Espacios. Vol. 37 (Nº 20) Año 2016. Pág. 8
André Rezende PETTERSON 1; Marcos de CASTRO 2
Recibido: 12/03/16 • Aprobado: 03/04/2016
4 Apresentação e Análise dos Resultados
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo mapear a estrutura das relações entre os atores que compõem a feira do produtor, realizada na cidade de Guarapuava, no estado do Paraná. Foi adotado o estudo de caso como estratégia de pesquisa, sendo a feira do produtor o objeto de estudo, com foco nos seus relacionamentos. A aplicação de instrumento de pesquisa quantitativo resultou na construção de um sociograma representativo da rede que, com o auxílio do software UCINET©, foi possível mapear a estrutura das relações entre os atores que compõem a feira do produtor. |
ABSTRACT: This present study aims to map the structure of relations between participants from the producer fair, called "feira do produtor", held in the city of Guarapuava, state of Paraná. The case study was adopted as a research strategy, being the fair dealers the object of study, focusing on their relationships. The quantitative research tool for application resulted in the construction of a representative network sociogram that with the help of UCINET© software, it was possible to map the structure of relations between actors in the producer fair. |
O homem, por sua natureza, está inserido num contexto social, onde as relações com o outro, ou de um grupo com outro grupo, têm feito parte da história da evolução. A esse respeito, Aristóteles já definia o homem com zóon politikon e fazia uma analogia ao lembrar que os animais vivem juntos porque pastam no mesmo campo (GOMEZ, 2001). Analogamente, as organizações necessitam estar em constante interação, porque seus fornecedores e clientes atuam num mesmo mercado.
As interações entre as organizações têm, desde o século XX, contribuído para o crescimento econômico mundial. Essas relações interorganizacionais, de acordo com Oliver (1990) são transações, fluxos e ligações, relativamente duradouras, que ocorrem em volta ou entre uma organização e uma ou mais organizações em seu ambiente. Têm, geralmente, por objetivo, resolver problemas complexos e/ou atingir metas conjuntas (VAN DE VEN, 1976). Enquadram-se nessa definição distritos industriais, empreendimentos coletivos, arranjos produtivos locais e clusters, os quais, no presente trabalho recebem a denominação genérica de redes interorganizacionais.
As redes interorganizacionais têm sido objetos de estudos acadêmicos, principalmente após a difusão do crescimento, nas décadas de 1970 e 1980, da chamada Terceira Itália. Nohria (1992) comenta que o termo "network" virou moda e passou a ser utilizado para as mais diversas relações, desde o nível individual até às organizações. O fato é que a formação de distritos industriais foi considerada como responsável pelo crescimento do Produto Interno Bruto acima da média europeia em um período econômico altamente recessivo das regiões do centro e nordeste italianas (ABODOR, 2011; FEITOSA, 2009; GALVÃO, 2000). Fenômeno semelhante aconteceu no estado alemão de Baden-Württemberg e na região de West Jutland, no oeste da Dinamarca: crescimento contínuo, mesmo em épocas de crise (GALVÃO, 2000). São casos comprovados em estudos científicos, evidenciando a importância do tema.
Galvão (2000) elenca algumas dezenas de estudos relacionados a clusters e distritos industriais em países como Brasil, Estados Unidos, Índia e Itália realizados nos anos 1990. O tema foi difundido, extrapolando o meio acadêmico: em 2007 a revista norte-americana Forbes reconheceu a importância das redes na economia contemporânea (POST, 2007) e o Fórum Econômico Mundial, em seu encontro de 2008, definiu o poder da inovação colaborativa como tema central, conforme lembram Balestrin, Verschoore e Reyes Júnior (2010).
No mesmo período (décadas de 1970 e 1980), Granovetter (1985, 2007) retoma as ideias de que os conceitos e métodos sociológicos influenciam os fenômenos econômicos e propõem que todas as ações dos indivíduos, incluindo as econômicas, estão imersas nas relações sociais. O autor inspirou-se na obra de Karl Polanyi, de 1944, A grande transformação (POLANYI, 2000). E, ao abordar o problema do embeddedness (GRANOVETER, 1985), enfatiza a necessidade de interpretar os problemas econômicos das instituições de forma interdependente, imersos nas redes de relacionamentos.
Castells (1999; 2010) coloca que vive-se um período de transição da sociedade industrial para a sociedade em redes. As organizações, que nos primórdios da administração científica, valorizavam a distribuição do trabalho, posteriormente preocuparam-se com o comportamento humano, receberam o aporte da Sociologia, da Antropologia e da Psicologia, passando hoje da fase contemporânea para a era da globalização. Nesse contexto, a conexão entre o local e o global surge como importante caminho para a solução dos problemas da sociedade pós-contemporânea (CASTELLS, 2010).
Considerando-se que o conceito de redes compreende todas as relações comerciais, pode-se afirmar que as organizações não conseguem, sozinhas, reunir as condições necessárias para atuar num ambiente de rápidas mudanças tecnológicas e elevada competição (CASTRO, 2013). Esse fato pode ser justificado por alguns fenômenos que ocorrem nas redes interorganizacionais: compartilhamento de competências, facilidade de absorção (e assimilação) de conhecimentos externos (CAMISÓN; FORÉS, 2011; LLAPA; NAKANO; MEDINA, 2011) e visão orientada para o mercado (FIERRO et al., 2011). Fenômenos esses, que justificam a performance positiva encontrada nas organizações inseridas nos contexto das redes interorganizacionais.
