Espacios. Vol. 36 (Nº 17) Año 2015. Pág. 16
Camila Avozani ZAGO 1, Luís Cláudio Meirelles de MEDEIROS 2, Julianne Alvim MILWARD-DE-AZEVEDO 3, Beatriz dos Anjos FURTADO 4, Marina Barreiros LAMIM 5
Recibido: 17/05/15 • Aprobado: 12/06/2015
3. Breve Contextualização Ambiental no Mundo
5. Meio Ambiente e Sustentabilidade
RESUMO O presente estudo apresenta o mapeamento dos stakeholders – agentes interessados no funcionamento da empresa –, relevantes no processo de Gestão Ambiental em uma firma da indústria petroquímica no Brasil, no Município de Macaé/RJ, localizado no norte fluminense do estado do Rio de Janeiro. Município que se consolidou como polo petroquímico de grande importância para a economia nacional, em função da descoberta de poços de petróleo na Bacia de Campos, trazendo grandes mudanças com o crescimento econômico. Observa-se nesse exame, a relevância dos stakeholders no processo decisório da gestão ambiental corporativa, em especial no que tange ao desenvolvimento sustentável local. |
ABSTRACT: This paper shows the stakeholders mapping – agents involved in the company operation –, relevant at the Environmental Management process at a company in Brazilian petrochemical industry, Macaé City at Fluminense northern, in Rio de Janeiro State. This city consolidated itself as petrochemical complex of great importance to the national economy, due to finding oil fields at the Campos Basin, bringing great changes to economic growth. This exam shows stakeholders relevance for making better decisions at the environmental management corporate, especially attention about local sustainable development theme. |
No século XX, o Brasil sofreu um intenso processo de aceleração econômica, como também a expansão das atividades industriais e do capitalismo, associados ao crescimento populacional (SOUZA, 2005). Aliado a esse desenvolvimento, houve consequências ambientais e à dinâmica das localidades. Diante disso, no término da década de 90, o foco das indústrias quanto ao produto final foi modificado e ampliado para as atividades envolvidas no processo produtivo, como a questão social, a gestão de resíduos industriais e a gestão dos recursos naturais.
A relação entre a empresa e a sociedade é alçada a um patamar superior, pois, com esta nova visão, "a empresa deve avaliar e tratar impactos, atuais e potenciais, de seus produtos, processos e instalações" (MARSHALL JR., 2001, p.78). Como fruto deste processo de desenvolvimento cresceram, proporcionalmente, os volumes de produção, a geração de quantidades de resíduos industriais de maior ou menor risco para o meio ambiente e o consumo de maior volume de recursos naturais.
Nesse contexto, entraram em cena os principais agentes interessados no funcionamento das empresas, os stakeholders, os quais possuem influência direta nas companhias, e também com as causas ambientais nos processos produtivos. As empresas agora passam a ter responsabilidade sobre o meio natural que utilizam e que impactam, buscando, então, se adaptar a modelos de produção sustentáveis visando uma integração harmônica da sociedade com a ecologia.
Face ao exposto, este trabalho tem como objetivo verificar de que forma uma firma da indústria petroquímica responde às demandas dos stakeholders no processo da gestão ambiental.
Este estudo se caracteriza por ser uma pesquisa bibliográfica acerca da temática ambiental. Com base nos dados obtidos foi elaborado um questionário de natureza quali-quantitativa, que foi testado preliminarmente com os estudantes do Curso de Gestão Ambiental, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), situada no município de Três Rios, estado do Rio de Janeiro, possibilitando a correção de distorções para posterior aplicação na firma selecionada para exame.
Após a realização do pré-teste, o questionário foi aplicado junto a 12 colaboradores do setor produção de uma firma da indústria petroquímica, localizada no município de Macaé, estado do Rio de Janeiro, totalizando 25% dos colaboradores do setor pesquisado. Dessa forma, este estudo caracterizou-se, ainda, por ser um estudo de caso, sendo que a coleta de dados se deu in loco, no período setembro de 2014, sendo que os resultados foram analisados de forma qualitativa.
A configuração das primeiras conferências públicas com questões ambientais foi dada pela nova sensibilidade iniciada pela deterioração do bem-estar, da saúde e da vida, com a crença de que estar à margem da poluição e degradação ambiental estariam também expostos a doenças, tendo prejuízos em sua qualidade de vida. As primeiras leis, conferências e iniciativas ambientais que surgiram no mundo alertando a importância do meio ambiente de sua sadia manutenção são expostas abaixo.
