Introdução
A temática da mudança climática alterou radicalmente a pauta de discussão sobre os grandes temas e dilemas da atualidade. Inúmeros são os alertas sobre os problemas ambientais decorrentes do aquecimento global e, principalmente, acerca de seus efeitos para o futuro da espécie humana, suas condições de vida e seu sistema de produção (Jabbour, Santos, 2009). Soma-se a isto a crescente pressão exercida pela sociedade para o desenvolvimento de produtos e processos de produção mais eco-eficientes.
Este novo cenário promove a adoção de novas tecnologias e posturas por parte dos setores industriais e públicos. É crescente a importância da eficiência energética como parte da agenda de políticas públicas em países desenvolvidos (Patterson, 1996). Segundo o autor, esta importante inclusão política é interligada a ganhos comerciais, competitividade industrial e benefícios de segurança energética, bem como incrementos na questão ambiental, como redução nas emissões de gases do efeito estufa.
No âmbito industrial, as empresas buscam na adoção de técnicas de eficiência energética, adquirir uma vantagem competitiva e, também, ampliarem a gama de produtos básicos fornecidos no mercado. Essa concepção evidencia-se nas empresas localizadas em países desenvolvidos como um diferencial no mercado internacional, ainda que timidamente (Limaye D., Limaye E., 2011).
A literatura especializada sobre eficiência energética dos sistemas produtivos é reduzida, mas crescente devido ao ganho em importância do tema, em crescimento do número de congressos e fóruns especializados (Heap, Kasemo, 2010). Na literatura nacional, a discussão de temas ambientais no contexto organizacional mostra-se como necessidade consolidada, mas os meandros inerentes à produção científica dessa área encontram-se pouco explorados (Jabbour et al., 2008).
Sob a luz desta lacuna bibliográfica, o presente trabalho aborda a seguinte problemática de pesquisa: quais as principais características da produção acadêmica brasileira em eficiência energética em setores industriais, registrada em periódicos da área de administração e engenharia de produção no período entre 2001 e 2011? Para responder a esta inquietação, o objetivo deste trabalho foi conduzir um meta-estudo da produção científica nacional sobre eficiência energética em empresas industriais, registrada nos principais periódicos de Administração e Engenharia de Produção no Brasil, no período compreendido entre 2001 e 2011.
Além de contribuir para o estado da arte, este artigo é parte integrante de uma dissertação de mestrado com intuito de analisar a eficiência energética em empresas industriais do setor alimentício brasileiro, com enfoque na análise empírica do fenômeno.
O papel da eficiência energética na matriz energética mundial
Na cúpula de 2008 em Hokkaido, no Japão, e novamente em 2009, em L'Aquila, na Itália, os líderes do G-8 formalizaram um pedido para redução de 50 por cento na emissão de gases do efeito estufa (GEE) até 2050 para evitar conseqüências mais graves das mudanças climáticas. Atingir essa meta requer a transformação da energia produzida, entregue e consumida em todos os setores da economia e regiões do mundo. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), investimentos de US$ 26 trilhões serão necessários para aumentar a oferta de projetos relacionados com o acesso à fontes energéticas, diversificação de fontes de energia, modernização da infra-estrutura, e promoção de uma maior eficiência, entre agora e 2030 (Icc, 2009).
Uma análise detalhada dos dados apresentados pelos países pertencentes à IEA mostra que a melhoria da eficiência energética continua a desempenhar um papel fundamental na utilização da energia e nos padrões de emissões de CO2. Os resultados mostraram que 16 países analisados desde 1990, cerca de metade do aumento da demanda por serviços de energia tem sido realizada através de um maior consumo de energia e a outra metade através de ganhos em eficiência energética. Todos os setores apresentaram melhoras em eficiência, em média 0,9% por ano entre 1990 e 2005. Estas melhoras levaram a uma economia de energia e a redução de emissões de CO2 de 15% e 14%, respectivamente, em 2005. Isso se traduz em uma economia nos custos com combustível e eletricidade de pelo menos US$ 180 bilhões no mesmo ano. No entanto, os ganhos em eficiência são cerca de metade dos vistos nas décadas anteriores; a melhoria da eficiência energética foi, em média, de 2% ao ano entre 1973 e 1990. Em contrapartida, sem ganhos de eficiência energética desde 1973, o consumo de energia em um grupo de 11 países da IEA teria sido 58% maior em 2005 do que realmente seria com a adoção de programas de eficiência energética. Este é o equivalente a 59 EJ de energia não consumida (Iea, 2008).