Exemplos típicos de redes que dependem do apoio governamental são as feiras livres, que acontecem nas cidades brasileiras. A feira do produtor, que ocorre desde o ano de 2013, na cidade de Guarapuava, região central do estado do Paraná, é um fenômeno que pode ser definido como uma rede interorganizacional ou rede de cooperação. Ela tem como propósito a comercialização de produtos provenientes da agricultura familiar. Seu eixo são os pequenos empreendimentos familiares rurais. É uma feira que acontece semanalmente em cinco bairros da cidade e conta com a participação de cerca de 120 produtores. Organizada inicialmente pela Secretaria Municipal de Agricultura, durante a realização desta pesquisa passou a ser coordenada pela Associação dos Produtores Feirantes de Guarapuava (APROFEG) criada recentemente.
O estudo das redes formadas por pequenos empreendedores que contam com apoios governamentais são comuns e abundantes na literatura. Todavia, quando o tema é delimitado aos pequenos empreendimentos familiares rurais, se observa uma carência de publicações. Os trabalhos observados nesse campo de estudo, as redes interorganizacionais, se referem a problemas envolvendo tecnologias de produção e compartilhamento de conhecimentos (BINOTTO; AKAHOSHI, 2013; CAMPOS; MARTINS; MAYORGA, 2005; TEIXEIRA et al., 2007).
Já o presente trabalho é abordado sob a ótica das redes sociais, onde os atores são considerados imersos nas relações sociais e suas ações (GRANOVETTER, 1985, 2007) e procura focar na comercialização conjunta dos produtos oriundos de empreendimentos familiares rurais, que ocorre na feira do produtor, apoiado pela ação governamental.
Esta pesquisa pretende compreender a relação entre as entidades de apoio e os pequenos empreendimentos familiares rurais, participantes da feira do produtor, realizada na cidade de Guarapuava, região central do estado do Paraná, sob o ponto de vista estrutural. Para que isso seja possível, tem como objetivo mapear a estrutura das relações entre os atores que compõem a feira do produtor.
A dependência operacional das redes em relação aos seus apoiadores, tem sido identificada e pesquisada por autores como: Abodor (2011); Balestrin e Vargas (2004); Cassiolato e Szapiro (2003); Castro, Bulgacov e Hoffmann (2011); Chou et al. (2011); Feitosa (2009); Oprime, Tristão e Pimenta (2011); Porter (2000); Sacomano Neto e Truzzi (2004; 2009); Wegner e Zen (2011); dentre outros. Porém, em função da amplitude da teoria de redes interorganizacionais (NOHRIA, 1992), o assunto está longe de esgotar-se e as colaborações empíricas vão contribuir para dar representatividade ao tema.
A rede é uma estrutura social composta por um conjunto de atores (indivíduos ou organizações) e as relações diádicas entre eles (relacionamentos, conexões ou interações). As redes interorganizacionais encontram-se no centro da perspectiva de análise das organizações contemporâneas. E a rede como perspectiva de análise é uma das abordagens citadas na literatura e utilizadas para estudar as relações sociais entre os atores (SACOMANO NETO; TRUZZI, 2009).
O estudo das redes como perspectiva de análise está voltado a questões relacionadas à estrutura da rede, com o foco na compreensão da relação entre os atores, e não nos atores isolados, nem nos seus atributos. O objetivo dessa perspectiva é tentar compreender como os atores estão ligados uns com os outros e como essas relações contribuem para facultar a realização de atividades que, conforme Sacomano Neto e Truzzi (2004, p. 257), "[...] proporciona ordem e significado para a vida social". Suas origens conceituais podem ser atribuídas, de acordo com Tichy, Tushman e Fombrun (1979), a três grandes escolas de pensamento: Sociologia, Antropologia e Teoria dos Papeis.
A partir dessas origens conceituais, Tichy, Tushman e Fombrun (1979) apresentam uma série de ferramentas necessárias para o estudo das redes. Nesse contexto, três aspectos são destacados pelos autores: o conteúdo das transações entre os atores; a natureza qualitativa das ligações; e as características estruturais, que se referem ao padrão geral de relações entre os atores do sistema, em que uma série de propriedades podem ser analisadas.
O conteúdo das transações refere-se ao que é trocado quando dois atores estão ligados. Quatro tipos de conteúdos transacionais são apresentados: afetos, que estão relacionados à amizade ou similaridade de gostos; influência ou poder, relacionado a formalidade; informações, que podem estar relacionadas à tecnologia e know-how; e troca de bens ou serviços. Então, as redes interorganizacionais podem constituir-se com ênfase em algum desses conteúdos específicos. Mesmo assim, múltiplos conteúdos transacionais podem ser trocados ao mesmo tempo e, para cada um deles, a rede pode apresentar peculiaridades (TICHY; TUSHMAN; FOMBRUN, 1979). Por exemplo, enquanto a estrutura formal baseia-se na relação de informação, autoridade ou hierarquia, uma estrutura informal pode ser baseada em um grande número de outras relações sociais. Além disso, os laços informais podem existir entre quaisquer dois membros de uma organização (HUNTER, 2015).