A primeira lei florestal foi decretada na cidade de Ur, na Suméria, no ano 2700 a.C., sendo pioneira no assunto que abrange preservação ambiental. Alguns séculos mais tarde, em 80 d.C., o senado romano decreta uma lei para proteger a água, armazenar durante o período de seca e permitir o seu uso para a limpeza de ruas e esgotos (BURSZTYN & PERSEGONA, 2008).
No continente europeu, o primeiro processo ecológico que se tem conhecimento, ocorreu em Finale, Itália, no ano de 1700, este foi contra uma fábrica de cloreto de mercúrio que exalava gases tóxicos, prejudicando então a qualidade de vida da população local. Anos mais tarde, um dos países atualmente mais ricos e desenvolvidos do mundo, os Estados Unidos da América (EUA), foi o primeiro a criar um parque nacional com a finalidade de preservação ambiental e uma área de lazer para a população. E foi no ano de 1872 que o Parque Nacional de Yellowstone foi criado, sendo um importante passo para assuntos de cunho ambiental, pois logo esse conceito se espalhou por diversos países do mundo e outros parques também surgiram, contribuindo para a preservação de recursos naturais de ecossistemas variados (BURSZTYN & PERSEGONA, 2008).
Após o início do século XX e as primeiras iniciativas ambientais, criações de ONGs e Parques Nacionais, a importância do meio ambiente para a humanidade foi intensificada, gerando leis específicas para se tratar desse assunto. No ano de 1962, o lançamento do livro "Primavera Silenciosa", da escritora e bióloga norte americana Rachel Carson, alertava sobre os efeitos danosos de inúmeras ações humanas sobre o meio ambiente, como por exemplo, o uso de pesticidas e inseticidas. Antes do lançamento do livro, já havia um grande número de pessoas preocupadas com a degradação da natureza por ações antrópicas, porém o movimento ecologista de caráter político ganhou forças após a repercussão do livro. Como consequência dessa repercussão, alguns anos depois, países como Hungria, Noruega, Suécia, Alemanha e Estados Unidos da América, baniram o uso de inseticidas como o dicloro-difeniltricloroetano (DDT).
Dez anos após o livro "Primavera Silenciosa', em 1972, ocorreu a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento em Estocolmo, na Suécia. As questões ambientais levantadas diziam respeito às poluições do ar, da água e do solo, que foram consequências da industrialização. Essa reunião tinha como objetivo encorajar a ação governamental e dos organismos internacionais para promover a proteção do ambiente humano (SOUSA, 2005).
No mesmo ano da Conferência de Estocolmo, o Clube de Roma, um grupo formado em 1968 por intelectuais, cientistas e políticos, que observavam e discutiam sobre desenvolvimento sustentável, publicou "Os Limites do Crescimento", um livro que relacionou e problematizou o crescimento populacional do mundo com o esgotamento dos recursos naturais. Anos mais tarde, no ano de 1983, as Nações Unidas criaram a Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, mais conhecida como Comissão de Brundtland, o qual em 1987 publicou o Relatório Brundtland, ou Nosso Futuro Comum, que marcou a definição de desenvolvimento sustentável (KRONEMBERGER, 2001). O Relatório Brundtland introduziu o conceito de igualdade entre ricos e pobres, países desenvolvidos e em desenvolvimento, gerações atuais e futuras, e mostrou uma relação muito próxima e entrelaçada entre economia e ecologia.
As conferências ambientais internacionais passaram a ser comuns e com uma relevância se tornando cada vez maior. E no ano de 1992, a cidade brasileira do Rio de Janeiro, sediou a Eco-92 ou "Cúpula da Terra", essa conferência adotou a Agenda 21, que é um programa feito para uma ação de "afastar" o mundo de um desenvolvimento econômico insustentável.
Dez anos depois da Eco-92 e dezesseis anos do acidente nuclear em Chernobyl, a "Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável" foi realizada na cidade de Johanesburgo na África do Sul, com intuito de fazer um levantamento das conquistas, desafios e das novas questões que surgiram desde a última cúpula. A discussão também foi voltada para ações relacionadas à erradicação da pobreza, à globalização e às questões energéticas, tais como Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) e o Protocolo de Kyoto (que foi assinado em 1997, propondo a diminuição das emissões de gás carbônico e incentivando o reflorestamento), bem como às mudanças climáticas, entre outros (SOUSA, 2005).