A figura 1 apresenta a porcentagem correspondente a cada setor no consumo mundial de energia. Em outros (other), estão incluídas as atividades de construção, agricultura e pesca.
Figura 1: Consumo global de energia. Fonte: IEA, 2008
O cenário nacional apresenta uma matriz de geração elétrica de origem predominantemente renovável, sendo que a geração interna hidráulica responde por um montante superior a 76% da oferta. Somando as importações, que essencialmente também são de origem renovável, pode-se afirmar que aproximadamente 85% da eletricidade no Brasil é originada de fontes renováveis – sem considerar que parte da geração térmica é originada de biomassa (lenha, bagaço de cana e outras recuperações) (Ben, 2010). Este panorama é apresentado na Figura 2.
Figura 2: Fornecimento nacional interno de Energia. Fonte: BEN, 2010
O Brasil apresenta uma condição bastante favorável em relação ao resto do mundo. Além disso, o país é um paradigma mundial pelo seu vigoroso programa de biomassa moderna no setor de transportes baseado no etanol. A posição relativamente confortável que o país possui em sua matriz energética pode, entretanto, ser colocada em risco, uma vez que há diferentes posicionamentos sobre os rumos que o país deve seguir nessa área (Goldenberg, Lucon, 2007).
Neste cenário mundial, conceitos como “eco-eficiência” e “eficiência energética”, ganham um destaque especial nos veículos de comunicação e nos principais fóruns especializados (Martínez, 2010). A literatura sobre eco-eficiência apresenta algumas definições e conceitos (Schipper, Grubb, 2000; Hanson, Laitner, 2004; Baksi, Green, 2007). Adicionalmente, o termo foi formalmente definido e adotado pelo World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), em 1991, como “a entrega de mercadorias a preços competitivos e serviços que satisfaçam as necessidades humanas e fornecem qualidade de vida, enquanto progressivamente reduzem os impactos ambientais e a intensidade do uso recursos naturais ao longo do ciclo de vida, para um patamar, no mínimo, igual à capacidade suportada pelo planeta”. Neste conceito mais amplo, a eficiência energética é incorporada como uma de suas mais importantes variáveis (Côté et al., 2006).
A eficiência energética refere-se à relação entre a entrada de energia consumida e a saída de um serviço energético. Segundo Iea (2008) "as melhorias na eficiência energética ao longo das últimas três décadas têm desempenhado um papel fundamental na limitação do aumento global do uso de energia e emissões de carbono". "O consumo mundial de energia seria hoje de 56% maior do que teria sido, de outra maneira, sem as diferentes políticas de eficiência energética implementadas desde 1973".
Um dos principais objetivos da eficiência energética é o melhor aproveitamento dos recursos energéticos utilizados, diminuição das emissões de gases do efeito estufa, de seus efeitos sobre o padrão climático da Terra e suas possíveis conseqüências nas esferas ambiental, social e econômica. Para este efeito, a adoção de programas de eficiência energética é uma das pricipais estratégias para controlar a produção destes gases (Martínez, 2010). Reforçando esta afirmação, o Ipcc (2001) considera que as melhorias na eficiência energética têm o potencial para reduzir as emissões globais de gás carbônico em 30% abaixo dos níveis de 2000, usando tecnologias existentes, a um custo inferior a $30 (EUA) por tonelada de CO2 produzido. Esses elementos sugerem a importância de medir a eficiência energética e a monitorização de suas alterações, a fim de verificar a melhoria e eficácia das políticas aplicadas.
A adoção de técnicas e programas de eficiência energética é cada vez mais reconhecida como a opção mais rentável a curto e médio prazo para atender às necessidades energéticas de crescimento econômico e minimizar o impacto da mudança climática global, sendo particularmente importante nos países em desenvolvimento que estão experimentando um grande crescimento econômico (Limaye D., Limaye E., 2011).
A produção acadêmica brasileira em eficiência energética no âmbito industrial
A elaboração de estudos relacionados com a adoção de programas de eficiência energética nos mais variados setores industriais vêem adquirindo importância na pauta de periódicos internacionais, por exemplo, Journal of Industrial Ecology, International Journal of Production Research, Journal of Cleaner Production, os quais apresentam sites informativos requisitando trabalhos relacionados ao tema (call for papers).
Atendendo a esta nova demanda alguns trabalhos (Patterson, 1996; Limaye D., Limaye E., 2011; Martínez, 2010) já demonstram a importância desprendida com o tema, dando um destaque ao trabalho realizado por Martínez, onde a autora realiza um estudo de casos comparativo sobre a eficiência energética dos setores alimentícios da Alemanha e da Colômbia e apresenta os fatores que contribuem para estes níveis de consumo.