A natureza qualitativa das ligações e as características estruturais aparecem nos Quadros 01 e 02.
Quadro 1 - Natureza das Ligações
Propriedade |
Medida |
1. Intensidade |
Força das ligações |
2. Reciprocidade |
Grau em que os atores se reportam entre si |
3. Clareza das expectativas |
Grau de concordância das relações |
4. Multiplexidade |
Grau de multiplicidade de papéis que ligam os atores |
Fonte: adaptado de Tichy, Tushman e Fombrun (1979, p. 508).
A natureza das ligações está relacionada aos conteúdos específicos observáveis na relação entre dois atores. A intensidade mede o grau em que os indivíduos honram seus compromissos mútuos, ou abrem mão de interesses outros em benefício da relação, ou ainda o número de contatos em uma unidade de tempo. A reciprocidade refere-se ao grau em que os atores recorrem aos seus pares em cada conteúdo transacional, em outras palavras, reflete se a relação entre os atores é ou não bidirecional (WASSERMAN; FAUST, 1999).
A clareza de expectativas se relaciona com o quanto cada ator está de acordo com o comportamento do seu par e se suas expectativas estão em sintonia. A multiplexidade refere-se às diversas funções passíveis de serem exercidas por cada ator; quanto maior o número de papeis que vincula um ator a outro, maior é a multiplexidade e mais forte é a ligação (TICHY; TUSHMAN; FOMBRUN, 1979).
O conteúdo das transações e a natureza das relações são propriedades que podem ser analisadas individualmente para cada par de atores. Já as características estruturais têm vários graus de abrangência. Pode se referir a: rede e suas ligações externas; rede em si; pequenos clusters dentro da rede. Aqui, os clusters se referem a pequenos grupos de atores ligados por algum interesse particular, que pode ser temporário, devido a algum propósito limitado. E as características estruturais também podem se referir a atores que fazem alguma ligação especial dentro ou fora da rede e até a membros isolados (TICHY; TUSHMAN; FOMBRUN, 1979).
Quadro 2 - Características Estruturais
Propriedade |
Medida |
1. Tamanho |
Número de participantes da rede. |
2. Densidade (conectividade) |
O número de ligações atuais em relação ao número total de ligações possíveis. |
3. Clustering (agrupamento) |
O número de regiões densas na rede. |
4. Abertura |
O número de ligações externas atuais em relação ao número total de ligações externas possíveis. |
5. Estabilidade |
Grau com que o padrão atual se modifica ao longo do tempo. |
6. Reachability (acessibilidade) |
Número médio de ligações entre dois indivíduos quaisquer na rede. |
7. Centralidade |
Grau em que as ligações são guiadas pela hierarquia formal. |
8. Estrela |
O indivíduo com mais nominações |
9. Ligação (liaison) |
Indivíduo que não é membro de um cluster, mas liga dois ou mais clusters. |
10. Ponte |
Indivíduo que é membro de vários clusters. |
11. Gatekeeper |
Uma estrela que também liga a rede a domínios externos. |
12. Isolado |
Indivíduo que não tem nenhum par na rede. |
Fonte: adaptado de Tichy, Tushman e Fombrun (1979, p. 508).
A medida da centralidade tem sido discutida com mais profundidade por diversos autores. Freeman (1979) apresenta a especificação de nove medidas de centralidade, divididas em três grupos. O primeiro grupo se refere à centralidade de grau (degree), ou o número de ligações incidentes sobre um nó, que mede o grau de atividade das comunicações. O segundo grupo se baseia na intermediação de pontos (betweenness) e são índices de potencial para o controle das comunicações. O último grupo de medidas de centralidade se baseia na proximidade (closeness) e são índices tanto de independência quanto eficiência ou velocidade, na qual a rede consegue resolver seus problemas (FREEMAN, 1979).
Faust (1997) revisou as medidas de centralidade de Freeman (1979), focando na influência interpessoal. Concluiu que o potencial de centralidade (degree) define quantos laços o ator possui na rede ou qual o seu nível de conexão; o potencial de acesso (closeness) se refere à distância dos outros atores ou o quão próxima é a ligação em relação ao conjunto da rede; e o potencial de controle (betweenness) estabelece um grau de importância para a difusão da informação dentro da rede (FAUST, 1997).
Outra medida relacionada é a acessibilidade (reachability), que mede a possibilidade de haver um caminho na rede entre dois atores (WASSERMAN; FAUST, 1999). Para Sacomano Neto e Truzzi (2004), em termos estruturais, o posicionamento de um ator está em um continuum que varia entre a rede densa (coesa) e a rede difusa.
A rede densa, com contatos redundantes, apresenta algumas vantagens. Para Gnyawali e Madhavan (2001), ela faz com que os fluxos de informações e outros recursos ocorram com mais rapidez e mais eficiência; desenvolve facilmente confiança e padrões de comportamento comum, pois apresentam características de um sistema fechado; e facilita a atribuição de sansões. Os autores desenvolveram um modelo conceitual que relaciona centralidade, autonomia, equivalência estrutural e densidade com as probabilidades de ação e resposta da rede. E concluíram que
"[…] have not differentiated between competitors who have direct ties with each other and those who do not". Em tradução livre: "[…] não há diferenças entre competidores que têm laços diretos e aqueles outros que não têm" (GNYAWALI; MADHAVAN, 2001, p. 442).
