Espacios. Vol. 36 (Nº 01) Año 2015. Pág. 1
Edinéia ZARPELON 1; Luis Mauricio Martins de RESENDE 2; Rosemari Monteiro Castilho Foggiatto SILVEIRA 3
Recibido: 06/09/14 • Aprobado: 17/11/14
2 Ciência, tecnologia e sociedade no cenário escolar
3 Matemática e cts: uma aproximação possível?
RESUMO: |
ABSTRACT: |
A ciência e a tecnologia tem sido responsáveis por inúmeras transformações sociais. Ao analisarmos de maneira mais minuciosa essas transformações, podemos identificar fatores positivos e negativos que estão associados a elas. A grande problemática é que, geralmente, os questionamentos e as reflexões são superficiais e não são realizados com o intuito de identificar os aspectos nocivos inerentes ao contexto científico-tecnológico.
É provável que essa dificuldade de relacionar a ciência e a tecnologia a aspectos negativos se deva ao fato da maioria da população não se sentir confortável em discutir sobre assuntos que não domina. E se tratando de ciência e tecnologia, os conteúdos associados a essas áreas são encarados pela população como algo fora de sua realidade, algo que apenas uma pequena parcela de pessoas "esclarecidas" e com elevada capacidade intelectual tem acesso. Consequentemente acredita-se que somente essas pessoas estão aptas a discutir, a tomar decisões, a ditar o que é ou não importante para a sociedade em termos de artefatos tecnológicos. O mais grave é que, justamente pela falta de reflexões mais aprofundadas, tem-se uma visão simplória e reducionista a respeito de ciência e tecnologia: que ambas são neutras, benéficas, estão ao alcance de todos, são produtoras apenas de bem estar social. Crenças que, quando analisadas de maneira crítica e minuciosa, caem por terra.
Cabe ressaltar que não se está colocando em cheque a relevância tanto da ciência quanto da tecnologia para o desenvolvimento humano, entretanto torna-se fundamental promover espaços de discussões a fim de avaliar até que ponto determinados artefatos tecnológicos são necessários e quais são as implicações de sua utilização para com a sociedade.
Mas como promover essas discussões? Como mostrar à sociedade que todos são importantes neste enredo? Que podemos (e devemos) interferir no contexto científico e tecnológico, refletindo e questionando sobre os avanços desenfreados e inconsequentes da tecnologia, uma vez que todos somos atingidos, direta ou indiretamente por ela? Em particular, como a Matemática pode contribuir para a promoção de cidadãos mais reflexivos, críticos, questionadores e participativos frente a um mundo cada vez mais tecnológico?
Acredita-se que a escola tem um papel imprescindível neste contexto. E por acreditar na possibilidade de mudanças, motivados pelos questionamentos expostos, elaborou-se algumas atividades de ensino, que propõem introduzir o conteúdo de Matrizes de forma interdisciplinar, tecendo reflexões a respeito de assuntos que englobam a ciência e a tecnologia, bem como suas implicações sociais.
O enfoque Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS) representa uma possibilidade de trabalhar questões e tecer considerações a respeito da Ciência e da Tecnologia, bem como analisar suas implicações no contexto social. Esse campo de estudos possui como um de seus principais objetivos promover reflexões que contemplem os diferentes aspectos existentes no contexto científico-tecnológico, de modo a capacitar os cidadãos para que possam discutir e perceber as influências desses aspectos na sociedade.
Neste sentido, para dar condições às pessoas de debaterem e interferirem na sociedade, Bazzo (2011, p. 95) menciona que "deveriam existir níveis mínimos de aprendizagem sobre ciência e tecnologia para todos os estudantes, em que o estudo da ciência deveria estar conectado ao da tecnologia e suas consequências sociais."
Evidencia-se a necessidade de promover a "alfabetização científica", definida por Chassot (2011, p. 62) como "o conjunto de conhecimentos que facilitariam aos homens e mulheres fazer uma leitura do mundo onde vivem." O autor ainda coloca que seria oportuno que os alfabetizados cientificamente entendessem as necessidades de transformar o mundo para melhor.