No Brasil, a quantidade de estudos relacionados com a adoção de medidas de eficiência energética ainda é pequena (Sola et al., 2006) e mais restrita a análise de opções para substituição e/ou redução no consumo de energia elétrica. Esta tendência é evidenciada em alguns trabalhos (Sellitto, Walter, 2005; Cristaldo, Ortega, 2009; Pessoa’Oliveira, 2002). Em contrapartida, no trabalho de Jabbour e Santos (2009), a avaliação da eficiência energética abrange tanto o consumo de energia, preocupação com a redução das emissões de gases do efeito estufa e as posturas que devem ser adotadas pelos setores industriais referentes às novas exigências da sociedade.
Dada a importância crescente da pesquisa sobre eficiência energética, a não localização de balanços sobre a produção científica dessa área e as diferentes abordagens dadas ao tema, justifica-se a condução desta pesquisa, cujos procedimentos metodológicos são descritos a seguir.
Metodologia da pesquisa
A produção acadêmica em eficiência energética industrial abordada neste trabalho constitui-se de artigos publicados em dez periódicos nacionais dedicados à divulgação de estudos em administração e engenharia de produção no período de 2001 a 2011 (Tabela1). Os periódicos foram escolhidos com base na avaliação realizada pela CAPES (Qualis), onde receberam conceitos entre A e B. O período analisado (2001 a 2011) foi escolhido devido à atualidade do tema e para uma maior abrangência na coleta de resultados.
Tabela 1: Lista de periódicos selecionados como amostra |
PERIÓDICOS SELECIONADOS |
Gestão & Produção (ISSN. 0104-530x)
Revista de Administração da USP / RAUSP (ISSN. 1983-7488)
Revista Produção Online (ISSN. 1676-1901)
Revista de Administração de Empresas (ISSN. 1676-5648)
Revista de Administração Contemporânea (ISSN. 1415-6555)
Revista de Gestão USP (ISSN. 1809-2276)
Revista de Administração Publica (ISSN. 0034-7612)
Revista Eletrônica de Administração (ISSN. 1413-2311)
Revista Ambiente e Sociedade (ISSN. 1414-753X)
Produção (ISSN. 0103-6513)
|
As variáveis para análise dos trabalhos foram a) contribuição total e por periódico de artigos, b) metodologias empregadas nos estudos, e c) lacunas teóricas a serem exploradas. Estas variáveis foram determinadas com base em meta-estudos em administração (Jabbour et al., 2008; Lizuka, Sano, 2004).
Para analisar a contribuição total e por periódico de artigos, foi analisado o total de artigos publicados no período, a proporção de artigos onde a temática central do trabalho foi a eficiência energética, além da tendência da quantidade de publicações no período analisado. Ainda nesta variável, a análise é aprofundada para o número de artigos publicados em cada periódico, o periódico que mais contribui para o tema e o que menos apresentou trabalhos.
A apresentação das metodologias empregadas nos artigos baseou-se em duas categorias: 1) trabalho teórico (uma análise teórica do tema), 2) trabalho teórico – empírico (apresenta uma revisão bibliográfica e estudo(s) de caso(s)). A avaliação das possíveis lacunas teóricas a serem exploradas, também seguiu os mesmos parâmetros utilizados na análise das metodologias, além de apresentar quais os enfoques centrais utilizados e os não explorados nos artigos.
Para a seleção e busca dos artigos nos periódicos, o termo “eficiência energética” foi utilizado como alvo de busca nos campos de pesquisa: a) palavras-chave, b) título do trabalho e c) temática do artigo, com o intuito de abranger o maior número possível de pesquisas que relatassem o tema, propusessem definições, realizassem análises empíricas, etc.
Esta pesquisa não avaliou as publicações em eventos (Congressos, Encontros, Fóruns, Seminários, etc.) devido ao objetivo de avaliar as publicações de maior impacto, consideradas pela CAPES como “publicações definitivas”. Os congressos, em comparação aos periódicos, podem gozar de menor prestígio acadêmico, segundo os critérios da CAPES (Jabbour et al., 2008).
Resultados e Discussões
Nesta seção, são apresentados os principais resultados sobre a produção científica em eficiência energética em empresas industriais divulgada nos principais periódicos da área de administração e engenharia de produção. A exposição dos resultados segue as variáveis analíticas declaradas na seção de procedimentos metodológicos.
A contribuição bibliográfica nacional sobre eficiência energética
A relação dos artigos publicados e a contribuição anual de cada periódico analisado é apresentada na Tabela 2.