Porém, admitiram a necessidade de uma abordagem mais sutil para analisar como, na mesma rede, concorrentes com ligações diretas uns com os outros, podem se comportar de forma diferente dos concorrentes que não possuem tais vínculos diretos.
Conforme pôde ser visto acima, a análise das redes sociais (de indivíduos ou organizações) consiste em medir uma variedade de relações entre um ou mais conjuntos de agentes (indivíduos ou organizações). Para ser possível a medição dessas relações, é necessária a criação de modelos com linguagem simbólica própria, que permitam um tratamento matemático dos dados resultantes das relações que ocorrem nas redes interorganizacionais.
Uma das diversas maneiras de descrever simbolicamente a análise de redes é a sociometria. Os dados, geralmente, são apresentados numa matriz bidimensional, chamada de sociomatriz. Nas duas dimensões da matriz, linha e coluna, são colocados, respectivamente, os atores transmissores e receptores (WASSERMAN; FAUST, 1999).
Quando se apresenta a ideia de redes em que os atores são produtores rurais, com relações externas com o ambiente urbano, se evidencia a relação de interdependência social, econômica, cultural e ambiental entre o rural e o urbano. Nos países menos desenvolvidos, essas redes são importantes para os pequenos empreendimentos rurais, contribuindo para fixar os agricultores no campo e para tirá-los da pobreza (FAO, 2009; VILPOUX, 2011).
A ruralidade sempre esteve presente na gênese social, sugerindo a inexistência de uma divisão entre os meios, podendo-se considerar um continuum rural-urbano (ABRAMOVAY, 2000; CASTELLS, 1975; JACINTO; MENDES; PEREHOUSKEI, 2012). Atualmente, o meio rural encontra-se em uma fase de renascimento, adaptando-se às mudanças contemporâneas nas relações sociais, econômicas, ambientais e culturais com o meio urbano, não se tratando de uma urbanização do meio rural (CARMO, 2009; LIMA, 2007).
Este trabalho está focado na comercialização conjunta dos produtos oriundos de empreendimentos familiares rurais, que ocorre na feira do produtor, apoiado pela ação governamental e coordenado pela da secretaria municipal de agricultura. O objetivo é compreender a relação entre as entidades de apoio e os pequenos empreendimentos familiares rurais, participantes da feira do produtor, realizada na cidade de Guarapuava, região central do estado do Paraná, sob o ponto de vista estrutural. Isto posto, a seguinte questão vai nortear o trabalho de pesquisa: Qual a estrutura das relações entre os atores que compõem a feira do produtor?
Para alcançar o objetivos proposto, foi adotado o estudo de caso como estratégia de pesquisa, sendo a feira do produtor o objeto de estudo, com foco nos seus relacionamentos. Assim, a pesquisa foi realizada na feira do produtor, que ocorre na cidade de Guarapuava, região central do estado do Paraná, sendo que foram analisadas as organizações que compõem a feira. Foi escolhida como campo de estudo, em função da sua peculiaridade em relação às feiras tradicionais, seu rápido crescimento, aparente impacto nas condições dos participantes e acessibilidade.
A compreensão do fenômeno ocorreu de forma indutiva, pela utilização de métodos quantitativos. A aplicação de instrumento de pesquisa Questionário de Avaliação Sociométrica, resultou na construção de um sociograma representativo da rede que, com o auxílio do software UCINET©, foi possível mapear a estrutura das relações entre os atores que compõem a feira do produtor.
A coleta de dados foi realizada por meio de questionário de avaliação sociométrica, aqui chamado de QAS, aplicado aos feirantes, com o objetivo de avaliar, em termos sociométricos, as relações entre eles. O entrevistado foi convidado a indicar 3 a 6 atores participantes ou pessoas envolvidas com a feira do produtor que ele tem contato frequente. Os atores indicados foram classificados de acordo com sua categoria (feirante, coordenador da feira, membro da secretaria municipal de agricultura, representante local, outros) foi informada a frequência e a importância dos contatos. Apesar de ser um questionário fechado, anotações de campo permitiram colher justificativas que contribuíram qualitativamente da pesquisa.
Foi utilizado o método snowball, amparado em estudos de Biernacki e Waldorf (1981); Browne (2005); e Wassermann e Faust (1999). Este método utiliza um tipo de questionário ou entrevista que leva o entrevistado a citar outros atores relevantes para a pesquisa; esses, ao serem entrevistados, citarão ainda outros e assim sucessivamente, até que os atores começam a se repetir, esgotando a fonte de coleta de dados. O tratamento dos dados ocorreu a partir dos resultados do QAS, com auxílio do software para a análise de dados de redes sociais UCINET@.
