuem pequenos pontos com uma iluminância muito alta, enquanto outros apresentam uma iluminância muito menor (LUMICENTER, 2015).
Figura 3: Cálculo Luminotécnico Inadequado Utilizando o Lumisoft
Fonte: Lumisoft 2.0
Projetos com uma distribuição luminosa ruim normalmente ocorrem devido à escolha da luminária inadequada ao tipo de ambiente. Ao se escolher o tipo de luminária deve-se considerar a iluminância solicitada e o pé-direito do ambiente (LUMICENTER, 2015).
Ao analisar os softwares, conclui-se que ambos podem ser válidos para a determinação de dados como o tipo e quantidade de luminárias necessários para a obtenção de um determinado nível de iluminamento em um ambiente interno. O Lumisoft apresenta uma metodologia de cálculo melhor que a do Softlux e um ambiente mais fácil de se utilizar. O Softlux apresenta uma quantidade maior de informações sobre suas luminárias. A informação mais interessante é a apresentação da curva de luminância que é utilizada como método para a determinação da ocorrência ou não de ofuscamento para um determinado projeto.
A luminária LED é atualmente uma das mais eficientes para iluminação de ambientes internos, além de possuir maior vida útil, com isto este tipo de luminária irá ser mais utilizado que outros tipos de luminárias atualmente comercializados.
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1. Graduando em Engenharia Civil na UNIPLAC. Email: leandropinheirofolster@hotmail.com
2. Mestre em Engenharia Elétrica (FURB), Professor no IFSC. Email: ggmadruga@gmail.com
3. Doutora em Engenharia Química (UFSC), Coordenadora de Pesquisa na UNIPLAC. Email: prof.fernanda@uniplaclages.edu.br
4. Mestre em Engenharia Elétrica (FURB), Coordenador do curso de Engenharia Elétrica na UNIPLAC. Email: stefanostefenon@gmail.com