Tabela 2:Lista de periódicos, artigos publicados e anos analisados
PERIÓDICOS |
2001 |
2002 |
2003 |
2004 |
2005 |
2006 |
2007 |
2008 |
2009 |
2010 |
2011 |
T1 |
Gestão & Produção |
- |
- |
- |
- |
1 |
1 |
- |
1 |
2 |
1 |
- |
6 |
Revista de Administração da USP |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0 |
Revista Produção Online |
- |
1 |
2 |
- |
- |
1 |
- |
2 |
1 |
1 |
- |
8 |
Revista de Administração de Empresas |
- |
- |
- |
- |
1 |
- |
- |
- |
- |
1 |
- |
2 |
Revista de Administração Contemporânea |
- |
- |
- |
- |
- |
1 |
- |
- |
- |
1 |
- |
2 |
Revista de Gestão USP |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
2 |
- |
- |
- |
- |
2 |
Revista de Administração Pública |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
2 |
1 |
- |
3 |
Revista Eletrônica de Administração |
1 |
1 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
1 |
- |
- |
3 |
Revista Ambiente e Sociedade |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
1 |
1 |
1 |
- |
3 |
Produção |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
0 |
T2 |
1 |
2 |
2 |
0 |
2 |
3 |
2 |
4 |
7 |
6 |
0 |
29 |
T1: Total de artigos publicados por periódico; T2: Total de artigos publicados por ano
Pode-se afirmar que a produção bibliográfica nacional em administração e engenharia de produção, no período analisado (2001 a 2011), onde o tema eficiência energética é relacionado, ainda é incipiente, sendo vinte e nove (29) artigos publicados nos periódicos analisados. Uma hipótese para esta reduzida produção de artigos é o crescimento mais recente das discussões sobre o tema tanto no âmbito acadêmico quanto na sociedade, comprovada pelo crescimento na quantidade de artigos nos anos mais recentes - quatro (4) artigos publicados em 2008, sete (7) no ano de 2009, seis (6) no ano de 2010. Esta tendência pode ser observada na Figura 3.
Figura 3: Tendência da quantidade de artigos publicados entre 2001 e 2011
Ainda com relação a este crescimento no número de artigos publicados, os últimos cinco (5) anos contribuem com 65,5% (19 artigos) de toda a produção sobre eficiência energética encontrada no período analisado, evidenciando o crescimento em importância de estudos para com o tema.
A ordem dos Periódicos que mais produziram e a contribuição de cada periódico é apresentada na Tabela 3.
Tabela 3: Classificação dos Periódicos quanto ao número de artigos publicados
CLASSIFICAÇÃO |
PERIÓDICO |
NÚMERO DE ARTIGOS |
1 |
Revista. Produção Online |
8 |
2 |
Gestão & Produção |
6 |
3 |
Revista. de Administração Pública |
3 |
4 |
Revista Eletrônica de Administração |
3 |
5 |
Revista Ambiente e Sociedade |
3 |
6 |
Revista de Administração de Empresas |
2 |
7 |
Revista de Administração Contemporânea |
2 |
8 |
Revista de Gestão USP |
2 |
9 |
Produção |
0 |
10 |
Revista de Administração da USP |
0 |
Relação de metodologias utilizadas e as lacunas teóricas a serem exploradas
Do total de artigos publicados sobre eficiência energética (29 artigos) somente oito (8) tem como a temática central a eficiência energética no âmbito industrial, totalizando apenas (27,6%) do total de artigos referentes à eficiência energética publicados nos periódicos. Nos outros artigos, o tema era apenas referenciado ou eficiência energética era somente uma variável para análise de outro fator. Devido ao enfoque central desta pesquisa ser a eficiência energética em setores industriais, a análise das metodologias empregadas e das lacunas teóricas a serem exploradas, atentou-se somente a estes artigos.
A análise das metodologias apontou os seguintes resultados: cinco (5) artigos apresentando estudos teóricos e três (3) apresentando estudos teórico - empírico. Estes resultados são apresentados na Tabela 4.
Tabela 4: Relação das Metodologias Utilizadas
METODOLOGIAS UTILIZADAS |
NÚMERO DE ARTIGOS PUBLICADOS |
Trabalho Teórico
Trabalho Teórico - Empírico |
5
3 |
Analisando o enfoque central dos artigos para elaborar possíveis lacunas intelectuais, os resultados mostram que sete (7) dos oito (8) trabalhos publicados eram voltados para análise da eficiência energética como uma variável ambiental relacionada com economia de energia elétrica. Somente o artigo publicado por Jabbour e Santos (2009) apresenta o tema eficiência energética em um sentido mais amplo, abrangendo os enfoques em economia de energia elétrica e combustíveis fosseis e, também, a melhoria ambiental do processo produtivo e redução da emissão de gases do efeito estufa, aproximando-se mais do objetivo completo da adoção de programas de eficiência energética, citados no referencial teórico desta pesquisa. Os autores destes trabalhos são apresentados na Tabela 5.