A feira do produtor foi idealizada em 2011, em evento realizado por órgãos governamentais, e começou a ocorrer em 2013 como uma feira de bairro em uma dia da semana. No início de 2014 passou a ocorrer em duas edições semanais (terças e quintas) em dois bairros distintos, evoluindo para três edições no final do mesmo ano. Em 2015 surgiram mais duas edições, totalizando cinco feiras em cinco bairros diferentes nas terças, quartas, quintas, sextas e sábados. No final do mesmo ano foi criada a APROFEG com cerca de 120 produtores.
Para mapear a estrutura das relações da rede de cooperação que caracteriza a feira do produtor, utilizou-se o QAS. Como o nível de análise é o interorganizacional, para cada banca da feira foi entrevistado somente um representante. As pessoas nominadas pelos respondentes foram por sua vez também objetos de entrevista, caracterizando o método Snowball.
No total foram entrevistados e ou citados 114 membros, sendo que nem todos são efetivamente feirantes. As pessoas vinculadas à secretaria municipal de agricultura, os representantes do local de realização do evento e os categorizados como "outros" não têm banca de comercialização na feira. Já os coordenadores da feira são também feirantes e membros da APROFEG. No total foram citadas 349 ligações entre os atores, sendo que a cada uma delas foi atribuído um grau de importância entre 1 e 5, conforme a relevância do contato anotada no QAS.
Os graus de importância das 349 ligações do QAS geraram uma matriz quadrada, com 114 linhas e 114 colunas que alimentou o software UCINET@, que por sua vez gerou o sociograma representativo da rede interorganizacional da feira do produtor (Figura 1).
Figura 1 – Sociograma representativo da rede
Fonte: dados primários da pesquisa.
A intensidade das interações na rede foi definida como a força das ligações e diretamente relacionadas ao grau de importância das ligações listadas nas respostas do QAS. As repostas estão apresentadas no Tabela 1.
Tabela 1– Dados referentes à intensidade das ligações
Importância |
Número de respostas |
1. Nenhuma importância |
2 ligações |
2. Pouca importância |
33 ligações |
3. Média importância |
50 ligações |
4. Muita importância |
232 ligações |
5. Extrema importância |
55 ligações |
Total |
349 ligações |
Fonte: dados primários da pesquisa.
Tabela 1 mostra que 287 ligações (82%) foram consideradas ou muito importante ou extremamente importante. Ao serem questionados sobre a resposta, a justificativa predominante foi a troca de informações a respeito de oferta, demanda, e preços. Também foram citadas informações sobre assuntos discutidos nas reuniões da associação.
A reciprocidade é outra categoria importante, que mede o grau em que os atores se reportam entre si. Porém deve-se considerar que cada ator foi convidado a indicar de 3 a 6 outros com os quais tem relação. Então, mesmo os atores mais centrais têm sua reciprocidade limitada a 6 membros. Os dados de reciprocidade gerados no o software UCINET@ indicam que das 349 ligações, 80 (22,9%) são recíprocas. Essa informação permite deduzir a presença de 40 díades simétricas. Ou seja 40 pares de atores que foram indicados de forma recíproca. Restando 269 díades não recíprocas e um índice de reciprocidade diádica de 12,9%.
Na coleta de dados foram entrevistados 87 participantes, que indicaram também atores que não foram entrevistados por não terem outras ligações na rede, o que gerou os 114 membros. De acordo com a proposta da pesquisa, cada entrevistado foi convidado a citar de 3 a 6 atores com os quais se relaciona com mais frequência. Se todos indicassem 6 atores, o número de ligações seria de 522. Porém esse número chegou a 349, apresentando uma densidade de 0,668. O software UCINET@ permite calcular a densidade de forma que cada ligação seja multiplicada pelo grau de importância do contato, cujo valor total é de 1329. Assim, quando as ligações são multiplicadas pelo grau de importância do contato, a densidade diminui para 0,633 (densidade de 63,3%). O software também apresenta o valor médio de cada ligação multiplicada pelo seu grau de importância (11,658). Os dados gerados no software UCINET© para a reciprocidade e densidade estão resumidos no Quadro 3.
Quadro 3 – Dados de reciprocidade e densidade gerados no software UCINET ©.
Fonte: dados primários da pesquisa.
Quanto aos diferentes papéis exercidos pelos atores e medidos pela multiplexidade, destaca-se os coordenadores da feira e os funcionários da secretaria municipal de agricultura. Os dados são apresentados no Tabela 2.
Tabela 2 – Dados referentes à multiplexidade
Papel |
Número de atores |
Ligações que saem |
Ligações que entram |
Feirante |
95 |
300 |
215 |
Coordenador |
10 |
49 |
89 |
Funcionário secretaria |
2 |
- |
38 |
Outros |
7 |
- |
7 |
Fonte: dados primários da pesquisa.
Muitos feirantes indicaram ter contato frequente apenas com as pessoas ligadas à secretaria municipal de agricultura e com a coordenação da feira. Essa indicação foi percebida com mais intensidade nos feirantes mais novos e por aqueles cuja atividade necessita de assessoramento técnico com mais regularidade. Os dados do Tabela 2 evidenciam uma concentração de ligações que chegam nos funcionários da secretaria e na coordenação. Esse fato pode também ser visualizado no sociograma.