Marcando o vigésimo aniversário da Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em Estocolmo, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), em 2012 na cidade do Rio de Janeiro, na qual foram avaliados os progressos desde a última conferência em 2002 na África do Sul, além de avaliar as falhas existentes na gestão governamental de cada país sobre os recursos naturais.
Essas conferências tiveram como um dos principais objetivos chamar a atenção não somente dos governantes, como também da sociedade civil, para o meio ambiente, e praticar cada vez mais a sustentabilidade, visando a preservação e conservação dos recursos naturais. Além de frisar a importância da integração do homem com uma natureza sadia, e que é de direito de todos.
O Brasil teve seu território descoberto no final no final do século XV e início do século XVI, fruto de uma pressão política e econômica que estava sendo desenvolvida sobre Portugal e Espanha pelas demais nações europeias. Ao passo que as colônias de povoamento do hemisfério Norte da América atraíam os colonos com propagandas e engodos (FURTADO, 2005) para a fomentação da economia e da política, o Brasil, no mesmo período, continuava a ser uma fonte de lucros para Portugal, sendo então colonizada para exploração dos recursos naturais.
Observando a extração desordenada das riquezas naturais, a primeira legislação florestal brasileira confeccionada foi sobre a espécie vegetal bandeira do país, o pau-brasil. Com objetivo de instituir permissões especiais para o corte do pau-brasil, foi a partir desse regimento datado de 12 de Dezembro de 1605, que o desmatamento passou a ser uma constante incluída no "Regimento da Relação e Casa do Brasil" (BURSTYN & PERSEGONA, 2008).
Após anos de extração dos minerais e espécies raras ou economicamente significativas por Portugal, o Brasil foi então utilizado para subsidiar plantio de espécies exóticas como a cana-de-açúcar e o café, que eram importantes para o mercado internacional (PÁDUA, 2002). Grandes fazendas açucareiras e cafeeiras necessitariam de grande mão de obra para fazer as plantações e colhê-las, essa carência foi suprida pelo comércio de escravos advindos da África. Esse comércio gerou grande riqueza aos senhores de engenho, fazendo assim com que as plantações tomassem proporções maiores e também, exaurindo mais o solo. A escravidão teria diversos aspectos negativos pela orientação de exportação e também a dependência de mercados mundiais (SCHWARTZ, 2009).
Após anos de uso do solo, a realidade da agricultura brasileira tornava-se diferente, com o solo cansado e a mão de obra encarecendo, a manutenção da antiga produção era inviável (CAPANEMA apud PÁDUA, 2002). À medida que esse fato se instaurava, no ano de 1797 a primeira carta régia sobre conservação de florestas e madeiras foi assinada, afirmando a precaução a se ter para preservação das matas brasileiras (BURSZTYN & PERSEGONA, 2008).
A questão ambiental no Brasil só começou a ganhar maior importância séculos mais tarde, na realidade, com a Conferência de Estocolmo em 1972, que como já dita, foi palco de uma das primeiras e mais importantes reuniões para falar sobre o meio ambiente em contrapartida do movimento desenvolvimentista. Ao longo da década de 70 e, principalmente no início da década de 80, alguns problemas sociais não haviam sido resolvidos, além de graves distorções como a concentração da renda e da propriedade se agravaram, se tornando claro que as promessas desenvolvimentistas não se concretizaram. Assim, essa crise de desenvolvimento acabou por impulsionar a consciência pública a respeito da degradação ambiental. A devastação na Amazônia, no Cerrado e quase que a eliminação completa da Mata Atlântica em solo brasileiro, impulsionou grandes lutas contra ações que interferissem no meio ambiente, com apoio de ONGs internacionais às brasileiras, mostrando também o interesse mundial a respeito do meio ambiente no Brasil (JACOBI, 2003).
Um dos grandes marcos para o Brasil quanto ao ambientalismo foi quando houve a formação da Assembleia Constituinte de 1988, que mesmo com um único candidato totalmente ambientalista, a receptividade da questão ambiental foi grande, transformando então a legislação ambiental nova uma das mais avançadas do mundo (JACOBI, 2003).
Existem diversas visões e concepções acerca do meio ambiente, as quais estão sendo constantemente modificadas ao longo do tempo. Esse assunto foi base de diferentes discussões, sendo abrangido desde seu viés econômico até o viés social. Desde o início de sua decorrente exploração no continente europeu, o meio ambiente era visto como algo a ser dominado pelo homem, considerado ameaçador e esteticamente desagradável. O desenvolvimento do progresso humano era medido por sua capacidade de dominar esse mundo natural, pois ele era associado à obtenção de lucro, já que era visto somente como fonte de recursos e práticas de processos civilizatórios. Um meio ambiente civilizado era representado pelo progresso, pelo antropocentrismo, pelas boas maneiras e pela sofisticação. O meio ambiente natural, em consequência, era sinônimo de barbárie e ignorância.