Tabela 5: Lista de autores onde os artigos tem enfoque central em eficiência energética
LISTA DE AUTORES |
André Luiz Montagna da Rosa |
Miguel Afonso Sellitto e Cláudio Walter |
Charbel José Chiappetta Jabbour e Fernando César Almada Santos |
Antonio Vanderley Herrero Sola, Antonio Augusto de Paula Xavier, João Luiz Kovaleski e Luis Maurício Resende |
Márcia Ferreira Cristaldo e Jeferson Meneguin Ortega |
Valdemberg Magno do Nascimento Pessoa e Ronald Fred Alves de Oliveira |
Andréa Paula Segatto-Mendes e Nathan Mendes |
Paulo G. Fuchs, T. Diana L. van Aduard de Macedo-Soares e Giuseppe Russo |
Os resultados ainda apontam uma grande lacuna em relação ao estudo da eficiência energética em empresas industriais de forma teórico – empírica, abrangendo este objetivo mais completo. Não foi encontrado nenhum artigo com estas características nos periódicos analisados. Este é um resultado muito importante que serve como um guia para o enfoque de pesquisas futuras, pois sugere campos onde a contribuição para o estado da arte faz-se necessária e ainda não foi explorada.
Com relação aos autores dos artigos, não foi realizada uma análise individual sobre a contribuição de cada um porque cada autor apresentava somente um (1) artigo sobre o tema.
Considerações Finais
A análise da bibliografia nacional em administração e engenharia de produção apresentou uma pequena abordagem, porém crescente, em relação ao tema eficiência energética em empresas industriais. Foi encontrado somente 29 artigos relativos a eficiência energética, dentre os quais, 8 artigos abordam o tema no enfoque central do trabalho. Outra ressalva faz-se com relação a metodologia emprega, onde não foi encontrado artigos empíricos analisando a eficiência energética em empresas industriais. A crescente preocupação com a degradação ambiental e com a matriz energética mundial reforça a necessidade de um maior aprofundamento no estudo da eficiência energética, suas características e os resultados obtidos da aplicação em setores industriais.
O levantamento aqui realizado, além de contribuir para o estado da arte, apresentando uma importante lacuna do conhecimento a ser explorada, objetiva indicar potenciais propostas onde dirigentes empresariais podem engajar-se no financiamento e acompanhamento de pesquisas de interesse para o desempenho organizacional, dentro de um contexto de incremento entre a produção acadêmica em eficiência energética e as demandas do âmbito empresarial.
Referências Bibliográficas
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Côté, R., Booth, A., Louis, B. (2006); “Eco-effiency and SMEs in Nova Scotia, Canada”, Journal of Cleaner Production, v. 14, p. 542-550, 2006
Cristaldo, M. F., Ortega, J. M. (2009); “Análise econômico-financeira da utilização do GN em sistemas de cogeração aplicados a instalações prediais”, Revista Produção Online, v. 9, n. 2
Goldemberg, J., Lucon, O. (2007); “Energia e meio ambiente no Brasil”, Estudos Avançados, v. 21, n. 59
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International Panel For Climate Change (2001); The third Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change, Cambrigde
Jabbour, C. J. C., Santos, F. C. A., Barbieri, J. C. (2008); “Gestão Ambiental Empresarial: um levantamento da produção científica brasileira divulgada em periódicos da área de administração entre 1996 e 2005”, RAC, Curitiba, v. 12, n. 3, p. 689-715
Jabbour, C. J. C., Santos, F. C. A. (2009); “Sob os ventos da mudança climatica: desafios, oportunidades e o papel da função produção no contexto do aquecimento global”, Gestão & Produção, São Carlos, v. 16, n. 1, p. 111-120
Limaye, D. R., Limaye, E. S. (2011); “Scaling up energy efficiency: the case for a Super ESCO”, Energy Efficiency, v. 4, p. 133-144
Lizuka, E. S., Sano, H. (2004); “O terceiro setor e a produção acadêmica: uma visita aos anais dos ENANPAD’s de 1990 a 2003”, Anais do Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração, Curitiba
Martínez, C. I. P. (2010); “Analysis of energy efficiency development in the German and Colombian food industries”, International Journal of Energy Sector Management, v. 4, n. 1, p. 113-136
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