Os atores com mais indicações estão em destaque na Figura 2. Também foram enlaçados os atores que possuem mais de uma indicação, permitindo uma visualização da coesão da rede. Aparecem 4 feirantes representando as lideranças informais da rede. São os atores 32, 89, 76 e 37. Dentre eles, o de número 32 aparece com mais nominações. De acordo com Hunter (2015) uma estrutura informal pode ser baseada em um grande número de relações sociais que vão desde a amizade até o compartilhamento de informações estratégicas. Além disso, os laços informais podem existir entre quaisquer dois membros de uma organização.
Figura 2 – Atores mais indicados
Fonte: dados primários da pesquisa.
Uma vez que o objetivo da pesquisa é compreender a relação entre as entidades de apoio e os pequenos empreendimentos familiares rurais, é necessário aprofundar-se na análise da centralidade e verificar o posicionamento dos atores governamentais. Para isso utilizou-se das medidas estudadas por Freeman (1979) e Faust (1997) apresentadas anteriormente.
Então, o potencial de centralidade (degree), que define quantos laços o ator possui na rede ou qual o seu nível de conexão, foi determinado para cada ator pelo software UCINET@. A rede apresentou um grau de centralização de 26,32%. O potencial de acesso (closeness) referente à distância dos outros atores ou o quão próxima é a ligação em relação ao conjunto da rede também foi determinado. O cálculo envolve a soma das distâncias mais curtas (caminhos geodésicos) entre um ator e todos os outros na rede. E foi calculado também o potencial de controle (betweenness). Essa medida estabelece a quantidade de tráfego de informações que flui através desse ator, ou seja, o grau de importância para a difusão da informação dentro da rede.
A Tabela 3 apresenta um comparativo entre as centralidades, com os atores em ordem decrescente de importância.
Tabela 3 – Comparativo de centralidades
Posição |
Indicações |
Centralidade |
Potencial de acesso |
Potencial de controle |
1 |
74 |
74 |
74 |
74 |
2 |
73 |
73 |
73 |
69 |
3 |
32 |
32 |
72 |
37 |
4 |
72 |
72 |
70 |
32 |
5 |
21 |
16 |
83 |
90 |
6 |
16 |
21 |
53 |
60 |
7 |
53 |
53 |
69 |
29 |
8 |
89 |
70 |
5 |
83 |
9 |
76 |
33 |
32 |
27 |
10 |
37 |
25 |
89 |
25 |
Fonte: dados primários da pesquisa.
Na Tabela 3 foram dispostos, em ordem decrescente de importância, os atores da rede para cada uma das centralidades conceituadas por Freeman (1979) e Faust (1997). A primeira coluna é uma exceção, pois refere-se às nomeações. O ator número 74, coordenador da feira, se destaca em todas elas. A presença governamental é patente nos atores 72 e 73, mas receberam menos destaque do que o coordenador da feira. Outros cinco coordenadores aparecem na tabela (16, 21, 53, 69, 70) e apenas um feirante (32) se destaca.
O número médio de ligações entre dois indivíduos na rede é medido pela acessibilidade (reachability) e foi conceituado por Wasserman e Faust (1999) como a propriedade que indica se há um caminho entre dois atores, ou seja, se é possível uma informação fluir de um para o outro. O Quadro 4 apresenta um resumo dos dados estatísticos da acessibilidade.
Quadro 4 – Acessibilidade (reacheability)
Fonte: dados primários da pesquisa
O sumario estatístico da acessibilidade apresenta dados tanto referentes à entrada quanto à saída. Significa que cada ator é acessível, em média a 18 % da rede. Estatisticamente pode-se dizer que cerca de 5 atores aleatórios quaisquer têm acesso à toda a rede.
As medidas de centralidade destacaram 9 componentes da rede. O primeiro deles é o coordenador geral da APROFEG, que mostrou ser o ator mais presente em todas as feiras. Os cinco coordenadores de feira também aparecem, evidenciando que o corpo formal, definido nas assembleias da associação, compõe a estrutura das relações da rede.
Um feirante também se destacou e o trabalho de campo e as entrevistas permitiram classificá-lo como um líder informal. Os dois atores governamentais representam a secretaria de agricultura e não se destacaram na medida de centralidade de potencial de controle, que mede a quantidade de informações que flui através de um ator. Dessas informações pode-se concluir que os atores governamentais são lembrados pelos produtores, porém as questões do dia-a-dia envolvendo os negócios da feira são discutidas com os coordenadores ou, alternativamente com o ator líder informal.
Sintetizando todas as considerações apresentadas e analisadas até aqui, as seguintes conclusões a respeito das relações entre as entidades de apoio e os pequenos empreendimentos familiares rurais, participantes da feira do produtor, podem ser elencadas: i) a feira do produtor está intrinsecamente ligada aos seus idealizadores governamentais; ii) os atores governamentais são privilegiados em termos de centralidade e potencial de acesso na rede; iii) os atores governamentais são pontes que ligam, pelo menos inicialmente, os feirantes a domínios externos; iv) o fluxo de informações que alimenta a rede está associado à sua estrutura interna de coordenadores e lideranças informais; v) a rede é densa, com indicações favoráveis de coesão e conectividade, facilitando a livre circulação de informações; vi) o conteúdo das informações que circula na rede é considerado pelos feirantes importante para os negócios na feira.