Nesta perspectiva de necessidade de transformação, as instituições de ensino têm um papel fundamental. Frente ao turbilhão de informações que surgem a todo instante, de maneira desenfreada, e que muitas vezes carecem de discussões e reflexões mais profundas, a escola é imprescindível enquanto "espaço para se pensar e para se refletir, e, sobretudo, para atribuir a essa informação uma realidade consciente; enfim, para aprender." (ANTUNES, 2014, p. 59)
Todavia, o papel da escola precisa ser redefinido. Redefini-lo implica que ela deixe de ser um espaço pedagógico, neutro por excelência, em que se treinam os alunos para práticas apolíticas, como se a maneira humana de estar no mundo fosse ou pudesse ser uma maneira neutra (Freire, p. 96) e passe a ser um local que permita efetivamente o crescimento e a promoção social, onde discussões sejam realizadas, decisões sejam tomadas coletivamente e visando o benefício, se não de todos, do maior número de pessoas.
Em resumo, a escola deve colaborar para que o indivíduo deixe de ter uma postura passiva e ingênua e torne-se mais participativo e crítico. Em particular, deve oportunizar que discussões a respeito das implicações da ciência e tecnologia para com a sociedade ocorram, a fim de que tenhamos num futuro próximo, cidadãos aptos a opinarem, participarem, tomarem decisões conscientes e arcarem com as consequências de suas escolhas.
Nesta perspectiva, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEMs) ressaltam em seu escopo a necessidade promover novas abordagens no ensino, que levem os alunos a adquirir competências para que se tornem críticos e exijam participação em decisões que envolvem interesses comuns, numa sociedade cada vez mais científico-tecnológica. Os professores são fundamentais neste sentido, uma vez que, cabe a eles promover tais abordagens,
são eles que poderão oportunizar reflexões, durante a formação escolar, que possam permitir ao cidadão ponderar sobre as implicações da tecnologia no seu contexto social e, mais que isso, através de uma comunicação mais moderna e atual, proporcionar ambiente para que elas sejam realmente discutidas e avaliadas em suas mais diferentes repercussões. (BAZZO, 2011, p. 147)
Acredita-se que com mudanças na metodologia de ensino, pode ser possível desenvolver maneiras de promover um ensino mais reflexivo, participativo e interdisciplinar, conforme o proposto no enfoque CTS. Um ensino que ultrapasse conteúdos descontextualizados e isolados presentes nos currículos escolares, e que leve o aluno a perceber as interações existentes entre a Ciência e a Tecnologia, bem como a influência que ambas exercem em nossas vidas.
Considerando-se o contexto escolar, vários estudos realizados nas últimas décadas trazem considerações sobre as maneiras com que o ensino tem se dado nas mais variadas disciplinas: uma abordagem geralmente abstrata, quantitativa e rigorosa, que lhe confere certo teor acadêmico e que, por apresentar tais características afasta-se da realidade do aluno, impedindo que o mesmo desenvolva atitudes críticas para poder interferir no contexto em que está inserido.
Em particular, a abordagem de conteúdos matemáticos, ocorre de forma cíclica: o professor define o conteúdo, resolve alguns exemplos, aplica exercícios de fixação e algumas situações problema, entretanto sem afastar-se do contexto numérico. Os conteúdos são considerados, pela grande maioria dos alunos, excessivamente abstratos, neutros e sem aplicabilidade e, em decorrência disso, a disciplina é considerada extremamente difícil. Novamente este pré-conceito apoia-se na ideia de que a Matemática afasta-se demasiadamente da realidade dos alunos. Frente a esse quadro, surgem algumas reflexões:
(...) não é hora de buscarmos ressignificar a Matemática com a qual trabalhamos? (...) Não é hora de buscarmos uma Matemática que instrumentalize o cidadão para atuar e transformar a realidade em que vive? Uma Matemática crítica, que o ajude a refletir sobre as organizações e relações sociais? Uma Matemática próxima da vida, útil, compreensível, reflexiva? Uma Matemática que não se mostre perfeita, infalível, mas que seja capaz de ajudar a encontrar soluções viáveis? (MUZZI, 2004, p. 39).
A busca desta "ressignificação" da Matemática, aproximando-a de práticas cotidianas, mostrando sua aplicabilidade em outros contextos, analisando inclusive sua construção histórica, instrumentalizando o cidadão para entender e interferir em seu contexto social vai ao encontro da proposta CTS.
É possível realizar aproximações entre a realidade dos alunos e os conteúdos matemáticos abordados na escola, e essas aproximações podem ser dar por meio de reflexões críticas que proporcionem aos alunos uma compreensão mais perspicaz a respeito das implicações científicas e tecnológicas na sociedade.