A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, foi o motivo para tamanha degradação ambiental da época. Como consequência dessa Revolução, houve o crescimento do número de fábricas, maior utilização do carvão, aumento da população em área urbana, expropriação camponesa, ausência de saneamento, grande propagação de epidemias, condições insalubres de vida, dentre outros problemas, causando a destruição de paisagens, espécies, ecossistemas e até mesmo a modificação da qualidade de vida da população, afetando, principalmente, a saúde pública.
Foi a partir do século XVIII que se iniciou uma importante mudança acerca do pensamento da humanidade sobre o meio ambiente, começando assim uma nova sensibilidade, que era voltada para a valorização dos vegetais, dos animais e das paisagens naturais. Essa nova sensibilidade foi iniciada também pela deterioração do bem-estar, da saúde e da vida burguesa da época, que mesmo com esse nível social, acreditando estarem à margem da poluição e degradação ambiental estariam também expostos a esses problemas, tendo prejuízos em sua qualidade de vida.
No Brasil, somente na década de 90, principalmente a partir da Rio 92, a problemática ambiental entrou na pauta de discussão de todos os grupos sociais. Percebe-se que a sociedade está buscando resolver um problema: "aliar o crescimento à qualidade de vida, de crescer sem destruir, de garantir a sua futuridade" (Sanches, 2000, p.87), buscando conciliar crescimento com desenvolvimento econômico, causando uma ruptura do conflito clássico entre Economia e Ecologia.
As empresas passam a desenvolver processos estratégicos e estratégias de marketing não somente através da sua dimensão técnico–econômica, mas, sobretudo, como um jogo político institucional de legitimação de suas estratégias competitivas. Segundo Schmidheiny (1992), as companhias estão percebendo que para conquistar e manter os consumidores em um mercado cada vez mais consciente das questões ambientais, os próprios produtos tem que ser mais limpos.
Capra et al. (1993, p. 27) afirma que algumas empresas percebem que "causar prejuízos ao meio ambiente poderia minar a sua competitividade". Assim, Oliveira (2000) aponta cinco fatores como os principais motivos responsáveis pela a conscientização ambiental das empresas:
Uma das principais variáveis que começa a emergir como fonte de obtenção de vantagem competitiva está relacionada a aspectos ambientais: a forma como a empresa se relaciona com o meio ambiente, a gestão de efluentes, resíduos e de subprodutos da fabricação de bens, a obtenção de matérias-primas e a instalação de uma unidade produtiva em um determinado local, são tópicos cada vez mais relevantes na construção da imagem da empresa perante a sociedade.
Ocorre, desta forma, uma ampliação da identificação dos stakeholders que influenciam e até modificam a visão de interação entre a empresa e a sociedade. Este processo demanda um incremento na discussão de formulação de estratégias corporativas, pois a gestão empresarial passa a ficar centrada em interesses de conjunto das partes envolvidas, que buscam a excelência através da qualidade nas relações e a sustentabilidade econômica, social e ambiental.
O município de Macaé está localizado na região norte fluminense, litoral do estado do Rio de Janeiro, Brasil, conforme ilustra a Figura 1. Macaé foi criada com a expulsão dos jesuítas da região, que anteriormente era povoada por indígenas. O município serviu durante muito tempo como base de escoamento da cana-de-açúcar e da produção cafeeira, comum na região além das atividades de pesca (CENTRO DE MEMÓRIA ANTÔNIO ALVAREZ PARADA, 2012).
Figura 1: Localização do Município de Macaé-RJ
A partir de meados da década de 70, com a descoberta de petróleo na Bacia de Campos, o Município que até então permanecia rural e uma vila de pescadores, começou a sofrer profundas mudanças em sua economia e cultura. Atualmente, a economia volta-se para o petróleo, visto que o município detém cerca de 80% da produção de petróleo brasileira e 47% da produção de gás natural do país (CENTRO DE MEMÓRIA ANTÔNIO ALVAREZ PARADA, 2012).