ABODOR, H. Alliances as collaborative regimes: An institutional based explanation of interfirm collaboration. Competitiveness Review: An International Business Journal. v. 21, n. 1, p. 66-88, 2011.
ABRAMOVAY, R. Funções e medidas da ruralidade no desenvolvimento contemporâneo. Rio de Janeiro: IPEA, 2000.
BALESTRIN, A.; VARGAS, L. M. A dimensão estratégica das redes horizontais de PMEs: teorizações e evidências. Revista de Administração Contemporânea. v.8, Edição Especial, p. 203-227, 2004.
BALESTRIN, A.; VERSCHOORE, J. R.; REYES JUNIOR, E. O campo de estudo sobre redes de cooperação interorganizacional no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, v. 14, n. 3, p. 458-477, 2010.
BIERNACKI, P.; WALDORF, D. Snowball sampling: problems and techniques of chain referral sampling. Sociol Methods Research. v. 10, n. 2, p. 141-63, 1981.
BINOTTO, E.; AKAHOSHI, W. B. A cooperação nas comunidades de prática e na cooperativa agrícola: características e possíveis relações. Desafio Online, Campo Grande, v. 1, n. 1, 2013. Disponível em: <http://www.desafioonline.com.br/wp-content/uploads/artigo-7-comunidades-de-pratica-e-cooperativa-agricola.pdf>. Acesso em: 12 mai. 2015, 22:45.
BORGATTI, S. P.; EVERETT, M. G.; FREEMAN, L.C. UCINET 6.0 Version 1.00. Natick: Analytic Technologies, 1999.
BROWNE, K. Snowball sampling: using social networks to research non-heterosexual women. International Journal of Social Research Methodology, v. 8, n. 1, p. 47-60, 2005.
CAMISÓN, C.; FORÉS, B. Knowledge creation and absorptive capacity: The effect of intra-district shared competences. Scandinavian Journal of Management. v. 27, p. 66-86, 2011.
CAMPOS, K. C.; MARTINS, E. C.; MAYORGA, M. I. O. A caprino-ovinocultura em arranjo produtivo nos municípios de Quixadá e Quixeramobim: produção, mercados e emprego. In: XLIII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural, 2005, Ribeirão Preto. Anais eletrônicos. Ribeirão Preto, 2005. Disponível em: <http://www.sober.org.br /palestra/2/734.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2015, 20:10.
CARMO, R. M. A construção sociológica do espaço rural: da oposição à apropriação. Sociologias, Porto Alegre, v. 21, p. 252-280, jan./jun. 2009.
CASSIOLATO, J. E.; SZAPIRO, M. Uma caracterização de arranjos produtivos locais de micro e pequenas empresas. In: LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E.; MACIEL, M. L. Pequena Empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003. p. 35-50.
CASTELLS, M. Problemas de investigação em Sociologia Urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1975.
__________. Sociedade em rede. Sao Paulo: Paz e Terra, 1999, v. 1, 698 p.
_________. The rise of the network society: the information age: economy, society, and culture, volume I, edition 2. Cambridge, MA; Oxford, UK: Blackwell, 2010.
CASTRO, M. Contexto institucional de referência, governança de redes e processos de cooperação e competição: estudo em arranjos produtivos locais do estado Paraná. 2013. 291 p. (Tese de Doutorado). Doutorado em Administração. UFPR, Curitiba, 2013.
CASTRO, M.; BULGACOV, S.; HOFFMANN, V.E. Relacionamentos Interorganizacionais e resultados: estudo em uma rede de cooperação horizontal da região central do Paraná. Revista de Administração Contemporânea, v. 15, n. 1, p. 25-46, 2011.
CHOU, T. L.; CHING, C. H.; FAN, S. M.; CHANG, J. Y. Global linkages, the chinese high-tech community and industrial cluster development: the semiconductor industry in Wuxi, Jingsu. Urban Studies, Glasgow, v. 48, n. 14, p. 3019-3042, nov. 2011.
EVERETT, M.; BORGATTI, S. P. Extending centrality. In: CARRINGTON, P., SCOTT, J., WASSERMAN, S. (Eds.) Models and Methods in Social Network Analysis. Cambridge University Press: Cambridge, 2005.
FAO. The state of food and agriculture: livestock in the balance. FAO. Roma, 2009, 180p.
FAUST, K. Cenrality in affiliation networks. Social Networks, v. 19, p. 157-191, 1997
FEITOSA, C. O. Aglomerações Industriais como fator de Desenvolvimento Regional: um estudo de caso no Nordeste brasileiro. Eumed.net: Malaga, v.1, 2009. 63p. Disponível em: <http://www.eumed.net/libros-gratis/2009a/521/index.htm>. Acesso em: 09 mai. 2015, 20:00.
FIERRO, J.C.; FLORIN, J.; PEREZ, L.; WHITELOCK, J. Inter-firm market orientation as antecedent of knowledge transfer, innovation and value creation in networks. Management Decision, v. 49 n. 3, p. 444- 467, 2011.
FREEMAN, L. C. Centrality in social networks: conceptual clarification. Social Networks, v. 1, n.3, p. 215-239, 1979.