Neste sentido, Bazzo (2011) menciona que,
O estudo das dimensões sociais da ciência e da tecnologia precisa ganhar caráter de urgência em nosso país, que passa por uma dinâmica intensa de desenvolvimento. Existe uma carência, para não dizer inexistência, de materiais e novidades que permitam semelhantes abordagens. (BAZZO, 2011, p. 138)
Portanto, devido a esta carência, uma proposta de abordagem de conteúdos da Matemática sob a perspectiva CTS é apresentada neste estudo. As atividades foram elaboradas visando ultrapassar apenas o âmbito teórico, relacionado com conteúdos puramente abstratos, deslocados de um contexto, e buscando promover um ensino mais genérico, que leve o discente a perceber a Matemática como uma ferramenta relevante para a compreensão e análise de situações cotidianas. Também vale ressaltar que esta proposta direciona-se no sentido de fornecer condições para que os alunos adotem uma postura diferenciada frente às informações que recebem diariamente, muitas delas contendo dados quantitativos, e que na maioria das vezes não são interpretadas ou o são de forma equivocada.
Como a ideia era abordar os conteúdos matemáticos a partir de considerações levantadas a respeito da ciência e da tecnologia e suas implicações para com a sociedade, fez-se uso do enxerto CTS, introduzindo o conteúdo de matrizes a partir do tema "Copos plásticos: utilizar ou não? Eis a questão".
Com esta sugestão, desenvolvida à luz do enfoque CTS, pretende-se evitar a simples mecanização de cálculos e aplicações de regras e, em contra partida, propor uma abordagem onde o aluno possa construir o conhecimento matemático e reconhecer padrões que definirão as operações matriciais, ao mesmo tempo em que reflete sobre questões que envolvam o contexto científico-tecnológico. Espera-se que os educandos sejam capazes de refletir, discutir, debater e decidir sobre problemas relevantes que fazem parte da realidade na qual estão inseridos, mais especificamente problemáticas que versam sobre as implicações da ciência e tecnologia na sociedade que integram. Consequentemente espera-se que eles desenvolvam atitudes autônomas e responsáveis; autonomia que pode ser estimulada através de práticas pedagógicas que estejam "centradas em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em experiências respeitosas da liberdade." (FREIRE, 2011, p. 105)
Esta proposta almeja isto: estar centrada em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, em que o aluno perceba sua importância enquanto cidadão participativo na construção de decisões coletivas, que determinarão e influenciarão em seu futuro.
Na sequência deste estudo, apresenta-se as atividades que poderão ser trabalhadas junto ao segundo ano do Ensino Médio. Cabe salientar que as mesmas possuem caráter interdisciplinar envolvendo os seguintes componentes curriculares: Matemática, Língua Portuguesa, Artes, Informática, História, Física e Química.
A fim de motivar os alunos sobre a importância de trabalhar com matrizes, inicia-se a sequência de aulas apresentando a obra Running the Numbers: An American Self-Portrait [4], do fotógrafo americano Chris Jordan.
Em seu trabalho, o artista procura retratar a magnitude do consumismo americano e seu impacto no meio ambiente, uma vez que envolve tema "quantidade de lixo descartado". Mais especificamente, selecionou-se algumas imagens que tinham associação com a temática "plásticos". De longe as imagens parecem arte, mas ao dar o zoom, percebe-se que são lixo.
Assim, com essa motivação inicial uma gama de reflexões e questionamentos pode ser realizada, abordando temas como: consumo exagerado, relação das obras com a tecnologia, contexto e objetivos que deram origem a imagem digital, associações entre imagens digitais e álgebra matricial.
Após esta reflexão inicial, sugere-se a leitura dos textos: "Seria possível viver sem plástico?" [5] e "Bons motivos para não usar copos descartáveis" [6], a fim de fortalecer e a discussão a respeito dos temas mencionados anteriormente. Na sequência são propostas diversas atividades (algumas relatadas abaixo), a fim de que os alunos coletem dados numéricos semelhantes aos apresentados por Chris Jordan, especialmente no que concerne ao tema "plásticos". Por sua vez, esses dados serão comparados entre os estudantes e organizados em tabelas, o que permitirá introduzir a definição de matrizes.
Motivados pelos dados referentes à imagem Plastic-cups [7], do fotógrafo americano, é apresentada uma atividade que contém dados reais a respeito da quantidade de copos plásticos descartáveis, de água e café, utilizados em determinado Centro Administrativo de uma cidade brasileira. Nesse caso, além de trabalhar a representação matricial, os alunos realizam atividades de estimativas, calculando o consumo diário e mensal de copos por pessoa.
Na sequência sugere-se ainda que os mesmos pesquisem em que contexto histórico surgiu o copo plástico, se nos dias de hoje sua utilização ainda se faz necessária, quais as implicações da utilização excessiva ou dos componentes químicos associados a sua fabricação para o meio ambiente, se conseguiríamos viver sem este artefato tecnológico, se existem alternativas sendo desenvolvidas para substituí-los e, caso exista, que alternativas são essas, etc.
Neste processo, "ensinar pressupõe ajudar e apoiar os alunos a confrontar informações significativas e relevantes, estabelecendo relações com uma dada realidade, capacitando-os para reconstruir os significados atribuídos a essa realidade e a essa relação." (Antunes, 2014, p. 58).
Além disso, no decorrer dessas discussões, o professor poderá sugerir a leitura do texto: "Um plástico que se autorrepara" [8] e das notícias vinculadas ao copo compostável [9].
Outra proposta é que, durante uma semana, os alunos façam o levantamento da quantidade de copos plásticos descartados diariamente nos diversos ambientes escolares: salas de aula, cantina, biblioteca, sala de professores, ginásio. Esses dados serão organizados diariamente e servirão para que sejam introduzidas e trabalhadas as operações matriciais de adição e multiplicação por escalar.
Na sequência, esta atividade poderá ser ampliada para o acompanhamento mensal; sugere-se que a mesma seja realizada em grupos e que os alunos fotografem as quantidades de copos descartadas diariamente a fim de confeccionar uma obra para expor na escola, semelhante as propostas por Chris Jordan. O intuito é que os alunos verifiquem se o consumo é uniforme, se em alguns locais da escola a quantidade de copos será maior que em outros, se é possível elaborar uma fórmula matemática que estime a quantidade de copos consumida diariamente. Com base nos dados coletados nesta atividade, todos os conteúdos associados à matrizes poderão ser revisados, e a ideia de que a Matemática é uma ciência exata, e de que para toda situação real existe um modelo matemático que o descreve poderá ser discutida.
Os alunos serão convidados a opinar se acham que o consumo da escola será elevado ou não, se existe alguma medida que a escola pode tomar para combater o desperdício, e quais seriam as sugestões propostas por eles a fim de minimizar esse consumo.
Em outra atividade, é apresentada uma situação fictícia relacionada ao preço pago por quilograma de plástico reciclado em quatro estados brasileiros. O intuito é discutir como ocorre processo de reciclagem, se esta é uma alternativa viável ou não, e apresentar, no contexto matemático, a multiplicação de matrizes.
Nesta etapa, introduz-se o texto "A notícia", adaptação de uma notícia real [10], relacionada à uma proposta de projeto de lei que prevê a proibição de copos plásticos em todos os ambientes comerciais na cidade de Maringá.
Em relação a esta atividade, a proposta é que a turma seja dividida em três grupos: os favoráveis à aprovação do projeto de lei, os contrários e os que não possuem opinião definida. Após a formação dos grupos sugere-se alterar os favoráveis e os contrários. Assim, os alunos que seriam favoráveis deverão pesquisar argumentos que sustentem a posição contrária à aprovação do projeto, e os alunos que a princípio eram contrários à aprovação deverão trazer argumentos que sustentem a importância de aprovação do projeto. Em particular, pretende-se desenvolver no aluno a capacidade de ouvir argumentos contrários aos seus e respeitar outros pontos de vista.
Esta atividade também tem como objetivo, fazer com que os alunos desenvolvam sua autonomia, discutindo e decidindo de maneira coletiva, democrática e crítica sobre a aprovação ou não do referido projeto, através de um debate a ser realizado em uma das aulas.
Neste sentido, convém ressaltar que "ninguém é autônomo primeiro para depois decidir. A autonomia vai se constituindo na experiência de várias, inúmeras decisões que vão sendo tomadas." (FREIRE, 2011, p. 105)
No decorrer deste processo, o professor realiza alguns apontamentos, faz questionamentos, propõe reflexões. Evita dar ênfase nas discussões, uma vez que, é importante que os alunos tomem as rédeas desse processo, coletem dados e informações que sustentem seus posicionamentos e que contribuam para o debate; momento em que uma decisão coletiva será tomada, após análise dos prós e contras do projeto de lei proposto. A ideia é promover, a partir desses momentos, a construção decisória coletiva, que combata:
Um estado refinado de estranheza, de "autodemissão" da mente, do corpo consciente, de conformismo do indivíduo, de acomodação diante de situações consideradas fatalistamente como imutáveis. É a posição de quem encara os fatos como algo consumado, como algo que se deu porque tinha que se dar da forma como se deu, é a posição, por isso mesmo, de quem entende e vive a história como determinismo e não como possibilidade. [...] Não há, nesta maneira mecanicista de compreender a história, lugar para a decisão humana. (FREIRE, 2011, p. 112)
Para complementar esta atividade, os alunos poderão realizar uma pesquisa de como acontece o processo de aprovação de um projeto de lei, quantos vereadores compõem uma câmara (especificamente a câmara da cidade), qual a porcentagem de vereadores que cabe a cada partido, como é realizado esse cálculo e com base em que dados, etc. Além disso, os alunos poderão fazer um levantamento da quantidade de estabelecimentos comerciais existentes em suas cidades ou bairros, a fim de estimar os impactos que tal medida teria caso tal medida fosse reportada a realidade dos mesmos.
Como atividade de encerramento propõe-se a confecção de um folder de conscientização, a respeito do uso racional de copos descartáveis, para divulgação junto à comunidade escolar, estabelecimentos comerciais, redes sociais, etc. Este folder será confeccionado no laboratório de informática e, através da aplicação de filtros sobre as imagens, novamente poderá ser abordado de maneira mais detalhada a relação entre matrizes e as imagens digitais. Essa atividade também poderá ser realizada a partir das fotos registradas pelos alunos na coleta dos dados referentes ao desperdício de copos na escola. Assim, os alunos terão condições de perceber a estreita relação existente entre essas duas áreas de conhecimento: informática e matemática.
Especificamente neste trabalho, a motivação partiu de um tema de abrangência mundial, que constitui um grave problema social nos mais diversos países. Cabe ressaltar ainda que, o copo plástico é um artefato tecnológico a que todos tem acesso, por esse motivo a responsabilidade por seu uso indiscriminado não pode ser relegada somente a terceiros.
Assim faz-se necessário discutir a respeito deste tema, especialmente com o intuito de despertar estratégias e desenvolver ações que visem amenizar este problema.
Neste sentido, com esta proposta elaborada à luz do enfoque CTS, espera-se que os alunos sejam capazes de perceber a relevância e necessidade de discutir questões deste tipo, relacionadas ao contexto científico-tecnológico, em todas as áreas de conhecimento.
Espera-se que esta abordagem, realizada através da Educação Matemática, possa ser entendida pelos alunos como uma força capaz de ajudá-los a despertar o censo crítico, encorajando-os a buscarem sempre maiores informações a respeito dos fatos e possibilitando aos mesmos que se reconheçam como seres capazes de intervir na sociedade, comparando diferentes pontos de vista, rompendo barreiras, concretizando decisões que beneficiem um maior número de pessoas.
Para concluir, aposta-se na escola enquanto espaço de promoção de atividades diferenciadas, de momentos reflexivos, a fim de contribuir com a formação de um cidadão mais crítico e socialmente consciente.
ANTUNES, C. Introdução à educação. São Paulo: Paulus, 2014.
BAZZO, W. A. Ciência, tecnologia e sociedade: e o contexto da educação tecnológica. 3ª ed. rev., Florianópolis: Ed. da UFSC, 2011.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB - Lei nº 9394/96, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília : MEC, 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio: Matemática. Brasília: Ministério da Educação e Cultura, 1999.
CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. 5ª ed. rev., Ijuí: Ed. Unijuí, 2011.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
MUZZI, M. Etnomatemática, Modelagem e Matemática Critica: novos caminhos. In: Presença Pedagógica, v. 10, n. 56, mar./abr.2004. p. 31-39.
1 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Pato Branco. Email: edinéia@utfpr.edu.br
2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa Email: lmresende@utfpr.edu.br
3 Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Ponta Grossa. Email: castilho@utfpr.edu.br
4
Disponível em: < http://www.chrisjordan.com/gallery/rtn/#silent-spring> Acesso em maio de 2014.
5
Disponível em: < http://www.copobras.com.br/pt/fatos-e-mitos/seria-possivel-viver-sem-plastico> Acesso em maio de 2014.
6
Disponível em: < http://www.bhaz.com.br/bons-motivos-para-nao-usar-copos-descartaveis/> Acesso em maio de 2014.
7
Disponível em: < http://www.chrisjordan.com/gallery/rtn/#plastic-cups> Acesso em maio de 2014.
8
Disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/05/15/um-plastico-que-se-autorrepara/ Acesso em maio de 2014.
9
Disponível, por exemplo, em: <http://revistaecoturismo.com.br/turismo-sustentabilidade/primeiro-copo-compostavel-do-brasil-sera-fabricado-pela-minaplast/> Acesso em maio de 2014.
10
Disponível em: < http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/441588/vereador-propoe-proibir-uso-de-copos-plasticos/> Acesso em junho de 2014.