Assim, Macaé apresentou nas últimas décadas um grande crescimento da indústria do petróleo, provocando o aumento populacional devido à chegada de gente de todo o país atraída pelas oportunidades de emprego. De acordo com a Prefeitura Municipal (2014), Macaé possui cerca de 194 mil habitantes e conta, atualmente, com mais de 270 indústrias, configurando-se como importante polo petroquímico nacional.
Os resultados obtidos a partir da análise das informações levantadas em uma firma da indústria petroquímica do município de Macaé, junto a 12 colaboradores (25% do setor), situados no setor de produção da organização examinada, por meio de questionários, apontaram que 11 colaboradores têm conhecimento dos projetos ambientais que a empresa desenvolve e foram citados projetos como: Gerenciamento de resíduos, reciclagem, Projeto Tamar, Projeto Peixe-boi, Coleta seletiva do lixo, Avaliação Ambiental da Bacia do Rio Jacuelança, Projeto Ambiental GASduc III, Cinturão Verde, Matas Ciliares, Lagoas Costeiras, Coral Vivo e Recuperação da Baía de Guanabara. E apenas um respondeu que a empresa não desenvolve projetos ambientais.
No que diz respeito às principais dificuldades para melhoria ambiental da empresa, os resultados obtidos foram: 50% responderam que nunca houve dificuldades para a melhoria ambiental da empresa; e 33% observaram o custo elevado dos equipamentos. Ao passo que 17% das respostas apontaram outros aspectos para os obstáculos para a melhoria ambiental pela firma, tais como: falta de bom senso; competência – qualidade; falta de interesse de alguns empregados; falta de interesse da comunidade do entorno da área de interesse ambiental e falta de estrutura para essa comunidade.
Foi observado que as principais razões que têm levado a empresa a implementar iniciativas ambientais encontram-se 67% em iniciativas com vista ao atendimento à legislação ambiental – busca pelo licenciamento ambiental –; 25% em função da busca pela melhoria da imagem da empresa frente aos consumidores e/ou sociedade; e, 8% no atendimento às demandas dos órgãos ambientais, após visitas. Isso resulta na mudança da política ambiental organizacional.
Quanto às formas de atuação na área ambiental ou social que a organização possui no ambiente externo a firma, tem-se que 46% das iniciativas encontram-se em projetos e/ou programas na esfera de educação ambiental; 36% em ações de reciclagem; e, 18% em atividades de manutenção de reservas ou parques, compensação ambiental, projetos ligados ao setor de saúde, e limpeza urbana.
Foi observada a existência de ações realizadas na firma que tenham por perspectiva a questão ambiental, tais como: reciclagem, tratamento de água e esgoto, projetos de educação ambiental e coleta seletiva. Foi exposta a importância da questão ambiental para a empresa, bem como foram apontadas obstáculos na efetivação das atividades de cunho ambiental, como: a falta de informações técnicas, dificuldades em seguir a regulamentação ambiental e o custo de mão de obra especializada.
Este estudo teve por objetivo verificar de que forma o setor de produção de uma firma da indústria petroquímica, localizada em Macaé, estado do Rio de Janeiro, responde às demandas dos stakeholders no processo da gestão ambiental. Foi possível verificar, entre outros aspectos, que a organização possui diversos projetos socioambientais e que a maioria dos colaboradores pesquisados possui interação com os projetos desenvolvidos pela empresa.
A firma possui grande envolvimento com as questões ambientais do município, trazendo melhorias para a organização, seus colaboradores e os demais stakeholders, contribuindo para o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, ressalta-se a importância do desenvolvimento de projetos socioambientais com o propósito de atingir o desenvolvimento econômico, social e sustentável, especialmente em setores da economia que dependem do meio ambiente como fonte de matéria-prima e energia.
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1. Professora Adjunta do Curso de Administração, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ Brasil. Doutora em Engenharia de Produção- Logística e Transportes pela Universidade Federal de Santa Catarina. (camila.avozani@gmail.com)
2. Professor Assistente do Curso de Gestão Ambiental, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ Brasil. Mestre em Administração Pública, Fundação Getulio Vargas. (claudiommedeiros@hotmail.com)
3. Professora Adjunta do Curso de Gestão Ambiental, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ Brasil. Doutora em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Administração Pública, Fundação Getulio Vargas. (juliannemilward.ufrrj@gmail.com)
4. Graduanda do Curso de Gestão Ambiental, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ Brasil. (biaafurtado@yahoo.com.br)
5. Graduanda do Curso de Gestão Ambiental, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ Brasil. (marinalamim@ymail.com)