GALVÃO, O. J. A. Clusters e distritos industriais: estudos de casos em países selecionados e implicações de política. Planejamento e Políticas Públicas, v. 21, p.3-49, 2000.
GNYAWALI, D.; MADHAVAN, R. Cooperative networks and competitive dynamics: a structural embeddedness perspective. Academy of Management Review, Ohio, v. 26, n. 3, p. 431-445, 2001.
GÓMEZ, A. A. Europa: dialéctica de la pluralidad. Europa: mito e razón: Actas do II Simposio Internacional Luso-Galaico de Filosofia; Santiago, 26-27 out 2000. Santiago de Compostela: Universidade, Servicio de Publicacións e Intercambio Científico, 2001
HUNTER, S. D. If ever the twain shall meet: graph theoretical dimensions of formal and informal organization structure. Carnegie Mellon University, 2015. Disponível em: <http://repository.cmu.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1009&context=qatarworks> Acesso em: 31 ago. 2015, 08:30.
GRANOVETTER, M. Economic action and social structure: the problem of embeddedness. The American Journal of Sociology, v. 91(3), p. 481-510, 1985.
__________. Ação econômica e estrutura social: o problema da imersão. RAE eletrônica, v. 6, n. 1, jan./jun. 2007. Disponível em: <http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/ files/artigos/10.1590_S1676-56482007000100010.pdf>. Acesso em: 19 ago. 2015, 09:45.
JACINTO, J. M.; MENDES, C. M.; PEREHOUSKEI, A. O rural e o urbano: contribuições para a compreensão da relação do espaço rural e do espaço urbano. Revista Percurso, Maringá, v. 4, n. 2, p. 173-191, 2012.
LLAPA, A. V.; NAKANO, D.; MEDINA, J. M. Factors influencing knowledge transfer inter-organizacional. Case: supply chain. Magazine Espacios, v. 32, n. 1, p. 2-4, 2011.
LIMA, S. R. R. Ruralidade: o debate sobre o velho e o novo no meio rural. In: XIII Congresso Brasileiro de Sociologia, 2007, Recife. Anais… Congresso Brasileiro de Sociologia. Recife: UFPE, 2007.
NOHRIA, N. Is a network perspective a useful way of studying organizations? In: NOHRIA, N.; ECCLES, R. G. Networks and organizations: structure, form and action. Boston: Harvard Business School Press, Massachussetts, cap. 1, p. 1-22, 1992.
OLIVER, C. Determinants of interorganizational relationships: integration and future directions. Academy of Management Review, v. 15, n. 12, p. 241-265, apr. 1990.
OPRIME, P. C.; TRISTÃO, H.M.; PIMENTA, M.L. Relationships, cooperation and development in a Brazilian industrial cluster. International Journal of Productivity and Performance Management, v. 60, n. 2, p. 115-131, 2011.
POLANYI, K. A grande transformacao: as origens da nossa epoca. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000. 349 p.
PORTER, M. Location, competition, and economic development: local clusters in a global economy. Economic Development Quarterly, v. 14, n. 1, p. 15-34, 2000.
POST, T. (Ed.). Forbes special report: networks. Recuperado em 28 abr. 2015, de <http://www.forbes.com/2007/04/18/breakthroughs-community-technology-tech-cz_tp_07networks_0419networks_land.html>. 19 abr. 2007.
SACOMANO NETO, M.; TRUZZI, O. M. S. Configurações estruturais e relacionais da rede de fornecedores: uma resenha compreensiva. Revista de Administração, São Paulo, v. 39, n. 3, p. 255-263, jul./ago./set. 2004.
__________. Posicionamento estrutural e relacional em redes de empresas: uma análise do consórcio modular da indústria automobilística. Revista Gestão & Produção. v. 16, n. 4, p. 598-611, 2009.
TEXEIRA, K. I.; MAYORGA, R. D.; AMARAL FILHO, J. D.; MAYORGA, M. I. O. Arranjo Produtivo Local Pingo D'água: Inovação e Cooperação. Revista Econômica do Nordeste, v. 38, p. 276-288, 2007.
TICHY, N. M.; TUSHMAN, M. L.; FOMBRUN, C. Social Network Analysis for Organizations. Academy of Management Review, v. 4, n. 4, p. 507-519, out. 1979.
VAN DE VEN, A. H. On the nature, formation and maintenance of relations among organizations. Academy of Management Review, v. 1, p. 24-36, 1976.
VILPOUX, Olivier François (Org.). Sustentabilidade e agricultura familiar. Curitiba: Editora CRV, 2011. 284 p.
WASSERMAN, S; FAUST, K. Social Network Analysis: methods and applications. 4 ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.
WEGNER, D.; ZEN, A.; Aurora Carneiro Zen; ANDINO, B. F. A. O último que sair apaga as luzes: um estudo de caso sobre os motivos para a desistência da cooperação e encerramento de redes de empresas. Revista de Negócios, Blumenau, v. 16, n. 4, p. 30 – 50, Out/Dez 2011.
1. Universidade Estadual do Centro-Oeste. Mestrando em Administração de Empresas. Email: andre.petterson@hotmail.com
2. Universidade Estadual do Centro-Oeste. Doutorado em Administração pela Universidade Federal do Paraná. Professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste